RIO, IMPÉRIO DA DESORDEM URBANA

RIO, IMPÉRIO DA DESORDEM URBANA

Infelizmente o Rio de Janeiro está entregue as baratas.

Por baratas entenda-se camelôs, atravessadores, receptadores que vendem mercadorias roubadas e milhares de mendigos e desocupados que vieram não sei de onde, para se aboletarem nas praias, praças e todo canto protegido do vento e da chuva onde constroem seus palácios de papelão.

A cidade está um nojo, suja, em completa desordem urbana, um espectro daquela que sempre foi chamada de Cidade Maravilhosa.

Abordo essa desgraça toda com que somos obrigados a conviver,  sem esquecer os terríveis problemas de segurança, pois nesse quesito a Globo, jornal e TV se superam, mostrando ao vivo roubos de carga no nariz da PM, assaltos a bancos e mortes a granel, com balas perdidas que encontram alvos inocentes, ultimamente grávidas em fase final de gestação.

Não sei se “caos” é a palavra correta para qualificar a situação desgraçada que caracteriza tudo de ruim que acontece na cidade. Talvez devêssemos procurar ou criar uma expressão mais forte e pesada, pois o Rio de Janeiro vive em estado de guerra, onde crimes e mortes não causam mais o menor espanto e consternação.

Chegamos a esse ponto de difícil retorno graças às escolhas desastradas que fizemos, tanto a nível estadual como a nível local, com destaque para esse bispo de araque que conseguiu se eleger prefeito, um trambiqueiro que se traveste de pastor para enganar pobres coitados que acreditam em suas falsas pregações, tirando-lhes através do dízimo o pouco que ganham, enquanto vive no luxo e na riqueza.

Esse enganador de otários, com sua fala mansa repleta de “chavecos bíblicos distorcidos”, até hoje não assumiu de fato o posto de prefeito, preferindo viajar pelos quatro cantos do mundo usufruindo das vantagens e mordomias propiciadas pelo cargo, quando de longe, determina a seus lacaios que achaquem os “infiéis” com aumentos extorsivos de impostos.

Recebi ontem pela manhã o carnê de IPTU com a desagradável,  mas esperada surpresa.

Esse imposto que já é caríssimo, sendo reajustado diversas vezes, principalmente na gestão Cesar Maia, veio gravado com quase 20% de acréscimo, contra uma inflação que segundo os órgãos oficiais não chegou a 3%.

Alem de ficar puto, fico estarrecido por termos permitido que esse falso profeta tenha conseguido emplacar na prefeitura, pois sabemos que cultiva maiores ambições.

Exalando biles por todos os poros, ontem por volta das 15,00 horas dirigia-me a contragosto ao Banco Itaú que fica na Praça Nossa Senhora da Paz, para pagar algumas contas, observando que no seu entorno, quatro mendigos dormiam tranquilamente. Um pouco mais adiante, defronte ao Banco do Brasil, outros dois ocupavam boa parte da calçada, enrolados em cobertores encardidos em plena tarde quente e ensolarada.

Ao passar por esse “corredor da fedentina” impregnado de maus odores e sujeira, ficamos ainda mais putos diante da omissão da prefeitura, que permite a ocupação desordenada de espaços públicos, em zona nobre, onde pagamos os impostos mais elevados da cidade e talvez do país.

Durante o trajeto ao Banco, escutei pela radio do carro, que a situação é muito pior na Urca, tradicional bairro conhecido por sua tranquilidade, pois alem de ter um batalhão da marinha em seu bojo, tem apenas uma única entrada e saída, fator que inibe iniciativas criminosas mais ousadas.

O citado morador reclamava da ocupação de uma das praças do bairro, com a instalação de barracas, onde em sofás improvisados, os invasores assistem tranquilamente programas de TV, graças a um “gato” feito na rede de energia elétrica que lhes propiciavam esse conforto.

O grande problema alem do cheiro horrível, pois as laterais da praça viraram latrinas a céu aberto, são os cães que coabitam o local e que ameaçam crianças e transeuntes.

Infelizmente, esse é o retrato atual do Rio de Janeiro, a ex-cidade maravilhosa, entregue as baratas, mendigos, bandidos, traficantes e assemelhados.

Admiro a coragem e ousadia dos turistas, que  mesmo diante desses fatos sobejamente conhecidos, visitam nossa malfadada cidade.

José Roberto- 16/01/18