NOTA: ITANHAÉM SEMPRE ME TRÁS
BOAS LEMBRANÇAS. ESCREVI ESSE TEXTO HÁ EXATAMENTE SETE ANOS, CONTANDO ALGUMAS
PERIPÉCIAS DA TURMA DA NOSSA REPÚBLICA. RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE.
José Roberto- 26/08/16
ANIMAIS NA PISTA
O acidente mostrado ontem
exaustivamente pela Globo, de um carro atropelando um cavalo é fato corriqueiro
nas estradas brasileiras.
No atropelamento de ontem,
convém levantar algumas ressalvas:
O motorista que por sorte
saiu ileso, declarou que retornava de uma festa infantil as 4,30 da matina e
que não havia ingerido álcool. Hummmmmmmmmmmmm.
Os cavalos estavam num lado
da pista bem iluminado, uma imensa reta com visão total.
O sujeito trafegava na via
exclusiva para ônibus em alta velocidade e afirma que não viu nada.
Ainda bem que não testaram o
teor etílico de seu bafo, pois na certa explodiria o bafômetro.
Mas esse fato reavivou
lembranças dos velhos tempos em Itanhaém.
Era início de 1969.
Numa segunda a tarde após o
trabalho, nos deparamos na praça central com algumas meninas altamente
apetitosas, que estavam passando uns dias na casa de uma parente em Mongaguá.
Já namorava Regina, mas
estava dando uma escapadela, tentando fazer tudo bem escondidinho, mal sabendo
que meu cunhado dedo-duro, estava de “botuca” acompanhando a cena.
Zé, por sinal meu xará,
repassou os acontecimentos para a mana com todos os detalhes possíveis,
inclusive alguns que imaginou.
Conversa vai, conversa vem,
combinamos visitá-las logo mais a noite, com planos sinistros e libidinosos.
Nos apossamos de uma garrafa
de uísque que pertencia ao pentelhão do Wilson e nos bandeamos para Mongaguá em
dois fuscas.
Na Salomanca, meu fusca pé de
boi, fomos eu e o Sérgio.
No outro carro que pertencia
ao Valler, Laércio foi de contra-peso, pois estava recolhido e em recesso,
considerando que se casaria no próximo sábado.
No trajeto imaginávamos as
grossas sacanagens que iriam rolar, pois as garotas pareciam que eram
“prafrentex”(expressão da época).
Mal apeamos dos carros, fomos
recebidos com abraços pelas fogosas meninas, que nos conduziram para dentro da
casa.
Tivemos uma grande surpresa,
pois a mãe de uma delas, estava de plantão para nos recepcionar.
Nos sentamos meio sem graça,
colocamos a garrafa de uísque sobre a mesa e ficamos num bate pato xoxo, sob a
vigilância da velha broaca.
Laércio aproveitando a deixa,
safou-se de mansinho, levando meu carro.
Percebendo que a velha não desgrudava,
sugerimos uma escapada para algum barzinho em Santos. A velha foi a primeira a
topar.
Como não nos restava
alternativa, sugerimos que as meninas fossem em seu carro, enquanto os homens
iriam na frente mostrando o caminho.
Saímos as pressas e na
primeira curva, pegamos o retorno e nos mandamos de volta para Itanhaém.
Comentávamos decepcionados o
fiasco da noitada de prazer, quando topamos próximo da entrada da cidade, com a Salomanca bastante avariada no
acostamento.
Laércio, com apenas com
pequeno corte na testa escapara de boa, pois havia atropelado um cavalo enorme.
O noivo levou um baita susto,
mas quem sofreu mesmo foi a Salomanca, que ficou bem estropiada.
Andei um tempão com a porta
do fusca amarrada com uma corda, pois insistia em abrir quando em movimento.
No dia seguinte, antes do
final do expediente, as meninas apareceram no escritório central, onde por
sorte não me encontrava, devolvendo ao Sérgio a garrafa de uísque, na frente do
Wilson, o legítimo dono.
Não sei de que maneira, mas
conseguiram encher a garrafa de xixi, mantendo o conta-gotas intocado.
Deviam ter ótima pontaria!
Pouco tempo depois, vendi a
Salomanca para o Dalton, amigo do peito saudoso, que se foi em pleno apogeu.
O resto é história, que meus
velhos amigos conhecem muito bem!
José Roberto- 25/08/09
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