A IGREJA DO ZÉ
Custou, mas eis que recebi a luz e não era a conta da Ligth.
Ao bater os olhos na manchete principal do jornal de sábado, tive a
mesma sensação que deve ter tido Isaac Newton, quando sentado sob uma macieira,
ao levar uma maçãzada na cabeça gritou, “Eureka” e descobriu a Lei da
Gravidade.
Não gritei, nem emiti som algum, mas senti que minha curta inteligência
recebeu uma baforada de luz, pois com os olhos cravados no jornal, percebi
que finalmente havia encontrado meu “caminho”.
Li, com a maior atenção, que em nosso abençoado país é criada ou
inventada uma nova igreja a cada hora, média de 25 por dia, um verdadeiro milagre da multiplicação, ao invés de pães,
igrejas.
Com o coração tocado por tamanha religiosidade do nosso povo que
acredita em tudo, até nos arrotos mentirosos do apedeuta corrupto Mula, senti
que teria que atender a esse chamado, pois Deus escreve certo por linhas tortas
e deve ter pensado: “chegou a hora de tirar esse Zé da merda!!!”
Atento as explicações detalhadas do “milagroso” texto, deixando claro
que as igrejas são isentas de IPTU, IMPOSTO DE RENDA, ISS, ICMS, e que os seus
veículos são isentos de IPVA, resolvi de pronto: “vou fundar a minha igreja e
lavar a égua”.
Só de pensar que ficarei livre da sacana da Receita Federal, que me
intima três ou quatro vezes por ano já será um imenso alívio, sem mencionar que
estarei isento de um porrilhão de impostos, até do Foro Anual, maior que o
IPTU, pois o Patrimônio da União insiste em afirmar que nosso prédio foi
construído em terreno da marinha.
Obviamente, o templo principal da minha igreja será meu apartamento aqui
no Rio. A casa de Itanhaém será uma filial, e para administrá-la estou pensando
em nomear meu sobrinho Ricardo como Bispo ou Cardeal, que por tabela, terá
também direitos as sagradas isenções.
Essa chance não posso desperdiçar, pois preguiçoso, deixei de fundar um
partido político e um sindicato, outras molezas ainda melhores, que alem de não
pagar impostos se chafurdam vergonhosamente com verbas públicas e com o
amaldiçoado imposto sindical.
Estou gastando “fosfato” para encontrar um nome adequado, coerente com
as tendências e esquisitices do grão mestre e fundador.
Pensei em um nome rebuscado, para impressionar futuros fieis e abobados,
o que não falta em nosso generoso país, mas talvez um nome simples seja até
mais atrativo aos incautos.
“IGREJA DO ZÉ”, A IGREJA DO POVO BRASILEIRO, SEM DISTINÇÃO DE RAÇA, COR,
CREDO OU OPÇÃO SEXUAL, ONDE TODOS SÃO IGUAIS, DESDE QUE PAGEM O DÍZIMO.
Milagres garantidos com pagamento antecipado(só a vista).
José Roberto- 27/03/17
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