REFORMAS, QUE REFORMAS?
Será que o Ministro da Fazenda acredita quando afirma que o
pior já passou, que não podemos olhar a desgraça que assola o país pelo
retrovisor, pois já estamos dando os primeiros passos para sair do atoleiro?
Tenho cá minhas dúvidas, pois andando pela zona sul do Rio,
por ruas tradicionais de Ipanema e Leblon, pelos shopings, o que mais vejo são
lojas fechadas ou avisos: “passa-se o ponto”.
Até mesmo nas lojas dos shopings mais badalados como Rio Sul
e Leblon, notamos vendedoras aflitas esperando ansiosamente a chegada de
clientes, que circulam pelos corredores refrigerados, dando uma espiada nas
vitrines e seguindo em frente.
Movimento apenas em pontos de vendas de café e
principalmente sorvetes, que apesar de caros até que vendem bem, segundo minhas
observações.
Até no supermercado que freqüento todas as quartas feiras,
notei que caiu bastante o movimento, a começar pela facilidade de encontrar
vagas na garagem.
Há uns dois anos atrás, entre os dias 25 e 5 de cada mês, o
supermercado estava sempre lotado, com fila de espera até na rua para adentrar
a garagem, sem falar na demora para atendimento nos caixas.
Ultimamente tem sido uma tranqüilidade, sinal de que as
coisas estão realmente feias, pois comida é a última coisa em que se faz
economia.
Com o estado quebrado, prefeitura indo pelo mesmo caminho,
desemprego as pampas, assistimos a lenga-lenga do governo e do Congresso em
busca das imprescindíveis reformas.
Reforma da Previdência, reforma Tributária, reforma
Política, muita conversa, jogos de interesses e pouca efetividade,
Como o principal tema do momento é a reforma da Previdência,
assisti ontem uma entrevista do Ministro da Economia, Henrique Meirelles, na
qual foi sabiamente questionado por uma repórter, perguntando a razão pela qual
essa reforma não começa pelos políticos, pelos ex-governadores que se aposentam
com pouquíssimo tempo de contribuição, com salários integrais alem de inúmeras
vantagens?
O Ministro, com aquela sua fala mole e embolada
desconversou, disse que estavam analisando o problema dos militares e blá, blá,
blá, não falou porra nenhuma.
É mais que óbvio, se nessa pretendida reforma fossem
extinguidas as exceções absurdas e todos se sujeitassem ao mesmo regime, com
certeza, por mais dura que fosse, seria bem mais deglutível e aceita por todos.
Enquanto houver “homens incomuns” e classes especiais, fica
difícil aceitar as atuais propostas indecentes de reformas.
É uma tristeza, mas o privilégios permanecerão incólumes e o
povão arcará na marra com os novos encargos.
José Roberto- 10/03/17
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