FESTA DE ARROMBA
Meu velho amigo Renato deu a largada para os “setenta” em
grande estilo.
Recebeu no antigo mosteiro do Carmo(Pelourinho), regiamente
decorado, parentes queridos, companheiros de duras jornadas pelos canteiros de
obra do mundo afora e outros, que como eu, entraram para o rol de suas relações
por um descuido qualquer.
Nos conhecemos há uns vinte e cinco anos, nas quadras de
tênis do nosso prédio(Rio).
Ele sempre comedido, calmo, apaziguador, sereno, ao contrário
de seu algoz e carrasco nas quadras, falante, agitado, pavio curto.
Talvez tenham sido essas diferenças que nos aproximaram,
pois tirante nossas disputas “tenísticas”, acredito que nos tornamos bons
amigos.
“O Velho”, assim chamado com carinho, jamais negou o ombro
as minhas lamúrias, oferecendo apoio incondicional às minhas dificuldades.
Devo muito a esse “Velho”.
Portanto, nesse 13 de julho lá estávamos nós, para estreitar
num abraço apertado, o velho amigo que vislumbrou nessa data, a oportunidade de
juntar aqueles que lhe são caros.
Renato continua incansável, trabalhando a todo vapor,
recusando-se a pendurar as chuteiras.
Revigorado por um novo amor, da bela e simpática Kátia que
tivemos o prazer de conhecer, Renato continua sendo o “Carreirinha”, apenas
desviando suas passadas, deixando de lado o tênis e “dedicando-se demais ao amor”.
Renato estava radiante, remoçado, garantindo a sina de
longevidade de sua família, turbinado com a graça e simpatia de sua nova
companheira,
Revi também amigos queridos que andavam sumidos,
Oto, o Leão do Norte, cabra macho de Exu, o pequeno grande
homem que depois de deixar de tingir os cabelos de acaju, assumindo o branco
natural, abandonou nossa quadra, talvez cansado de tanto apanhar(dez em estilo,
zero em eficiência).
Com grande e feliz surpresa, reencontrei Heleno, outro
pernambucano porreta, que não via há quase vinte anos.
Heleno é o sósia de Oto. “Cara de um focinho do outro”.
Difícil topar com duas pessoas tão parecidas que não sejam
irmãos, ou gêmeos.
Como fofoqueiro mor, ainda vou pesquisar melhor esse
assunto.
Heleno era conhecido como a “conhotinha de ouro do Sonata”.
Gabava-se de jamais ter levado um “pneu” numa partida de simples.
Eu não tenho essa certeza toda, pois recordo de ter-lhe
aplicado inúmeras surras.
Oto começou a freqüentar nossa quadra, logo depois que
Heleno voltou para Recife.
Nunca tivemos oportunidade de jogar juntos.
Alem de serem muito parecidos, esses dois pernambucanos são
amigos desde a juventude, estudando juntos e morando nas proximidades, provando
que o mundo é pequeno e que coincidências existem.
Foi um alegria impar, estar ao lado de pessoas tão queridas.
Do Rio, eu, Luiz(Bicão), Paulinho(Explicadinho) e o
Frank(jóiais), obviamente acompanhados das respectivas, todas nos trinques e
nos controles, evitando excessos na comida e principalmente nos drinques.
Por sinal, o regabofe estava um desbunde.
Bebidas e comidas da melhor qualidade, que me forçaram a
exercitar o pecado capital da gula.
Normalmente já tenho olho grande, não resistindo a tantos
acepipes maravilhosos. Exorbitei.
Foi mesmo uma festa de arromba, só que ao invés da turma da
“Jovem Guarda”, outro pano de fundo, uma festa sóbria, com respeitosos senhores
de meia idade(bota meia idade nisso).
Com imenso, prazer reencontramos velhos e queridos amigos,
alem de topar com um Renato firme e rijo, encolhendo a pequena barriga, mas com
uma luz diferente nos olhos, irradiando paz e felicidade.
Parabéns meu velho amigo.
Vamos nos preparar para o oitenta, noventa e quem sabe, o
centenário.
Que Deus o proteja, pavimentando seu caminho, tornando sua
jornada mais prazerosa e suave.
José Roberto- 15/07/13
Ótimo texto! Parabéns!
ResponderExcluirOs verdadeiros amigos devem ser festejados e paparicados.
ResponderExcluirParabens pelo singelo texto.
Pedro Paulo
Caro Zé Roberto
ResponderExcluirRealmente a Festa foi muito bonita e tudo mais.
O que não concordo é quanto à minha eficiência no tênis pois já lhe dei muito trabalho e até concordo que somos o oposto quanto ao binômio "Estilo x Eficiência".
Se tivéssemos anotado todas as nossas partidas, talvez você leve uma pequena vantagem.
Abraço.
Otto.