DÍVIDA DOS ESTADOS E RESPONSABILIDADE FISCAL
Sei que esse é um assunto chato, mas cabe algumas reflexões,
porque nos finalmente, sempre somos nós que pagamos a conta.
O rescalonamento das dívidas estaduais e de algumas grandes
prefeituras é um eterno circulo vicioso.
Sai governo, entra governo, com o assunto voltando a baila.
Os estados, através de seus representantes no Congresso,
pressionam o novo governo para um novo acordo, com novas concessões, carências,
juros menores e outras vantagens.
É o que infelizmente está acabando de ser concretizado, com
um governo provisório que prega contenção de gastos, mas abre as pernas temendo
perder votos imprescindíveis ao impeachment de Dona Dilma.
Meirelles, nosso empavonado Ministro da Fazenda,
envergonhado, tenta explicar as concessões que destroem seu projeto de
recuperação fiscal, pois cedendo aos estados, com a economia crescendo a passos
de tartaruga, haverá necessidade de aumento de impostos, provavelmente dos
indiretos que não necessitam de leis complementares, mas que atingem toda a
população.
Esses governadores são realmente uns tremendos cara de pau,
pois reclamam como se a divida não tivesse sido criada pelos próprios estados,
através de empréstimos obtidos junto aos bancos de fomento nacionais e
internacionais.
Tomam emprestado acima de suas capacidades, ou contando com
o ovo no fiofó da galinha, caso típico do Rio de Janeiro, que apostou tudo no
Pré-Sal e deu com os burros n’água, alem de um governo corrupto envolvido em
negociatas e isenções fiscais que levaram o estado a falência.
É esse o principal aspecto, que os governadores parecem
ignorar.
A dívida foi criada por eles próprios ou seus antecessores,
já tendo sido renegociada diversas vezes, sempre com prazos mais elásticos e
vantagens adicionais, transformando-se numa bola de neve impagável, relegada as
calendas.
Como economista por formação, não vejo saída para esse
governo fraco, que prega responsabilidade fiscal, mas caminha no sentido
inverso, concedendo polpudos aumentos ao judiciário e a vários outros ramos do
setor público, alem de ser conivente com essa vergonhosa renegociação das dívidas
estaduais.
Para corrigir o estrago causado em nossas finanças internas
por treze anos de corrupta administração petista, não basta apenas substituir a
peças podres, mas concretizar ao menos uma parte das propostas de reformas
estruturais que se perenizam, mas não saem do papel.
O poder realmente inebria e Temer já provou seu gosto, não
pensando em largar a teta.
José Roberto- 11/06/16
Como o Temer ainda é um presidente interino, ele está mais para agradar a cambada de políticos, que são os mesmos do governo Dilma , do que tomar as rédeas da economia e tomar medidas impopulares. Vamos esperar o real e total afastamento da Dilma, para ver como o Temer começará reagir e cortar gastos. Se não acertar as contas públicas será queimado pelo mercado tal e qual foi a Dilma.
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