O REGABOFE DO MARCELO
Desde que recebi o irrecusável convite para a churrascada do
meu amigo e parceiro de tênis, Marcelo, dia 04/10, iniciei uma dieta especial
de baixa caloria, pois precisava mesmo perder uns quilinhos, me preparando para
a festança do dia 20.
Foram 16 dias de ansiedade, de preparativos, de acertos com
as comitivas de Itanhaém e Piracicaba, deixando tudo nos trinques para o dia da
festança.
Quase não dormi na véspera e acostumado a acordar bem cedo,
exorbitei devido a excitação, pois as três da matina já estava desperto e
tomando um café bem de leve, com duas bolachas, pois nesse dia especial, meu
bucho estava reservado para os quitutes da festa de aniversário do meu querido amigo.
Pelo whats app da turma, combinamos uma rápida partida de tênis,
para as 9,00 horas, pois tínhamos compromissos antes da comilança. Marcelo
recebendo convidados e parentes, eu aguardando os esganados que vinham do
interior e do litoral paulista.
Bom jogo de duplas, eu e Marcelinho(foguetinho), contra
Juarez(ex-bichado) e Paulinho(explicadinho).
Depois de abrirmos 5x2, neguei fogo na hora de fechar, talvez
devido a fraqueza resultante da dieta e do jejum forçado e Marcelo preocupado
com os preparativos, também jogou aquém de suas excepcionais qualidades.
Acabamos perdendo para uma dupla bem inferior(ehehehe).
Coisas inexplicáveis do esporte(uma caixa de surpresas).
Terminamos as 10,30 horas, subindo rápido para o banho e
para colocar a fatiota que o importante e gastronômico evento requeria.
Arrumado, gumex no cabelo e perfumado, fiquei de plantão na
varanda dos fundos a partir das 12,30 h, pois a festança estava marcada para iniciar
às 14,00 horas.
Nesse meio tempo, falava por telefone com as caravanas que
já haviam passado por Aparecida, onde agradeceram a padroeira pelo inestimável convite,
pois a maioria iria debutar na cidade maravilhosa.
As 13,30 já não aguentava mais. Ansiedade e fome imensa, barriga
roncando e pescoço doendo de tanto ficar espichado, olhando a movimentação na
churrasqueira, aguardando os primeiros sinais de fumaça e cheiro de lingüiça quase
no ponto.
Apesar das restrições de minha mulher, do conselho dos
filhos para ter juízo, não aguentei e exatamente às 14,00 horas descemos para a
churrasqueira.
Obviamente fomos os primeiros a chegar, gentilmente
recepcionados por Marcelinho, que educadamente disse que já estava sentindo
minha ausência.
Antes de sentar, passei os olhos gulosamente pelo local,
admirado com a quantidade e qualidade dos destilados, uísques todos de 12 anos
para cima, licores, vodkas, cachaça de primeira e uma infinidade de opções.
Pedi logo uma caipirinha sob os olhares reprovadores de Regina que me cutucou e
lembrou baixinho: cuidado com as bebidas.
Sentamos e fomos imediatamente servidos, cerveja, lingüiça,
drumete, coração, carnes e batatinha que ataquei com vigor, pois as lombrigas
saltitavam e davam cabeçadas nas minhas tripas.
Aos poucos foram chegando os convidados do aniversariante e alguns
membros da turma. Falando pouco, mas comendo e bebendo muito, nossa mesa foi
crescendo.
No pedaço Juarez e esposa, Paulinho chegou logo depois, a
conversa fluía, a bebida e comida rolava farta e eu enchia o barrigão com
prazer e gulodice.
O ultimo da turma a chegar foi Miguel, totalmente afônico,
não sei o que andou aprontando, pois falava com uma voz tão abafada que eu,
meio surdo, não conseguia entender patavina. Talvez tenha se esgoelado em
alguma parada pró Bolsonaro.
Quem me impressionou foi Juarez, fingido, que só bebe coca
cola após nossos jogos. Rasgou a fantasia e pelas minhas contas pouco
confiáveis, mandou goela baixo ao menos umas 15 caipirinhas de morango, até
acabar com o estoque da fruta. Paulinho deu também uma pequena ajuda, enquanto Miguelito
roufenho, se fartava com batidas de lima da pérsia.
Lembrei de ligar para o pessoal da estrada, que informaram
estar retidos no início da Linha Vermelha, por uma patrulha que tinha ordem de
segurar todos os carros e ônibus com placa de Itanhaém e Piracicaba.
Algo me cheirou mal, pois meus parentes teriam que retornar
a seus destinos, impossibilitados de se refestelar e conhecer a cidade
maravilhoso.
Suspeito de alguma trama secreta de Marcelinho, temendo a
quantidade e voracidade dos convidados extras.
Os infelizes retornaram desarvorados e de barriga vazia,
contentando-se com alguns sanduiches devorados coma avidez num posto qualquer
da Dutra.
Azar de alguns, sorte de outros, pois sobrou mais para os
convivas presentes e aos demais que conseguiram chegar ao aprazível e gastronômico
local.
Eu comendo e bebendo, fiquei chateado com a ausência de
Carlos K. e do Edmar mãos de tesoura, que nem ao menos deram um ligada para
justificar a ausência.
Como síndico e presidente da turma do tênis, estou pensando
na punição a ser aplicada aos dois faltosos mal educados.
Noves fora o episodio do bloqueio na Linha Vermelha,
Marcelinho e sua jovial e bela esposa, que organizou o espetacular evento, merecem vivas, loas, parabéns
e muito mais, pois tudo correu nos trinques, o regabofe foi mesmo de lascar e
porreta(como diria Lorena).
Subi após as 18,00 horas, completamente satisfeito e
manguaçado, creio que dessa vez sem dar vexame, ao menos que me lembre.
Um evento de alto calibre que deveria ser copiado pelos
demais e pães duros membros da turma.
Marcelinho nota 10.
José Roberto- 22/10/18
E.T.- Esqueci de mencionar que Peter, o mais novo membro da turma, egresso do Sonata, não compareceu, mas antecipadamente justificou sua ausência, pois tinha compromissos inadiáveis em Londrina. Tudo Ok desde que não esqueça do presente.
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