(OS DOIS GERADORES QUE TIVERAM SEUS CABOS ROUBADOS)
A DEGRADAÇÃO
DA CIDADE QUE JÁ FOI MARAVILHOSA
Moro no Rio
de Janeiro desde 1978, um caipira do interior paulista, que na juventude ficava
deslumbrado ao ver as fotos da cidade, dos bailes de carnaval com mulheres
lindas, desnudas, estampadas nas revistas Cruzeiro e Manchete, sem esquecer das
beldades que com muita ou pouca roupa, disputavam a primazia de ser brasileira
mais bela, representando o país nos memoráveis concursos de Mis Universo.
Quis o
destino ou o trabalho, que meus sonhos de adolescente tornassem realidade, num
outro contexto, com 34 anos, casado, pai de dois de filhos, com dinheiro justo
para as despesas e um pouquinho para lazer, mas com as praias, praças e parques
da cidade, livres e abertos, locais frequentados pela família com segurança e
tranquilidade. Naquela época, a impressão ou a saudade, é que até o clima era
bem melhor, com um verão quente mas suportável, inverno fraquinho, sem os
arrepios do inverno paulista, com os agasalhos aposentados, relegados ao fundo
dos armários.
Até o primeiro
governo do caudilho Brizola, o Rio de Janeiro justificava a fama de ser uma
cidade maravilhosa, onde muita gente vivia com muito pouco, pois tudo era melhor,
a segurança, o ensino público, o sistema de saúde, porem, a partir de 1983, a
situação começou a degringolar, com o governador populista, entregando o domínio
dos morros e das favelas ainda não tão populosas, aos bandidos, proibindo as
policias de “subir os morros”.
A bandidagem,
sentindo a fraqueza intencional ou não do poder público, se organizou,
comandada por ex-militares e ex-policiais expulsos das corporações, incrementou
o tráfico em seus domínios, agora livres das incursões, tomando conta total dos
morros nos quais as favelas se penduravam, iniciando um ciclo expansionista com
a derrubada da floresta nativa, facilitando a construção de novos barracos e
prédios mambembes, que perigavam no período das chuvas intensas.
Percebendo o
terreno fértil, outra banda podre de ex-militares, bombeiros e assemelhados, se
juntaram formando as famigeradas Milícias, que passaram a operar
clandestinamente (gatos) na distribuição de energia elétrica, serviços de TV a
cabo, venda de gás engarrafado e demais serviços prestados nessas comunidades.
No início da
dominação, as facções dos traficantes e as milícias, conviviam em razoável harmonia,
porem invejosas e cobiçando aumentar suas áreas de atuação, iniciaram um
interminável guerra com tentativas de invasões de territórios alheios, causando
insegurança e muitas mortes de pessoas inocentes, atingidas pelos tiroteios e
balas perdidas.
Essa
situação de beligerância extrapolou as áreas das favelas, reverberando em
bairros mais afastados e nas periferias, onde o crime organizado, muito bem
armado, passou a atuar com violência, vendendo proteção ao comércio, cobrando “taxas”
para construção de prédios, enfim agindo como o verdadeiro poder público dessas
regiões.
A situação
piorou ainda mais nesse terceiro governo Mula, o maior ladrão de nossa
história, com um de seus ministros capachos do STF, proibindo a Policia Militar
de fazer incursões nos morros, sem comunicação previa ao Ministério Público,
moleza que atraiu bandidos e traficantes perigosos de outros estados,
encontrando aqui refúgio seguro.
Como se não
bastassem os traficantes e milicianos instalando um clima de insegurança total,
inclusive nos bairros mais caros da zona sul, assistimos perplexos roubos,
assaltos e crimes por toda a cidade, obviamente com maior ocorrência nos
bairros mais distantes e nas favelas, numa escalada que não tem fim.
Roubo comum
e que prejudica principalmente o povão, morador nos subúrbios, dependendo do
transporte público para chegar ao trabalho, é a desavergonhada roubalheira de cabos,
fios e equipamentos dos Trens e do Metrô, impedindo temporariamente sua
circulação, causando sérios transtornos aos usuários. Fato que se repete
diariamente, sendo filmado, porem sempre com a polícia chegando atrasada ao
local.
Até a fiação
dos sinais de trânsito são roubadas, causando obviamente tumulto,
engarrafamentos e acidentes.
O absurdo
dos absurdos ocorreu nessa madrugada, onde ladrões especializados, roubaram
cabos de 2 grandes geradores, utilizados para emergências, suprindo a falta de energia,
de uma importante UPA de Botafogo, colocando em risco doentes que estão na UTI
e aqueles que necessitam de operações e atendimentos delicados emergenciais.
Pelo estrago causado, devido a burocracia, a UPA ficará em condições de risco
por vários dias.
O furto de
cabos é um infração grave e deveria ser considerada inafiançável, tendo em
vista o prejuízo que causa, colocando também em risco vidas de terceiros.
A solução
para esse crime hediondo é simples, bastando endurecer as penalidades e
fiscalizar os Ferro Velhos, que compram esses tipos de “sucata”, abundantes na
periferia, estabelecendo o credenciamento e controle efetivo.
Prefeitura,
Governo Estadual e bandidos, compactuam com essa desordem atual.
Fora Mula!
José
Roberto- 22/01/25
Análise perfeita, retratando a degradação da Cidade mais bonita do Brasil. Triste, mas absoluto verdadeiro seu relato.
ResponderExcluirSó nos resta, pedir ao Cristo Redentor dar um giro em seu abraços, e abençoar a Cidade Maravilhosa.
Concordo plenamente com o seu texto. Infelizmente, o que já vem ocorrendo no Rio de Janeiro está se espalhando pelo Brasil, principalmente nas grandes cidades. A continuar este pessoal que se apossou do poder no Brasil, o nosso destino está fadado também a degradação.
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