SE ARREPENDIMENTO MATASSE...
Quem sou eu para dar palpite na vida de um sujeito brilhant
que vinha realizando um trabalho magistral, pois “nunca antes na história desse
país” havia acontecido algo semelhante; porem Sergio Moro e sua equipe
demonstrou ao país e ao mundo, que mesmo numa república de bananas, as vezes a
justiça dá certo.
Uma combinação fortuita de pessoas honestas e bem
intencionadas, por desígnios do alem, descobre um relés fio de uma meada, que
em sua ponta num pequeno posto de gasolina ao final do novelo, contem a chave que
possibilitará a abertura dos escaninhos secretos da corrupção avassaladora que
devorava as entranhas financeiras do país.
Juiz, Promotores, Policia Federal, com voluntarismo dos
jovens que sonham com um Brasil melhor, investiram contra forças e barreiras
até então intransponíveis, provando que quando há boa vontade, firmeza de propósitos
e acima de tudo honestidade, até moinhos de ventos se dobram diante do
quixotismo idealista de verdadeiros patriotas.
Como nunca dantes, políticos, empresários, administradores
públicos, a fina flor dos corruptos que se consideravam intocáveis, sentiu no
lombo o peso da justiça, até então reservado apenas aos pobres.
A façanha desse grupo de Curitiba, contagiou outros
magistrados que seguiram na mesma toada, despertando no coração dos brasileiros
esperanças há muito perdidas.
Mas... sempre tem um mas.
Difícil entender como uma pessoa aparentemente racional e
centrada como o juiz Sérgio Moro, sentiu-se atraído por um posto em teoria mais
importante, porem sujeito a pressões políticas e subordinado a uma pessoa
honesta e idealista, porem sem freios, imediatista, mal educada, batendo no
peito para mostrar “quem é que realmente manda”.
Sob a forte luz dos holofotes da mídia tendenciosa e da oposição
vermelha, o Ministro enfrenta novos dragões, sem poder fazer valer de imediato suas
decisões, pois como Ministro da Justiça as propostas anti-corrupção, alem de passar sobre o crivo do Capitão, teriam
que ser aprovadas por um Congresso conspurcado, repleto de marginais que não
tem o menor interesse em aprovar regras que os prejudicarão no futuro.
Pelo rosto cansado e pela expressão sofrida, tendo que se sujeitar
a debates com políticos desqualificados e vendo seus projetos serem
desfigurados por esses canalhas, Moro deve estar vertendo lágrimas secretas de
arrependimento.
Esqueceu, que nossa política é uma pocilga onde porcos chafurdam
na lama e mesmo os bem intencionados que se aproximam dessa imensa vara de suínos,
por mais cuidadosos que sejam, são respingados com dejetos fétidos e putrefatos
que contaminam até a alma dos justos.
Não será fácil achar uma saída honrosa que não prejudique
seu belo currículo.
Ah se pudesse voltar no tempo!
Ah se arrependimento matasse!
José Roberto- 18/08/19
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