BOTANDO A CONVERSA EM DIA
Na última semana olímpica, fugindo do burburinho que toma
conta da cidade maravilhosa, aproveitei para dar uma escapada para Itanhaém,
que fora da temporada é uma cidade extremamente agradável.
Alem de rever alguns parentes e amigos queridos,
aproveitei(com a inestimável ajuda do meu querido sobrinho Ricardo) para
renovar minha carteira de motorista e atualizar minha identidade que não era
mais aceita, pois foi tirada em Itanhaém em 12/09/68, quando eu era bem
novinho, por sinal um belo rapagote, conforme posso comprovar olhando a saudosa
foto(eh, eh, ehhhh).
Conforme já vínhamos ensaiando há algum tempo, após emails,
whatsapps e telefonemas, confirmamos um reencontro que já havia passado do
tempo, protelado por razões estranhas, daquelas que a própria razão desconhece.
Confirmamos o evento para sexta-feira, 19 de agosto e apesar
da semana chuvosa e fria, São Pedro nos deu um refresco, suspendo
provisoriamente o lacrimejar do céu, brindando-nos ainda de quebra com um
solzinho tímido, reconhecendo a importância de tão memoráveis encontros.
Cerveja bem gelada no cooler e o fogo na churrasqueira
pronto para receber as carnes e lingüiças, eis que pontualmente, segundos antes
das doze, adentram pela minha casa as figuras tão queridas de Visentin e
Vandeco, velhos e fraternos amigos.
Foi justamente em Itanhaém, nos idos de 1968, há quase meio
século, que jovens recém formados cheios de planos e esperanças, por força do
destino e do trabalho, nos encontramos pela primeira vez.
Afinidades e atividades comuns sedimentaram nossas amizades,
nos bons tempos em que acreditávamos que o Brasil era o país do presente
caminhando para um grande futuro, onde juntos a outros também queridos,
partilhamos experiências inesquecíveis, guardadas com carinho nos escaninhos
secretos de nossos corações.
Dizem que velhos adoram falar do passado, dos bons tempos,
de como o mundo era diferente.
Não posso negar, que ao abraçar queridos e velhos amigos, o
que surge em minha lembrança são imagens dos bons tempos, não apenas da nossa
socialização, mas do aguerrimento no trabalho, da vontade de vencer, das
inúmeras dificuldades de uma CESP que buscava regularizar o fornecimento de
energia na região.
Éramos jovens e realmente acreditávamos num grande futuro
para o nosso país.
Abraçando Vandeco fico estarrecido, pois o danado parece
conservado em formol.
Esguio, sem rugas, com pouquíssimos cabelos brancos, fico
cismado se o danado não anda lançando mão de artifícios químicos e cirúrgicos
para manter essa ótima postura(????).
Com Visentin, um abraço meio lateral, pois a somatória de
nossas barrigas encurtam os braços e nossos cabelos brancos coroam nossas faces
enrugadas e sorridentes.
Beliscando uma carninha, mantendo a garganta continuamente
azeitada pela cerveja, nossa conversa fluiu fácil e generosa, pois tivemos a
oportunidade de reviver passagens inesquecíveis, algumas impublicáveis, outras
ternas e comoventes, vivências guardadas a sete chaves em nossos corações.
Por mais que mantenhamos contatos pelo computador, por telefonemas,
nada supera a intensidade e a emoção de um “tète a tète”, de uma conversa
franca, onde os olhos nos olhos sacramenta o anseio de turbinarmos essa amizade
partilhada com desprendimento, sem cobranças, mas com muito carinho e afeto.
Sempre batemos na mesma tecla, procurando as razões para
justificar os intervalos entre nossos encontros, pois o tempo não é nosso
aliado.
As desculpas ficam por conta dos filhos, netos, ainda um
pouco de trabalho, distância, etecetera e tal.
É bom lembrar que nossa turma está incompleta.
Sentimos a falta do Sérgio, do Laércio(Saponga), do saudosos
Norberto e Dalton, e quem sabe de outros, que por falha de memória deixo de
mencionar.
A tarde passou rápida demais, como era de se esperar.
Tanto a falar, tanto a escutar, tanto a comungar, tanto a
sorrir e até mesmo a chorar.
Nas despedidas sempre as mesmas promessas.
“Nos veremos em breve”
Que assim seja!!!
José Roberto- 23/08/16
Bons tempo...
ResponderExcluirMais uma vez passamos uma agradável tarde relembrado os bons tempos, que não voltam mais, e os amigos, alguns saudosos amigos, que juntos podemos dizer "que construímos a CESP". Graças, mais uma vez, ao empenho e a gentileza do anfitrião de sempre, conversamos, bebemos e comemos muito bem um gostoso churrasco em Itanhaém.Com certeza esse encontro não foi o último; mas, esperamos que na próxima vez, apareçam mais amigos de ontem e de sempre, para aumentarmos o grupo de "SEXALESCENTES OU SEXYGENÁRIOS" e as as lembranças de um passado que não está tão longe. Obrigado caros amigos Gimael e Visentin.
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