POLÍTICOS
QUE MERECEM NOSSO (DES)RESPEITO
Depois de
tudo que passamos e ainda vamos passar, duvido, que qualquer pessoa minimamente
esclarecida, ainda acredita que “Deus é Brasileiro”.
Se era, cansou,
pois não conseguiu melhorar a qualidade do povinho instalado num país tão belo
e pródigo em recursos naturais. Um povo que escolhe o que há de pior para representá-lo,
insistindo nesse erro voluntariamente, ou encabrestado por promessas e benesses
que se vierem, serão em migalhas.
O ciclo se repete
por décadas, perpetuando famílias de notórios corruptos no poder, que
transferem para suas famílias riquezas que deveriam ser distribuídas entre todos,
especialmente aos menos favorecidos.
Numa
tentativa de elencar esses “espécimes raras”, deixarei provavelmente de
mencionar figuras exponenciais, por esquecimento, falha de memória, ou outra
razão qualquer.
Abro a lista
com a figura formidável do Marimbondo de Fogo José Sarney, o bigode tingido,
aquele que escreve livros que ninguém lê. Coronel as antigas, transformou o
Maranhão numa Capitania Hereditária, dividindo o comando do estado com filhos,
parentes e agregados. O clã tornou-se milionário, enquanto o Estado foi deixado
na rabeira, o mais atrasado, o pior nos índices IDH. Embora envolvido em muitos
processos, inclusive em delações do Lava-Jato, jamais foi condenado, graças aos
afilhados que alocou em todas as instâncias da Justiça. Fodeu com o Maranhão, tentou fazer o mesmo com
o Amapá, porém, seu grande feito, foi como Presidente do Brasil, que com seus
planos mirabolantes levou-nos a hiperinflação e ao retrocesso econômico e
social. Atualmente fazendo retiro
espiritual.
Outro que
merece destaque é Renana Calheiros, o Cachaço das Alagoas, o campeão em processos
“cabeludos”, todos engavetados no STF, mofando até prescreverem, pois deve ter
muito o que contar sobre suas excelências. O Cachaço é foda, tem até minha admiração,
fez filho numa jornalista famosa, cuja manutenção ficou a cargo de uma
empreiteira. Justificando a multiplicação geométrica de seu patrimônio,
informou ao Fisco que suas vacas davam duas crias por ano, maravilha inexplicável,
pois o ciclo normal do gado vacum é de 11 meses. Demonstrou por notas fiscais “legítimas”,
que vendeu para um simples açougue de Maceió, num ano, alguns milhares de bois
para abate e comercialização, missão impossível para um minúsculo empreendimento.
No Processo do Lava-Jato, foi arrolado em diversos processos recebendo doações não
declaradas de empreiteiras para suas campanhas, além de outras maracutais e
propinas junto com o presidente da Transpetro. Renan teve mais de 20 processos
importantes no STF, a maioria absoluta anulada ou cancelada por decurso de
prazo. Hoje um homem limpo, probo, exemplo para seu filhote que segue suas
pegadas.
Jader
Barbalho também entra no meu rol de preferidos. Outro bamba em desviar dinheiro
público. Várias vezes eleito governador do Pará, desviou recursos da Sudam, do
estado, em conluio com empreiteiras, ficou tão manjado, que sou testemunha
dentro de um taxi em Belém, de uma declaração de seu filho, Helder,
entrevistado numa rádio de propriedade do pai, em meados dos anos 80, quando
declarou, que se o pai fosse novamente eleito para o governo, não mais
participaria de trambicagens (não lembro exatamente o termo que empregou, mas
entregou o passado obscuro do pai). O cabra é tão safado, que teve que
renunciar ao Presidência do Senado, peitado por ACM, que ameaçava expor seus
podres. Continua enganando os paraenses
que insistem em mantê-lo no Senado, e o filhote seguindo seus passos, duas
vezes no governo e atualmente como ministro de Mula, o maior ladrão de nossa
história.
Romero Jucá,
outro que surfou com todos os governos, parceiro fiel de Renan Calheiros, foi
figura importante nas negociatas do Congresso até ser finalmente rejeitado pelos
eleitores de Roraima em 2016. Também foi premiado com inúmeros processos e como
seu parceiro, jamais foi condenado por qualquer um deles. Livrou-se até mesmo
de um financiamento concedido por um banco regional, para ele e sua mulher construírem
uma granja, que jamais saiu do papel, mas o dinheiro foi embolsado pelo feliz
casal. Continua ativo no Congresso, dando assessoria a diversos parlamentares, provavelmente,
sobre as muitas formas de meter a mão no bolso da viúva.
Para não me
alongar demais, vou encerrar esta minúscula lista, onde faltam dezenas a serem
citados, com a figura do inesquecível, ímpar e única, grande cara de pau, Paulo
Maluf. Dentre todos nossos corruptos o mais sério, pois tudo o que prometia às
empreiteiras em troca de grana, depois de eleito, cumpria rigorosamente, tanto
que era considerado um “corrupto honesto”, homem de palavra. Apesar de ter
roubado muito, também fez muito por São Paulo, tendo sido em todas suas
passagens um bom prefeito, realizando obras viárias importes, desafogando o
pesado tráfego local. Jurava de pés juntos não ter contas em paraísos fiscais,
mas nunca autorizou ninguém a movimentá-las. Reserva para tempos difíceis. Se
fosse crucificado, poderíamos chamá-lo de o bom ladrão.
Outros
ficarão para uma próxima resenha.
Fora Mula!
José Roberto-
03/10/23
Ao ler este seu artigo, no meu escritório, em casa, peguei minha carteira de dinheiro e escondi. Depois fui ao esconderijo das minhas parcas poupanças para viagem ao exterior e verifiquei se dolares e Euro ainda estavam lá. Estavam e escondidos ainda. São tantos corruptos no seu texto que "Deus me livre" deles na minha casa e nos meus bolsos. “Pé de pato mangalô treis veis” é “vai de retro satanás, para bem longe”.
ResponderExcluirUm grande abraço ao velho amigo, paciente leitor de minhas crônicas e ótimo comentarista que sempre complementa meus escritos.
Excluirgima