QUARENTENA- DIA 80- POVINHO DANADO

QUARENTENA- DIA 80- POVINHO DANADO

Comemoro hoje a “oitentena”. Oitenta dias semi-confinado, porque nesse longo período jamais deixei de dar minhas escapadas aos supermercados e farmácias.

Em casa, quem respeita o isolamento social são meus filhos e minha mulher. Embora em idade de risco, não dou muita bola para esse “gripezinha”.

Reconheço que nunca lavei tanto as mãos como nesses oitenta dias, não por falta de asseio, pois sempre fui limpinho, mas minhas digitais que já estavam desgastadas com a idade. agora sumiram. Está foda tirar grana nos caixas eletrônicos.

Espero que antes da “centena” a situação já esteja razoavelmente normalizada.

Diz a lenda, que Deus quando fez o Brasil, criou um país maravilhoso, com flora, fauna, rios e florestas invejáveis, livre de terremotos, maremotos, um país de causar inveja ao resto do mundo, mas, para compensar... instalou aqui um povinho filho da mãe.

O exemplo clássico da qualidade sofrível do nosso povo, são os políticos que escolhemos para nos representar, sempre a escumalha, malandros e corruptos das piores estirpes.

Mesmo em momentos de uma grande crise como essa que atravessamos, se políticos e autoridades desviam dinheiro que deveria ser utilizado para compra de equipamentos e construção de hospitais, o povinho não fica atrás.

O Auxilio Emergencial de 600 pratas, lançado pelo governo para socorrer trabalhadores ambulantes, autônomos sem carteira assinada e outros profissionais que ficaram sem renda nesses tempos de pandemia, com estimativa de atender entre 40 e 50 milhões de brasileiros necessitados, despertou a cobiça e má fé da maioria do nosso povinho, pois segundo informações de um funcionário da Caixa, se cadastraram para receber o benefício 170 milhões de pessoas.

Embora sabendo não ter direito ao auxilio, tentaram mamar nessa boquinha aposentados, pensionistas, mulheres com carteira assinada que recebiam auxilio natalidade, pessoas que recebiam auxílio desemprego, militares, funcionários públicos, presidiários e outros espertalhões de diversas modalidades.

Se houve alguma demora para concessão do benefício aos realmente necessitados, a culpa não pode ser atribuída a Dateprev ou Datamec, assoberbadas por filtrar tamanha demanda.

Mesmo passando pente fino, estima-se que mais de 8 milhões de benefícios irregulares foram concedidos e que os espertalhões, a medida que forem identificados, terão que devolver a bufunfa recebida indevidamente.

Difícil vai ser recuperar dos 27 mil foragidos da justiça que meteram a mão nessa grana.

Povinho danado!

José Roberto-04/06/20