PASTORES DE
ARAQUE
Vou tocar
num assunto delicado, contrariando a turma do “deixa disso”, fingidos que gostam
de apregoar que “Religião, Futebol e Política não se discute”.
Esse chavão
manjado é a tradicional via de escape para pessoas moderadas, evitando
discussões acirradas que muitas vezes podem abalar amizades, picuinhas levadas
a sério, normalmente embaladas por palavreado solto, turbinado por vapores
etílicos à mesa de um bar, ou qualquer outro canto.
Eu, ancorado
na idade avançada que me liberou de antigas inibições, essa sim verdadeira válvula
de escape, permitindo em última instância, alegação de demência ou Alzheimer em
fase inicial, no caso de eventuais derrapadas motivadas pela “língua solta”,
meto o bedelho em quase todos os assuntos, inclusive sobre os quais tenho
poucas informações.
Não é o caso
do assunto do presente texto, pois sobre os picaretas que meterei a ripa tenho
informações mais que suficientes, até mesmo para escrever um livro.
Tive boa
formação religiosa, tanto em casa com pais católicos e minha mãe e uma irmã
rezando o terço diariamente, tendo também estudado em colégio de padres, onde
aprendi a respeitar alguns e manter distância de outros.
Atualmente,
com quase oitenta anos, vivendo num país que passa por um rebosteio geral, com
poucas chances de entrar nos eixos, fico abismado pelo fato de tanta gente dar importância
a meia dúzia de charlatões, que se auto intitulando de bispos, pastores, ou
coisa que o valha, fundam igrejas que se tornam verdadeiras cornucópias, de
onde ao invés de jorrar, sugam o dinheiro de seus pobres e sofridos fiéis.
Esses bispos
de araque, não se contentando em enriquecer e viver nababescamente, extorquindo
dinheiro do pobres coitados que frequentam seus templos, a troco de falsas
promessas e um lugar garantido no céu, extrapolam suas ambições entrando em
seara alheia, predispondo seus rebanhos a votarem nos políticos de sua preferência.
Esses mercadores
da fé tiveram tanto êxito em fazer a cabeça de seus crentes, a ponto de constituírem
uma bancada numerosa em nosso Congresso, com pastores ou seus representantes
participando de altas negociatas, metendo a mão na bufunfa, canalizando recurso
para suas obras, Ongs e outras entidades especializadas em evaporar dinheiro
público.
Dentre esses
biltres, sepulcros caiados e mercadores da fé, pidões descarados, destacam-se Silas Malafaia, dono de uma língua ferina
e raivosa, até mesmo quando descaradamente exige além do “dízimo sagrado”,
doações vultuosas para manter seus templos e a boa vida; Edir Macedo, o mais rico de todos, raposa velha e o pioneiro
fundador das grandes igrejas evangélicas, com tentáculos em vários países, que
tem pregado insistentemente para que seus fiéis deixem suas bens e heranças
para usa igreja, dinheiro e recursos entregues diretamente ao uso da vontade de
Deus; apostolo Valdemiro Santiago(apóstolo?
De quem? Rsrs), um malandro semianalfabeto metido a vaqueiro, que incrivelmente
conseguiu fundar um igreja, atrair multidões e enriquecer. Malandro pidão e
descarado, mentiroso sem igual, e acreditam em suas fábulas, enchendo suas
sacolinhas de grana; R.R. Soares,
outro bispo malandro de fala macia, que pede doações na maciota, sempre com um
sorriso nos lábios, garantindo recompensas celestiais aos doadores.
Existem
dezenas e centenas de outros, talvez em patamares inferiores, mas mesmo assim,
todos ricos, explorando a boa fé de pessoas normalmente humildes, necessitando de
apoio e palavras de incentivo, o que os leva diretamente as arapucas desses
falsos profetas.
Essa
exploração da fé existe em todas as religiões, seitas e crenças, como em
contrapartida existe a parcela majoritária, com boas intenções, tentando de
muitas maneiras consolar e ajudar ao próximo.
O ser
humano, principalmente nas horas difíceis, de perigo, doenças e aflição,
necessita de um apoio, uma bengala psicológica, recorrendo a sua fé e a seu
Deus, em busca de um mínimo de conforto,
São nesses
momentos cruciais, ou em outras fraquezas espirituais, que os charlatões entram
em campo, exercitando seus truques e malvadezas.
Situação
triste, infelizmente disseminada em nosso país.
Fora Mula!
José
Roberto- 14/10/24
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