segunda-feira, 14 de outubro de 2024

PASTORES DE ARAQUE

 

PASTORES DE ARAQUE

 

Vou tocar num assunto delicado, contrariando a turma do “deixa disso”, fingidos que gostam de apregoar que “Religião, Futebol e Política não se discute”.

Esse chavão manjado é a tradicional via de escape para pessoas moderadas, evitando discussões acirradas que muitas vezes podem abalar amizades, picuinhas levadas a sério, normalmente embaladas por palavreado solto, turbinado por vapores etílicos à mesa de um bar, ou qualquer outro canto.

Eu, ancorado na idade avançada que me liberou de antigas inibições, essa sim verdadeira válvula de escape, permitindo em última instância, alegação de demência ou Alzheimer em fase inicial, no caso de eventuais derrapadas motivadas pela “língua solta”, meto o bedelho em quase todos os assuntos, inclusive sobre os quais tenho poucas informações.

Não é o caso do assunto do presente texto, pois sobre os picaretas que meterei a ripa tenho informações mais que suficientes, até mesmo para escrever um livro.

Tive boa formação religiosa, tanto em casa com pais católicos e minha mãe e uma irmã rezando o terço diariamente, tendo também estudado em colégio de padres, onde aprendi a respeitar alguns e manter distância de outros.

Atualmente, com quase oitenta anos, vivendo num país que passa por um rebosteio geral, com poucas chances de entrar nos eixos, fico abismado pelo fato de tanta gente dar importância a meia dúzia de charlatões, que se auto intitulando de bispos, pastores, ou coisa que o valha, fundam igrejas que se tornam verdadeiras cornucópias, de onde ao invés de jorrar, sugam o dinheiro de seus pobres e sofridos fiéis.

Esses bispos de araque, não se contentando em enriquecer e viver nababescamente, extorquindo dinheiro do pobres coitados que frequentam seus templos, a troco de falsas promessas e um lugar garantido no céu, extrapolam suas ambições entrando em seara alheia, predispondo seus rebanhos a votarem nos políticos de sua preferência.

Esses mercadores da fé tiveram tanto êxito em fazer a cabeça de seus crentes, a ponto de constituírem uma bancada numerosa em nosso Congresso, com pastores ou seus representantes participando de altas negociatas, metendo a mão na bufunfa, canalizando recurso para suas obras, Ongs e outras entidades especializadas em evaporar dinheiro público.

Dentre esses biltres, sepulcros caiados e mercadores da fé, pidões descarados, destacam-se Silas Malafaia, dono de uma língua ferina e raivosa, até mesmo quando descaradamente exige além do “dízimo sagrado”, doações vultuosas para manter seus templos e a boa vida; Edir Macedo, o mais rico de todos, raposa velha e o pioneiro fundador das grandes igrejas evangélicas, com tentáculos em vários países, que tem pregado insistentemente para que seus fiéis deixem suas bens e heranças para usa igreja, dinheiro e recursos entregues diretamente ao uso da vontade de Deus; apostolo Valdemiro Santiago(apóstolo? De quem? Rsrs), um malandro semianalfabeto metido a vaqueiro, que incrivelmente conseguiu fundar um igreja, atrair multidões e enriquecer. Malandro pidão e descarado, mentiroso sem igual, e acreditam em suas fábulas, enchendo suas sacolinhas de grana; R.R. Soares, outro bispo malandro de fala macia, que pede doações na maciota, sempre com um sorriso nos lábios, garantindo recompensas celestiais aos doadores.

Existem dezenas e centenas de outros, talvez em patamares inferiores, mas mesmo assim, todos ricos, explorando a boa fé de pessoas normalmente humildes, necessitando de apoio e palavras de incentivo, o que os leva diretamente as arapucas desses falsos profetas.

Essa exploração da fé existe em todas as religiões, seitas e crenças, como em contrapartida existe a parcela majoritária, com boas intenções, tentando de muitas maneiras consolar e ajudar ao próximo.

O ser humano, principalmente nas horas difíceis, de perigo, doenças e aflição, necessita de um apoio, uma bengala psicológica, recorrendo a sua fé e a seu Deus, em busca de um mínimo de conforto,

São nesses momentos cruciais, ou em outras fraquezas espirituais, que os charlatões entram em campo, exercitando seus truques e malvadezas.

Situação triste, infelizmente disseminada em nosso país.

Fora Mula!

José Roberto- 14/10/24

 

 

 

 

 

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