A VOLTA DO IMPERADOR

A VOLTA DO IMPERADOR

 

Aproveitando a deixa do centenário de Nelson Rodrigues, que segundo consta foi também um ótimo cronista desportivo, volto ao tema futebol, para comentar sobre o retorno triunfante do “Imperador” Adriano, ao Flamengo.

Antes porem, já que mencionei Nelson Rodrigues, aproveito para citar notas e detalhes sobre seu jeito de escrever, que li durante essa semana nos jornais.

Consta, que Nelson era míope e não conseguia ver muito bem o que acontecia dentro de campo. Após o termino das partidas perguntava invariavelmente ao seu fiel amigo e escudeiro Armando Nogueira: “Armando, o que nós achamos do jogo”.

Nelson desenvolvia suas crônicas não se preocupando com a realidade do acontecido dentro do gramado, mas sim com as jogadas e firulas tecidas por sua fértil imaginação.

A única coisa que não podia alterar era o resultado da partida, porem, quanto aos meios para se chegar a tal, aí prevalecia sua história.

Bem, quanto a volta do “filho pródigo” as suas origens, aí sim é outra história.

Adriano é uma bomba de efeito retardado, um contrato de alto risco assumido por um desesperado Flamengo, que com essa jogada temerária tenta iludir sua imensa torcida.

O cara está mais roliço que um hipopótamo, culpa dos galões de cerveja que costuma empurrar goela abaixo, dando formato a uma pança invejável.

O excesso de peso é a causa natural dos seguidos problemas físicos, pois não há joelhos, calcanhar ou articulações que suportem tamanho esforço, ainda mais quando o obeso se põe em desabalada carreira(mesmo em câmara lenta).

Completando esse circulo vicioso, o Imperador é grande apreciador da vida noturna e de loiras “bombadas e popozudas”.

Um quadro bastante auspicioso, para o clube e sua torcida.

Pelo menos Adriano foi honesto e sincero, ao assinar com pompa e circunstância aquele que deverá ser seu ultimo contrato, admitindo, que nem ele mesmo “pode garantir que cumprirá a rotina de trabalho”.

Dispensar as “brejas, as popozudas, o embalo das madrugadas, para chegar cedo ao clube para treinar, é tarefa hercúlea, mais propícia a um jogador “crente” que ao imperador da esbórnia.

Em pouco tempo, teremos resposta para todas essas dúvidas e certezas.

Inveja mesmo é do salário do cara, 75 mil por jogo.

Mesmo que seja um por mês, já dá para quebrar o galho.

A dúvida fica sobre os detalhes.

Será que Adriano ganhará integralmente por partida, ou “pro rata tempore”?

Ou seja, pelos minutos efetivamente jogados, ou melhor explicando, pelo tempo que permanecer em campo, porque jogar mesmo, estou pagando para ver.

Talvez, só mesmo olhando o rotundo jogador com os olhos do Nelson, romanceando essa enrascada em que esta se metendo o glorioso “Mengão”.

 

José Roberto- 23/08/12