NECESSIDADES FISIOLÓGICAS
Como todo velho tenho minhas manias, vícios e hábitos,
procurando conviver com esses defeitos da melhor forma possível.
Alguns são mais recentes, outros foram adquiridos e
sedimentados há muito tempo, estando mais arraigados que marisco em rocha.
Como sou um adepto da rotina, disciplinei minhas
necessidades fisiológicas de uma forma tal, que seguindo a risca o esquema
diário de visitas ao banheiro, tudo corre as mil maravilhas.
Qualquer imprevisto tumultua o dia, pois aquela sensação de
levar uma jaca na barriga não é nada agradável, causando um tremendo mal estar,
até “parir” definitivamente o problema.
Sou uma pessoa extremamente regulada. Dou três por dia.
Três? Poderiam perguntar os mais jovens e incrédulos.
Sim, três cagadas, pois em conversa de velhos essa é a
prioridade número um.
Portando, quando numa roda de senhores escutar essa
afirmativa, já sabe a que se refere, porque para dar “umazinha” das boas é
necessário “juntar muita vontade”(segundo os velhotes da turma do tênis, eu
estou fora).
A primeira do dia começa as cinco da matina, sempre
acompanhada de um bom livro.
A segunda, acontece no escritório, logo após minha chegada,
muitas vezes antes mesmo de escrever o texto do dia, lendo o JB que por sinal
está uma porcaria(até rimou).
A terceira e derradeira missão, ocorre ao cair da tarde ou
no início da noite, antes do banho, também acompanhada do inseparável livro.
Qualquer alteração nesses procedimentos indica que algo está
errado, pois essa é uma coisa que não gosto de economizar.
Nas viagens, sempre procuro traçar minha estratégia
antecipadamente, prevendo e antecipando as opções, para evitar os desagradáveis
inconvenientes da constipação.
Não tenho o mínimo pudor em utilizar banheiros públicos em
aeroportos, restaurantes, postos de gasolina e até mesmo o mato, onde já fui um
expert nos tempos de menino.
Quando utilizo a ponte aérea, a primeira coisa que faço ao
chegar em São Paulo é visitar os sanitários, que normalmente estão cheios,
existindo via de regra uma respeitável fila.
Como já conheço os “macetes”, depois da reforma de Congonhas
prefiro usar um banheiro no subsolo, um pouco mais distante porém normalmente
com vagas disponíveis.
Sempre me distraí e deleitei com o mural nas portas dos
banheiros, que continham mensagens, piadas e até informações picantes.
Me lembro de uma que informava que o coronel da Infraero,
fulano de tal, era veado e que transava com vários controladores de voo, que a
Marcia(ou outro nome qualquer), vendedora da loja tal, adorava fazer um
“boquete”, fornecendo inclusive o telefone da dita cuja.
Recordo também das frases filosóficas: “aqui os fortes
gemem”, “não limpem com a Gazeta Esportiva(saudosa), senão Pelé entra com bola
e tudo”, “Cabral que vá a puta que o pariu, pois foi ele quem trouxe a
gonorréia para o Brasil(saudosos tempos).
Como podem ver, esse “pit stop” alem de estratégico era
também muito instrutivo.
Certa ocasião estava
sentado no “trono”, quando escuto um sujeito esbaforido ao lado dizendo: “ah
minha Nossa Senhora, graças à Deus”. Imaginem o estado do sujeito, devia estar
pela hora da morte, não me esqueço de seus “suspiros” de alívio.
Outro episódio inesquecível, foi quando após uma festa de casamento
num sábado onde comi e bebi alem da conta, passei o domingo todo em trapos,
freqüentando o banheiro inúmeras vezes.
A noite, tínhamos reserva marcada numa viagem aos USA. O voo
foi um martírio.
Logo após a decolagem iniciei a “via sacra” com destino ao
sanitário, que como todos sabem, nos aviões é apertado e bem desconfortável.
Levantava disfarçado e ia para o cubículo. Porém ao tentar
sair de fininho, sempre me deparava com o mesmo sujeito aguardando sua vez.
Isso ocorreu pelo menos por umas seis vezes durante toda a
viagem.
Coincidência ou a figura era apreciadora dos odores
nauseabundos emanados após meu hercúleo esforço para expelir as tripas?
Será que esteve na mesma festa e também comeu alem da conta?
Foi uma viagem longa e inesquecível, pois cheguei a Nova
Iorque com os fundilhos em brasa e quase desidratado. Nem “chá de rolha”
resolveu.
Esta foi sem dúvida, uma de minhas maiores “odisséias”.
José Roberto- 28/08/08
TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE, ESCRITO HÁ 10
ANOS.
REPUBLICO O TEXTO EM HOMENAGEM AO AMIGO E PARCEIRO DE TENIS
CARLOS, DISCIPULO FIEL NESSE IMPRESCINDÍVEL QUESITO.
JOSÉ ROBERTO- 08/08/18
Li este texto há dez anos, caramba como o tempo passa! Mas o texto continua atual, pois se fosse hoje hoje estaria na lista dos passageiros a serem investigados porque foi tantas vezes ao banheiro. O FBI e a Cia querem saber, pois segundo eles você poderá ser um possível "terrorista". Alias, você foi terroristas com os demais passageiros.
ResponderExcluirEt: não me esqueci que temos que marcar um rodada de chopes. Agora tem o Bar Léo, no Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor número 18, achoque é esse número mesmo. Depois eu confirmo. Lá o chope é verdadeiro como os paulistas gostam é é o certo. Com colarinho. Nada de chope sem colarinho como os cariocas gostam. D~e uma chegada lar pra conhecer. Fala que foi indicação do Zanetti Mineiro, da turma do amigos do Léo de Sampa.
QUERIDO VANDECO
ResponderExcluirTEMOS QUE NOS REENCONTRAR, AQUI NO RIO OU EM ITANHAEM.
QUALQUER DIA VOU DAR UMA PASSADA NA RUA DO OUVIDOR, PELO ALMOÇO, POIS A TARDE/NOITE O CENTRO DO RIO FICA UM PERIGO, TOMADO PELOS BANDIDOS E MENDIGOS.
ABCS.
GIMA