quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

A DEGRADAÇÃO DA CIDADE QUE JÁ FOI MARAVILHOSA

 

                               (OS DOIS GERADORES QUE TIVERAM SEUS CABOS ROUBADOS)


A DEGRADAÇÃO DA CIDADE QUE JÁ FOI MARAVILHOSA

 

Moro no Rio de Janeiro desde 1978, um caipira do interior paulista, que na juventude ficava deslumbrado ao ver as fotos da cidade, dos bailes de carnaval com mulheres lindas, desnudas, estampadas nas revistas Cruzeiro e Manchete, sem esquecer das beldades que com muita ou pouca roupa, disputavam a primazia de ser brasileira mais bela, representando o país nos memoráveis concursos de Mis Universo.

Quis o destino ou o trabalho, que meus sonhos de adolescente tornassem realidade, num outro contexto, com 34 anos, casado, pai de dois de filhos, com dinheiro justo para as despesas e um pouquinho para lazer, mas com as praias, praças e parques da cidade, livres e abertos, locais frequentados pela família com segurança e tranquilidade. Naquela época, a impressão ou a saudade, é que até o clima era bem melhor, com um verão quente mas suportável, inverno fraquinho, sem os arrepios do inverno paulista, com os agasalhos aposentados, relegados ao fundo dos armários.

Até o primeiro governo do caudilho Brizola, o Rio de Janeiro justificava a fama de ser uma cidade maravilhosa, onde muita gente vivia com muito pouco, pois tudo era melhor, a segurança, o ensino público, o sistema de saúde, porem, a partir de 1983, a situação começou a degringolar, com o governador populista, entregando o domínio dos morros e das favelas ainda não tão populosas, aos bandidos, proibindo as policias de “subir os morros”.

A bandidagem, sentindo a fraqueza intencional ou não do poder público, se organizou, comandada por ex-militares e ex-policiais expulsos das corporações, incrementou o tráfico em seus domínios, agora livres das incursões, tomando conta total dos morros nos quais as favelas se penduravam, iniciando um ciclo expansionista com a derrubada da floresta nativa, facilitando a construção de novos barracos e prédios mambembes, que perigavam no período das chuvas intensas.

Percebendo o terreno fértil, outra banda podre de ex-militares, bombeiros e assemelhados, se juntaram formando as famigeradas Milícias, que passaram a operar clandestinamente (gatos) na distribuição de energia elétrica, serviços de TV a cabo, venda de gás engarrafado e demais serviços prestados nessas comunidades.

No início da dominação, as facções dos traficantes e as milícias, conviviam em razoável harmonia, porem invejosas e cobiçando aumentar suas áreas de atuação, iniciaram um interminável guerra com tentativas de invasões de territórios alheios, causando insegurança e muitas mortes de pessoas inocentes, atingidas pelos tiroteios e balas perdidas.

Essa situação de beligerância extrapolou as áreas das favelas, reverberando em bairros mais afastados e nas periferias, onde o crime organizado, muito bem armado, passou a atuar com violência, vendendo proteção ao comércio, cobrando “taxas” para construção de prédios, enfim agindo como o verdadeiro poder público dessas regiões.

A situação piorou ainda mais nesse terceiro governo Mula, o maior ladrão de nossa história, com um de seus ministros capachos do STF, proibindo a Policia Militar de fazer incursões nos morros, sem comunicação previa ao Ministério Público, moleza que atraiu bandidos e traficantes perigosos de outros estados, encontrando aqui refúgio seguro.

Como se não bastassem os traficantes e milicianos instalando um clima de insegurança total, inclusive nos bairros mais caros da zona sul, assistimos perplexos roubos, assaltos e crimes por toda a cidade, obviamente com maior ocorrência nos bairros mais distantes e nas favelas, numa escalada que não tem fim.

Roubo comum e que prejudica principalmente o povão, morador nos subúrbios, dependendo do transporte público para chegar ao trabalho, é a desavergonhada roubalheira de cabos, fios e equipamentos dos Trens e do Metrô, impedindo temporariamente sua circulação, causando sérios transtornos aos usuários. Fato que se repete diariamente, sendo filmado, porem sempre com a polícia chegando atrasada ao local.

Até a fiação dos sinais de trânsito são roubadas, causando obviamente tumulto, engarrafamentos e acidentes.

O absurdo dos absurdos ocorreu nessa madrugada, onde ladrões especializados, roubaram cabos de 2 grandes geradores, utilizados para emergências, suprindo a falta de energia, de uma importante UPA de Botafogo, colocando em risco doentes que estão na UTI e aqueles que necessitam de operações e atendimentos delicados emergenciais. Pelo estrago causado, devido a burocracia, a UPA ficará em condições de risco por vários dias.

O furto de cabos é um infração grave e deveria ser considerada inafiançável, tendo em vista o prejuízo que causa, colocando também em risco vidas de terceiros.

A solução para esse crime hediondo é simples, bastando endurecer as penalidades e fiscalizar os Ferro Velhos, que compram esses tipos de “sucata”, abundantes na periferia, estabelecendo o credenciamento e controle efetivo.

Prefeitura, Governo Estadual e bandidos, compactuam com essa desordem atual.

Fora Mula!

 

José Roberto- 22/01/25

 

  

 


2 comentários:

  1. Análise perfeita, retratando a degradação da Cidade mais bonita do Brasil. Triste, mas absoluto verdadeiro seu relato.
    Só nos resta, pedir ao Cristo Redentor dar um giro em seu abraços, e abençoar a Cidade Maravilhosa.

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  2. Concordo plenamente com o seu texto. Infelizmente, o que já vem ocorrendo no Rio de Janeiro está se espalhando pelo Brasil, principalmente nas grandes cidades. A continuar este pessoal que se apossou do poder no Brasil, o nosso destino está fadado também a degradação.

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