O JUIZ QUE QUERIA SER DEUS
Na boca da povo, a justiça do nosso país é feita de
encomenda para proteger os ricos e castigar os ladrões de galinha.
Exageros a parte, cidadãos de luxo e do lixo, desde que
tenham grana e contratem bons advogados, conseguem postergar decisões judiciais
com recursos infindáveis, levando o desfecho do processo as “calendas”.
Quando o próprio juiz manipula a justiça a seu favor,
sobrepondo-se ao direito, as leis e a sociedade, aí sim, a situação transforma-se
num acinte.
Em fevereiro de 2011, o juiz João Carlos de Souza Correa foi
parado numa “blitz” da Lei Seca no Leblon(Rio de Janeiro).
O senhor juiz dirigia um Land Rover(carrinho hem!!!!) sem
placa, sem licenciamento e sem a carteira de motorista.
A agente de trânsito que fazia a autuação, Luciana
Tamburini, antes mesmo do teste do bafômetro, informou ao juiz que seu carro
teria que ser rebocado, diante do volume de infrações cometidas.
O juiz esperneou, reclamou, tentou dar uma carteirada,
ameaçou a agente que retrucou, que um juiz deveria conhecer a lei, e que apesar
de “juiz, não era Deus”.
Endiabrado e aos gritos, o juiz deu ordem de prisão a
agente, solicitando a guarnição da PM que dava cobertura a “Blitz”, o
encarceramento dessa vã mortal, que ousou desafiar os poderes divinos da
magistratura.
Sabiamente, o Tenente da PM que comandava a operação, não
cumpriu a ordem do colérico magistrado, conduzindo os querelantes para a
delegacia mais próxima, onde foi lavrada a ocorrência.
Inconformado, o juiz nervosinho entrou com um processo
contra a agente, alegando abuso de autoridade e solicitando reparação por danos
morais.
O processo deve ter transitado rapidamente em primeira
instancia, dando ganho de causo ao juiz.
Todavia, o assunto ganhou os holofotes, quando em segunda
instância, o relator do processo, desembargador José Carlos Paes, confirmou a
condenação de Luciana por abuso de autoridade, ao afirmar que “juiz não é
Deus”, mesmo que o juiz estivesse infringindo na ocasião pelo menos três
importantes artigos do código de trânsito.
Numa clara e inequívoca demonstração de corporativismo
explicito, o desembargador condenou a ré, a pagar ao senhor juiz, 5 mil reais
por danos morais.
O caso esdrúxulo e surreal explodiu na mídia, surgindo uma
vaquinha virtual, que em dois dias arrecadou mais de 10 mil reais, para cobrir
as custas do processo, cuja apelação está sendo encaminhada para apreciação
final no STJ.
Sem analisar com maior profundidade os méritos do
desembargador e sua estrábica visão da justiça, tudo leva a crer, que esse juizinho
que queria ser Deus vai se dar muito mal.
No ano passado, foi novamente parado numa Blitz,
recusando-se a fazer o teste do bafômetro, tendo a carteira apreendida e
suspenso o direito de dirigir por um ano.
Já havia sido flagrado anteriormente, usando giroscópio e
sirene em seu carro particular, para driblar o congestionamento em horário de
rush.
Esse mesmo juiz, já havia se metido em trapalhadas mais
sérias e nebulosas, na Comarca de Búzios, em processo fundiários, com decisões
questionáveis que foram alvo de investigações do CNJ.
Todavia, esse mesmo CNJ que arquivou seus processos
anteriores, está levando o caso atual, em tese abordando assunto de menor
importância, de forma mais rígida, pois esse “evidente abuso de autoridade e
corporativismo exacerbado”, denigre a classe como um todo.
Juiz não é super-homem, nem Deus.
É um cidadão comum, investido de poderes especiais para
interpretar e aplicar as leis, devendo por ofício, ter conduta ilibada, tanto
nos atos formais, como na vida privada.
Esperamos que esse juizinho metido a besta se ferre, se bem
que, mesmo ferrado, sairá numa boa.
Uma eventual aposentaria compulsória, com salário garantido.
Punição exemplar, eh, eh, eh,.......
José Roberto- 06/11/14
Dentre a classes corporativistas, a dos juizes é uma das mais forte, onde prevale realmente o "L'Esprit de Corps".
ResponderExcluirJuiz cassado tem que perder todos os direitos, inclusive os salarios,
Aposentadoria compulsória remunerada é o sonho de todo brasileiro.
O judiciário brasileiro afronta a sociedade brasileira. Não sei onde vai parar tudo isso. Agora mesmo estão pleiteando e estão conseguindo um aumento salarial. O juiz do STF, maioria colocados pelo PT, passarão para R$35000,00 os seus salários, fora outras coisas mais que desconhecemos. Lógico que haverá efeito cascata e todo o judiciário será "premiado" com aumentos significativos. Como diz o Boris Casoy: " Isto é uma vergonha!".
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