QUE SAUDADES
QUE EU TENHO
Assistindo
pela TV flashes dessa guerra insana entre Israel e Hamas, fico pensando nos
inocentes barbaramente assassinados, nas crianças, velhas e adultas feitas reféns,
no desespero de um pai que se disse feliz e agradecendo a Deus, ao ser informado que sua filha tinha sido
morta no ataque no local da festa, ao invés de ter sido feita refém; sinto a
dor e o desespero dos parentes dos que foram capturados, dado o paradeiro
incerto, as condições dos cativeiros, e as parcas esperanças de uma solução
satisfatória.
Em paralelo
a esse catastrófico cenário internacional, aqui no Rio a situação também é de
arrepiar, pois na guerra interna que eclode na cidade, traficantes e milicianos
sobrepujaram com folga os poderes constituídos, dominando todas as favelas e
periferia, onde, com exceção do obeso bufão Ministro da Justiça Flávio Dino, a
PM só entra ultra reforçada, troca alguns tiros, mata alguns bandidos e recua
para a segurança de seus quarteis.
Sou um caipira
carioca, pois moro no Rio há 45 anos, a maior parte de minha vida e lembro com
muita saudade dos primeiros 10 ou 20 anos que usufruí dos encantos e da boemia
da nossa ex-cidade maravilhosa.
Frequentava
sem qualquer receio, sempre acompanhado de Dona Regina e de Maria Silvia, bares
e locais de shows na zona norte, especialmente em Vila Isabel, tendo a sorte de
numa dessas ocasiões, assistir uma apresentação do MPB-4, cantando a música maravilhosa
“Amigo é Pra Essas Coisas”, ao lado dos compositores desse grande sucesso.
Também
rotineiramente, íamos a um bar da Lapa, cujo nome não recordo, onde Jorginho do
Império sempre marcava presença, local que sambistas iniciantes se alternavam
no pequeno palco, num ambiente amigável e acolhedor, onde éramos muito bem
tratados, com o manobrista da casa sempre garantindo um local defronte ao bar,
para estacionarmos.
Alem dessa
mordomia, tenho que ressaltar que os petiscos e tira gostos oferecidos pela
casa eram maravilhosos, com um preço muito menor que qualquer similar da zona
sul que também frequentávamos.
Toda sexta e
sábados, decidíamos nosso destino e nos mandávamos tranquilamente para o local
escolhido, sem preocupações com assaltos que eram raros, principalmente nesses
locais de entretenimento, de onde eventuais desordeiros mantinham distância.
Foram bons
anos, de um Rio totalmente diferente, amigável e acolhedor, onde moradores e
turistas podiam tranquilamente usufruir do melhor que a cidade oferecia.
Hoje, além de
estar mais velho e ter menos disposição para uma noitada, não ouso me afastar
muito, a noite, das imediações da Lagoa. Quando muito, uma escapada eventual
para o Shopping Leblon, bem próximo e com todas as comodidades a nossa
disposição.
Saudosismo é
sintoma típico de velhice, mas não enquadrando nessas características, as
regalias e prazeres que desfrutamos naqueles bons tempos, considerando uma pena,
que os jovens e os “menos velhos” de hoje, não possam ter a mesma agradável satisfação,
embora no meu entendimento, a música
atual tenha piorado muito, para não dizer que acho uma droga.
“Que
saudades que eu tenho, da aurora da minha vida... “
Fora Mula!
José
Roberto- 18/10/23
Como eu sou "Carioca do Brejo", pois nasci na mais carioca das Cidades MIneira Juiz de Fora, consegui aproveitar da cidade de tudo de bom , quando com certeza era a "Cidade Maravilhosa". Hoje, dá pena ver o que principalmente os politicos fizera com a cidade, que tem um potencial turístico inimaginável para ser aproveitado. Como moro em São Paulo há muito tenho diversos amigos que tremem de medo de ir ao Rio de Janeiro, sendo que aqui também a violência não é pouca. O Galeão somente retornará aos velhos tempos e poderá ser um Aeroporto muito bem utilizável, quando os "narcos traficantes" forem domados. Coisa quase que impossivel. Portanto, só me resta cantar a excelente música do Paulinho da Viola: "Foi um rio que passou em minha vida".
ResponderExcluirE meu coração se deixou levar"
Boa Vandeco, só que para mim, o Rio, embora com águas turvas, continua passando em minha vida. abcs
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