QUARENTENA- DIA 92- QUE FALTA ME FAZ UM XODÓ
Vick, meu fiel escudeiro e xodó da família, nos deixou há
mais de um ano, contudo ainda sentimos sua presença em nossa casa.
Lendo de madrugada no “trono”, vendo TV, almoçando, chego a
imaginá-lo junto a meus pés, deitado, ou com os olhos de pidão aguardando um
pedaço que nunca lhe neguei, mesmo sob protesto geral, pois cães de raça, em
tese, deveriam comer apenas ração.
Comia um pouquinho de tudo e as vezes passava mal. Não
resistia a seus olhares, sendo crucificado por minha família, que metia o pau
na minha teimosia e burrice.
Desde que ele se foi, deixei de dar caminhadas até a
Praçinha da Macumba, de acompanhar o maravilhoso ciclo da natureza; admirar a
Pitangueira que dá frutos o ano todo, o imponente Tamarineiro, que milagrosamente
produz tamarindos bem docinhos; a imensa Jaqueira da Praça, as dezenas de
Coqueiros que esparramam seus coquinhos “catarro” amarelado, pelas calçadas, e também
no começo da primavera, alem das flores dos inúmeros jardins, os primeiros
cantos das cigarras, anunciando a chegada da nova estação.
Perdi uma parte saudável de minha rotina e sinto falta.
O assunto veio a baila, porque meu filho que também adorava
o Vick, nos enviou um mensagem contendo a foto de um cãozinho que iria ser
entregue a Suipa(abrigo para cães abandonados), pois o dono iria mudar, sem
condições de levar o cachorrinho. Estava portando sendo oferecido em doação a possíveis
interessados, e meu filho, conhecedor de nossa carência, fez seu lance.
Regina, que vem se contendo a duras penas, sofrendo por não
arranjar outro “valente” vigia e companheiro, contra atacou, dizendo que aceitaríamos
o cãozinho, desde que Junior abrisse mão das viagens no Carnaval, Semana Santa
e Feriados prolongados, pois jamais deixamos nosso cão sozinho ou em abrigos
temporários. Sempre com um membro da família.
Com Vick, Júnior desempenhava esse papel, se bem que algumas
vezes tivemos que improvisar, causando-nos aborrecimentos.
Nosso filho “acusou o golpe” e até o momento está se fazendo
de desentendido, na moita.
Coincidentemente, agora pela manhã, nossa filha Fernanda(mãe
do casal de gênios), enviou um zap, em função de alguns vídeos que lhe encaminho,
dizendo que sentia que eu estava querendo um “dog”.
Acertou na mosca, embora já saiba disso há muito tempo.
Esse desejo latente tem altos e baixos. No momento com viés de
alta.
Depende apenas da assinatura do filhão no termo de acordo.
José Roberto- 17/06/20
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