FÁBULA VERDADEIRA DO PROCURADOR QUE NÃO PROCURAVA
Desde pequenino Janot adorava brincar de “esconde, esconde”,
mas como tinha medo do escuro só procurava no claro, não sendo muito bom em
achar os companheiros de folguedos.
Procurava, procurava, procurava e não achava, pois procurava
sempre nos mesmos lugares, sem ousadia de se aventurar por locais escuros e
cinzentos.
E assim Janot foi crescendo, sempre procurando e não
achando, ou achando apenas coisas sem importância, sem interferir no seu dia a
dia e que não lhe causariam quaisquer aborrecimentos.
Graduou-se em direito e já não brincava mais de “esconde,
esconde”, mas talvez por algum recalque da infância, persistia o desejo
insatisfeito de continuar procurando.
Estudou, estudou, estudou, até passar no concurso de
procurador da república sentindo-se um felizardo, pois ao menos parte de seu
secreto sonho já havia sido concretizado.
Como procurador federal até que saiu-se razoavelmente bem,
procurando aqui e ali, fazendo amigos, asfaltando o longo caminho para o
cobiçado cargo de Procurador Geral.
Com o advento do PT e sua gangue ao poder, no primeiro
reinado da incompetente Dona Dilma, conseguiu cair nas graças da tão sem graça
Dona, sendo indicado finalmente para o posto que sonhava.
Tornou-se em 2013, Procurador Geral da Republica, cuja
principal função, seria a de procurar e denunciar trambiques de qualquer um que
ultrapassasse os limites da lei, independente de posto, cargo ou função.
Só que na prática, as coisas não são bem assim.
Costurando aqui e ali, procurou e denunciou muita gente,
principalmente políticos e autoridades que não eram muito de seu agrado.
Em repente de ousadia, chegou mesmo a denunciar arcaicos
caciques intocáveis como Sarney e Renan Calheiros, velhas raposas com dezenas
de processos que dormitam no STF e que apesar de tudo continuam por cima da
carne seca.
Não sabemos se tal ousadia foi tiro de festim, jogo de cena,
ou mesmo estoicismo de um procurador que quis demonstrar valentia, que agora,
sem medo, procurava onde lhe dava na veneta, até mesmo nos cantos escuros de
Alagoas e Maranhão.
Tudo corria razoavelmente bem, com o Procurador Geral
procurando, denunciando, se não conforme nossos anseios, ao menos dando para o
gasto, até que bombasticamente, a revista Veja publica uma reportagem,
antecipando partes da delação premiada do ex-Presidente da OAS, Leo Pinheiro,
envolvendo gente graúda e até mesmo um membro do STF.
Eis que num rompante de fúria, o eminente Procurador Geral,
ordena o cancelamento e queima dessa delação premiada, invalidando provas que
enrolavam em merda grossa o ex-melhor presidente Mula, a santarrona Dona Dilma,
o mineirinho/carioca Aécio Neves e até mesmo o vampiresco José Serra que sempre
posou como uma Madre Tereza de Calcutá(eu até que acreditava um pouquinho nele).
Difícil entender e engolir esse destempero do Procurador
Geral, pois vazamentos de delações premiadas já ocorreram aos montes, sem
arrepio de qualquer autoridade.
Talvez esse caso específico, envolvendo figuras exponenciais
do petismo corrupto, santos do pau oco do PSDB, eventualmente juizes do Supremo
e outros figurões de partidos diversos, governadores, prefeitos e sabe-se lá
mais quem, tenha sido um prato excessivamente cheio.
Por esse prato com manjares pestilentos o Procurador não
procurava.
Quais as razões secretas que levaram o Procurador Geral a
essa atitude extrema, que se transfigura num ato hostil aos valentes
justiceiros do Lava-Jato?
Fica no ar a grande dúvida, que somente será respondida pelo
próprio Procurador.
Temo por suas razões e por seus medos.
José Roberto- 29/08/16
Com isso o Léo Pinheiro poderá passar o resto de sua vida na prisão, enquanto o Lula, demais amigos e "autoridades" ficarão sorrindo do MPF e da PF. Vamos aguardar mais um pouco. Tem muita água pra passar debaixo da ponte da Lava Jato.
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