quinta-feira, 17 de outubro de 2024

DEGRADAÇÃO DE UMA CIDADE

 

DEGRADAÇÃO DE UMA CIDADE

 

Que saudades do Rio de Janeiro de 1978, quando aqui aportei, deslumbrado com o encantos da cidade maravilhosa, segura, alegre e festiva.

Frequentei durante bom tempo, bares da Lapa, onde além dos tira-gostos saborosos e baratos, do chope bem tirado, assistíamos performances de sambistas iniciantes, tentando carreira profissional em busca do sonhado reconhecimento e sucesso.

Recordo, que por ocasião da visita de meu sogro, fomos a Vila Isabel, onde num pequeno teatro tivemos o previlégio de ouvir o MPB-4 cantar a maravilhosa canção “Amigo é Pra Essas Coisas”, na presença de um dos inspirados compositores dessa bela música.

Enfim, tempos em que o Rio era tranquilo, com o patronos do jogo do bicho mantendo a ordem nos bairros e na periferia.

A situação começou a degringolar no infausto primeiro governo de Brizola, que limitou a incursões da Polícia nas favelas, chegando ao extremo, de em 1991(segundo governo) proibir terminantemente qualquer atuação da PM nos morros, entregues de bandeja aos bandidos, que aproveitando-se do lamentável afrouxamento, foram se organizando e tomando conta de toda a periferia.

Essa debilidade institucional atraiu marginais de outras regiões, que unindo-se em facções ganharam corpo, organização e força, controlando o tráfico de entorpecentes, loteando as “comunidades” em zonas demarcadas de domínio e influência; atraindo posteriormente a cobiça  da escória da PM e dos Bombeiros, que ao invés de combater a florescente criminalidade, também se organizaram em poderosas quadrilhas, os “milicianos”,  se especializando em explorar os serviços de energia elétrica, TV a cabo, distribuição e venda do gás, além de impor uma taxa de segurança a todos os pequenos empreendimentos comerciais existentes nas favelas.

De um lado o tráfico, poderoso, abastecendo o desgraçado vício no Rio, no estado, e do outro, os milicianos, apoderando-se do comércio e serviços nas comunidades, impondo suas leis e ordens.

Nos últimos anos, temos presenciado e convivido com a degradação sistemática da segurança no Rio de Janeiro, atingindo limites inimagináveis e insuportáveis, a ponto do cidadão honesto, temer andar pelas ruas dos principais bairros da cidade ao cair da noite, e mesmo de dia, circular pela cidade é uma perigosa aventura.

O grande engodo de nossos prefeitos, além de ser um cabide de milhares de empregos e mais uma teta a ser mamada, são as ineficientes Guardas Municipais, um amontoado de obesos policiais aposentados, desarmados e guardinhas sem treinamento, andando em grupos pelas ruas, olhando continuamente para os celulares, batendo papo, limitando-se a multar sorrateiramente os motoristas, ávidos por atingirem suas metas e aumentar a arrecadação das prefeituras.

A situação é tão absurda, que até o STF, aparentemente mancomunado com traficantes e bandidos, tenta limitar o incipiente combate ao crime organizado, limitando novamente as incursões policiais nos morros. A situação é tão favorável, atraindo bandidos perigosos que fogem da justiça de seus estados, encontrando aqui, refúgio e guarida.

Pela TV, assistimos todas as manhãs em tempo real, os recorrentes roubos de carga, com caminhões e carretas sequestradas, sendo esvaziadas por quadrilhas bem organizadas, que revendem os produtos ao comercio das periferias, e aos camelôs, que se espalham aos milhares por todos os cantos da cidade.

A polícia como sempre, só chega depois que a carga total foi subtraída.

A audácia desses bandidos e criminosos cresce assustadoramente, pois além de desfilarem poderosamente armados pelas favelas e periferia, para dificultar ações da PM constroem barricadas, obstáculos, impedindo a circulação de veículos nas entradas e principais ruas das comunidades. É coisa inimaginável.

Ontem, além desses artifícios sempre aplicados, a bandidagem, demonstrando que manda e desmanda em nossa ex-cidade maravilhosa, sequestrou 9 ônibus, interditando totalmente o trânsito na Estrada do Itanhangá, importante artéria na zona oeste, durante toda a manhã, complicando a vida de milhares de pessoas que iam para o trabalho.

As únicas atividades realmente organizadas no Rio, são o “Tráfico e as Milícias”.

O povo está cada vez mais acuado, com medo, diante da incapacidade e inércia do poder público, municipal, estadual e federal.

“É uma vergonha”!

Fora Mula!

 

José Roberto- 17/10/24

Um comentário:

  1. A triste realidade é que dificilmente o Rio de Janeiro, pelo menos nos proximos dez anos, volte a ser a "cidade maravilhosa" que um dia foi. Acho que o Rio está pior que Chicago no tempo de Al Capone. Foi uma verdadeira corvadia o que Brizola, e outros governadores que se seguiram fizeram com a cidade. E pra piorar o Fachin degringolou de vez, não permitindo a polícia entrar em pontos estratégicos para o narcotrágico.

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