A DERRADEIRA CRÔNICA
Tenho absoluta certeza, que pelo menos um dos meus minguados
leitores ficaria muito feliz se o título fosse levado ao pé da letra.
Esse leitor em particular anda sumido.
Ou se aborreceu de vez com meus textos, ou prefere curtir
seu desagrado em silêncio, sem se manifestar.
Sinto falta de seus estrilos.
Esclareço, a quem interessar possa, que essa é apenas a
última crônica do ano, pois entrarei em recesso até meados de janeiro,
afastando-me dessa terrível e viciante máquina, o computador.
As vésperas de um Natal, que espero seja feliz para todos,
2013 agoniza.
Num balanço geral, entre lucros, perdas e danos, encerro num
empate técnico.
Um ano de disputas, querelas, pendengas, deixando vislumbrar
uma fraca luzinha no final do túnel, suficiente para que as esperanças não
feneçam.
Todavia, no plano espiritual e emocional, um ano quase
perfeito, com estreitamento dos laços afetivos, com a família ainda mais unida,
finalmente acrescida por uma “coisinha” especial, um presente fofinho, a netinha
que tanto esperávamos.
O país tropeça na mesmice de um governo tacanho, palrador, que
gasta muito mais em propaganda que em obras efetivas, cuja única preocupação é
a perpetuação no poder, associando-se a políticos corruptos e inescrupulosos
sem o menor constrangimento.
O Congresso Nacional continua exatamente na mesma,
evidenciando que continua a dar “bananas” para os eleitores, preocupados apenas
em aumentar vantagens pessoais, dignos representantes do PIP(Partido do
Interesse Próprio). Continua valendo a máxima, ou mínima: “Justamente de onde
menos se espera, é daí que não sai mesmo nada”.
Ao menos, nossa morosa justiça deu um passo à frente.
A condenação dos mensaleiros, graças ao esforço estóico do Ministro Joaquim
Barbosa, com a colaboração de outros dois ou três ministros de boa cepa, fez
cair por terra as dúbias pretensões dos Lewandowiski e Toffolis da vida,
imbuídos em inocentar bandidos perigosos, do quilate de um José Dirceu.
Difícil entender, porque as maiores penas foram atribuídas
aos operadores e colaboradores do sistema mafioso, engendrado por Dirceu e sua
gangue, com a finalidade de saquear os cofres públicos.
Em condições normais de temperatura e pressão, o mentores
deveriam ser punidos com as penas mais rigorosas.
Mesmo assim o sistema judiciário marcou pontos positivos,
provando, que as vezes, a justiça é realmente para todos.
Até o aguardado “Toplezasso”, prometido para o final de
semana em Ipanema, foi um fracasso.
Ameacei comparecer, para prestigiar a moçada que botaria os
peitos para fora, sendo demovido por apenas um olhar atravessado de Dona
Regina, alem da velada ameaça de alguns cascudos.
Pelas fotos, não perdi grande coisa.
Apenas uma meia dúzia de “peitudas” deixaram suas mamas ao
vento, cercadas por milhares de babões curiosos, desiludidos com o fracasso do
movimento do “peito livre”.
O Toplezasso foi articulado em protesto contra a polícia do
Rio, que proibiu filmagens para um comercial, onde uma jovem artista desnudava
seus seios perante as câmeras e alguns curiosos de ocasião.
Nossa polícia é mesmo uma piada.
Ao invés de se preocupar em reprimir os assaltos e arrastões
que costumeiramente ocorrem nas praias, reprime a exposição da beleza, da
estética corporal, do charme sedutor dos mamilos tremulando ao vento.
Por essas e muitas outras, o ano chega ao fim em boa hora.
Com nosso natural otimismo, sempre esperamos que o ano novo
seja melhor que aquele que termina.
Retiro desse otimismo os votos que formulo a todos meus
amigos, pacientes e fieis leitores.
Que 2014 seja realmente melhor, que sejamos campeões do
mundo apesar da grana desperdiçada, que ao menos parte de nossas aspirações
sejam alcançadas, e que apesar de tudo, jamais deixemos de sonhar.
José Roberto- 23/12/13