NÃO SOMOS SÉRIOS
OUTRO ÓTIMO TEXTO, ESCRITO POR RAFHAEL CURVO, QUE EXPRIME O SENTIMENTO
DAS PESSOAS HONESTAS E PAGADORAS DE IMPOSTOS ESCORCHANTES, QUE ALIMENTAM A
GANÂANCIA E A FARRA DE NOSSOS POLÍTICOS.
NÃO SOMOS
SÉRIOS –
RAPHAEL CURVO
O
Brasil não é um País de terceiro mundo, é do fim do mundo. Que outro pensar
podemos ter de um país que permite o registro de um condenado e encarcerado
como candidato a presidir uma Nação como a nossa. Não há como o Brasil ser
levado a sério com tantas patifarias em vigor, como tamanha aberração legal e
tribunais que se tornaram um circo com os espetáculos que ano após ano são
expostos ao mundo todo. Eu lhe peço leitor, pense com calma e desarmado de
qualquer revolta ou ufanismo sobre o que o Brasil realizou nesses últimos 40
nos que não tenha sido voltado a politicagem, a corrupção do qual nos tornamos
uma perfeita e exemplar escola, o desmantelamento da estrutura administrativa
de governo com negociatas de cargos e cooptação política das mais escusas e
absurdas, da entrega do judiciário, com atendimento de favores e compadrescos
que atingiram até a mais alta Corte e por aí vai. Nada de concreto e
consistente construímos nestes últimos 40 anos. O Estado brasileiro preciso ser
refeito, reconstruído.
Estamos
vivendo dentro de absurdos fatos políticos que ultrapassam a sensatez e a
decência, nos tornando uma terra ocupada por milhões de sem vergonhas
comandados por gangues e bandos de quadrilheiros. Fazem da nossa justiça um
picadeiro de circo, como é o caso dos tribunais e da situação esdruxula que
hoje passa a Polícia Federal em Curitiba, transformada em comitê de um
presidiário que beira a demência, mas ainda vive delírios e tem um grupo de
seguidores acéfalos. A razão de tudo isso acontecer está no fato de que
gigantesca maioria dos participantes da estrutura organizacional dos Poderes
são venais e comprometidos pela corrupção, são pessoas que perderam a condição
moral e ética de ter qualquer reação a toda essa bandalheira que o Brasil se
meteu e chafurda no lamaçal da imoralidade, sem qualquer condição de reação.
O
golpe foi dado e com maestria, pelos quadrilheiros. Em razão da Lava Jato, as
fontes do dinheiro dos empresários secaram. Com a proibição de participação das
empresas no financiamento de campanha pelo STF, os pensantes de malfeitos do
Congresso Nacional a criaram o Fundo Especial de Financiamento de Campanha –
FEFC. Foi uma saída dos quadrilheiros e bandos para conseguirem se manter no
Poder já que sem dinheiro e com os malfeitos na sua ficha corrida, dificilmente
teriam sucesso em uma eleição. Esse absurdo financiamento veio do dinheiro do
povo e terá o controle das raposas que hoje estão com mandato e que fazem parte
do Congresso Nacional. Há que se deixar registrado aqui que muitos dos
parlamentares não aderiram a essa aberração do fundo eleitoral e também, em
minoria, resistiram as investidas dos bandos voltados a fazer do Congresso
Nacional, um palco de negociatas.
São
um bilhão e setecentos milhões de reais do Fundo Eleitoral somados a novecentos
milhões do Fundo Partidário e chegará a um montante de 2 bilhões e seiscentos
milhões de reais que serão controlados pelos diretórios partidários, ou seja,
pelos idealizadores e criadores do fundo. Vale ressaltar que este é o valor do
piso mínimo, não está estipulado o limite, desconheço. Existe previsão de
gastos que podem chegar a 4 bilhões, incluso a TV. O bando alega que existe
financiamentos em outros países, o que é verdade, mas omitem os valores dos financiamentos
que na Alemanha, como exemplo, não ultrapassa a 400 milhões de reais e sem
fundo partidário especificado. Há limites para os recursos que são destinados
pelos fundos. Este limite está pautado pela arrecadação dos partidos junto aos
eleitores e filiados. Não pode ser maior.
O
que é absurdo para qualquer pessoa que tenha um nível de decência, é que a
justiça eleitoral brasileira permite situações que só irão ser definidas nos
últimos dias para as eleições. O presidiário candidato do PT deverá sair de
cena apenas no dia 17 de outubro, prazo limite para substituição de candidato.
Esta situação de poder ou não poder ser candidato deveria ter solução por
resolução do pleno do TSE. O candidato impossibilitado por lei por ser
condenado ou sofrer qualquer outro elemento impeditivo de registro, deveria ter
a situação resolvida em prazo bem anterior ao do registro. Está explicito na
lei quem pode ou não ser candidato e recorrer disso não deveria ser no momento
último da data eleitoral. É uma situação de chicanas e prazos que poderão ter
decisão final no Supremo Tribunal Federal-STF, após as eleições. É uma piada,
um banzé, como levar à sério este Brasil. Vamos assumir, não somos sérios.
RAPHAEL
CURVO.
José
Roberto/ 29/08/18
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