DEGRADAÇÃO
DE UMA CIDADE
Que saudades
do Rio de Janeiro de 1978, quando aqui aportei, deslumbrado com o encantos da
cidade maravilhosa, segura, alegre e festiva.
Frequentei durante
bom tempo, bares da Lapa, onde além dos tira-gostos saborosos e baratos, do
chope bem tirado, assistíamos performances de sambistas iniciantes, tentando
carreira profissional em busca do sonhado reconhecimento e sucesso.
Recordo, que
por ocasião da visita de meu sogro, fomos a Vila Isabel, onde num pequeno
teatro tivemos o previlégio de ouvir o MPB-4 cantar a maravilhosa canção “Amigo
é Pra Essas Coisas”, na presença de um dos inspirados compositores dessa bela
música.
Enfim,
tempos em que o Rio era tranquilo, com o patronos do jogo do bicho mantendo a
ordem nos bairros e na periferia.
A situação
começou a degringolar no infausto primeiro governo de Brizola, que limitou a
incursões da Polícia nas favelas, chegando ao extremo, de em 1991(segundo
governo) proibir terminantemente qualquer atuação da PM nos morros, entregues
de bandeja aos bandidos, que aproveitando-se do lamentável afrouxamento, foram
se organizando e tomando conta de toda a periferia.
Essa
debilidade institucional atraiu marginais de outras regiões, que unindo-se em
facções ganharam corpo, organização e força, controlando o tráfico de
entorpecentes, loteando as “comunidades” em zonas demarcadas de domínio e
influência; atraindo posteriormente a cobiça da escória da PM e dos Bombeiros, que ao invés
de combater a florescente criminalidade, também se organizaram em poderosas
quadrilhas, os “milicianos”, se
especializando em explorar os serviços de energia elétrica, TV a cabo, distribuição
e venda do gás, além de impor uma taxa de segurança a todos os pequenos
empreendimentos comerciais existentes nas favelas.
De um lado o
tráfico, poderoso, abastecendo o desgraçado vício no Rio, no estado, e do outro,
os milicianos, apoderando-se do comércio e serviços nas comunidades, impondo
suas leis e ordens.
Nos últimos anos,
temos presenciado e convivido com a degradação sistemática da segurança no Rio
de Janeiro, atingindo limites inimagináveis e insuportáveis, a ponto do cidadão
honesto, temer andar pelas ruas dos principais bairros da cidade ao cair da
noite, e mesmo de dia, circular pela cidade é uma perigosa aventura.
O grande
engodo de nossos prefeitos, além de ser um cabide de milhares de empregos e
mais uma teta a ser mamada, são as ineficientes Guardas Municipais, um
amontoado de obesos policiais aposentados, desarmados e guardinhas sem
treinamento, andando em grupos pelas ruas, olhando continuamente para os
celulares, batendo papo, limitando-se a multar sorrateiramente os motoristas,
ávidos por atingirem suas metas e aumentar a arrecadação das prefeituras.
A situação é
tão absurda, que até o STF, aparentemente mancomunado com traficantes e
bandidos, tenta limitar o incipiente combate ao crime organizado, limitando
novamente as incursões policiais nos morros. A situação é tão favorável,
atraindo bandidos perigosos que fogem da justiça de seus estados, encontrando
aqui, refúgio e guarida.
Pela TV,
assistimos todas as manhãs em tempo real, os recorrentes roubos de carga, com
caminhões e carretas sequestradas, sendo esvaziadas por quadrilhas bem
organizadas, que revendem os produtos ao comercio das periferias, e aos camelôs,
que se espalham aos milhares por todos os cantos da cidade.
A polícia
como sempre, só chega depois que a carga total foi subtraída.
A audácia
desses bandidos e criminosos cresce assustadoramente, pois além de desfilarem
poderosamente armados pelas favelas e periferia, para dificultar ações da PM
constroem barricadas, obstáculos, impedindo a circulação de veículos nas
entradas e principais ruas das comunidades. É coisa inimaginável.
Ontem, além desses
artifícios sempre aplicados, a bandidagem, demonstrando que manda e desmanda em
nossa ex-cidade maravilhosa, sequestrou 9 ônibus, interditando totalmente o trânsito
na Estrada do Itanhangá, importante artéria na zona oeste, durante toda a
manhã, complicando a vida de milhares de pessoas que iam para o trabalho.
As únicas atividades
realmente organizadas no Rio, são o “Tráfico e as Milícias”.
O povo está
cada vez mais acuado, com medo, diante da incapacidade e inércia do poder
público, municipal, estadual e federal.
“É uma
vergonha”!
Fora Mula!
José
Roberto- 17/10/24
A triste realidade é que dificilmente o Rio de Janeiro, pelo menos nos proximos dez anos, volte a ser a "cidade maravilhosa" que um dia foi. Acho que o Rio está pior que Chicago no tempo de Al Capone. Foi uma verdadeira corvadia o que Brizola, e outros governadores que se seguiram fizeram com a cidade. E pra piorar o Fachin degringolou de vez, não permitindo a polícia entrar em pontos estratégicos para o narcotrágico.
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