APAGUEM A
LUZ
Se não me
falha a memória(vive negando fogo), na crise energética de 2001, todos os
consumidores regulares receberam uma quota de consumo mensal, calculada sobre a
média dos últimos 6 meses, com um desconto de 20%, pois tínhamos que contribuir
com nossa quota de sacrifício.
Estabeleci
em casa um regime barra pesada. Ar condicionado só em última instância, por
curtos períodos. Controle rígido da máquina de lavar e das luzes, na época substituídas
pelas econômicas PL.
Acompanhava
o consumo de nossa residência diariamente, no final da tarde, lendo e anotando
a leitura do medidor, pois caso as quotas fossem ultrapassadas, a multa era
pesada.
Ficava
invocado, quando de nossa varanda olhava ao longe, as favelas da Rocinha e do
Vidigal destoando do resto dos bairros da zona sul, ultra iluminadas, enquanto vivíamos
a meia luz.
Império de
ligações clandestinas e rabichos, o pessoal das favelas não se preocupava com
quotas, pois pouquíssimos estavam ligados de forma regular. A absoluta maioria,
conectada a rede através de “gatos”, num emaranhado de fios de causar espanto,
jamais pagou uma conta de energia elétrica.
Hoje,
atravessando uma nova crise embora não tão grave como a de 2001, olho novamente
para os morros ao longe, constatando o impressionante crescimento das duas
favelas, destruindo a abundante vegetação local, sem qualquer interferência do
poder público.
Se em 2001
já era difícil regularizar os furtos de energia, atualmente, com o tráfico e as
milícias altamente organizadas e dominando todas as comunidades, é impossível aos
eletricistas da Light entrar na área e efetuar um corte de ligação clandestina.
Se algum
tresloucado chegar a tal ponto, subindo num poste para acabar com as
gambiarras, certamente não descerá por moto próprio, sendo abatido no ato.
Essa
expansão exagerada das favelas, é fruto da intervenção estúpida de um diretor
da Light, funcionário da Eletrobras que conheci pessoalmente, um cretino que acabou
com a medição em grosso(alta tensão) no pé das favelas, permitindo levar a rede
primaria para o meio das comunidades, instituindo o domínio das gambiarras e
dos consumos gratuitos. Já escrevi um texto dando nome aos bois e esclarecendo
o assunto.
As perdas de
energia na cidade do Rio de Janeiro, consideradas não técnicas, correspondem a
aproximadamente 25% do consumo global do município. Esse prejuízo, também
chamado de perdas comerciais, é rateado nas tarifas.
É uma grande
sacanagem, pois a deficiência no combate as fraudes pela concessionaria, não
lhe causa prejuízos, sendo repassada e coberta pelos consumidores regulares.
Dando uma
olhada em minha conta de luz, percebo que aproximadamente, 1/3 refere-se ao
ICMS, outro 1/3, refere-se a taxa de
iluminação pública e a grande invenção da Aneel, a bandeira vermelha.
É uma pena, mas
o setor elétrico está entregue as mãos de pessoas que entendem apenas do
mercado financeiro, e não de técnicos experientes e capazes, como ocorria antes
dos fatídicos anos petistas.
Estamos
pagando por erros do passado.
Mula é
ladrão!
José
Roberto- 14/01/22
Nenhum comentário:
Postar um comentário