DISSABORES DE UM BRASILEIRO COMUM
Meus minguados leitores já conhecem a velha cantilena e
choramingos, pois sempre dou um jeitinho de mencionar em meus textos, a rixa
que mantenho com a Receita Federal, há longos anos.
Não que seja do meu gosto, mas a implicante Receita não tira
os olhos de minha declaração, portanto a rixa é deles contra mim, não me
restando alternativa a não ser lutar com todos os recursos disponíveis.
Segunda-feira passada, as 08,30 horas, chego com boa
antecedência ao Posto de Ipanema(estava agendado para as 09,11 h), estranhando
topar com uma extensa fila na calçada, pois o Posto sempre começava a funcionou
das 07,00 as 18,00 h.
Não sei se devido a Olimpíada ou qualquer outra razão
interna, a abertura do expediente ao público havia sido retardada para as 09,00
h.
Com o tempo nublado e sob ameaça de chuva, dei uma olhada no
pessoal, que com cara de sofredor aguardava a abertura da cancela.
Absoluta maioria velhos, alguns capengas auxiliados por
acompanhantes, outros melhorzinhos como eu, apenas putos da vida.
Os poucos mais jovens eram contadores de empresas ou
procuradores de velhotes, impossibilitados de atender pessoalmente a convocação
do fisco.
Durante a espera, a mesma troca de lamúrias.
A devolução antiga, até agora não efetuada pela Receita.
Solicitação dos mesmos documentos, todos os anos, exatamente
como no meu caso, expediente tipicamente protelatório para infernizar o
contribuinte e retardar eventuais devoluções.
Já no interior da “Câmara de Torturas”, fui atendido poucos
minutos após a hora agendada.
Saquei do grande envelope que segurava, os originais e
cópias dos documentos solicitados, a grande maioria recibos de médicos e
laboratórios.
O rapazinho examinava as cópias com olhos de lince, como se
estivesse examinando dinheiro que poderia ser falsificado.
Não gostou da cópia da certidão de nascimento de minha
filha, alegando que uma das assinaturas estava parcialmente ilegível.
Questionei, que como seria autenticada pelo próprio
funcionário da Receita, o documento deveria ser validado.
Não satisfeito, providenciou ele mesmo, outra cópia,
escolhida dentre várias que tirou, pois o registro de minha filha já está
bastante desgastado.
Teve semelhante implicância com um recibo médico, onde não
constava que a consulta tinha sido feita “a própria”.
Tentei incluir esse adendo no recibo, não sendo autorizado
pelo fiscal, todavia insisti para que mesmo assim, o recibo fosse incluído
junto com os demais. Caso não fosse aceito, quando novamente intimado como
sempre acontece, substituiria por outro(uma segunda via), com todos os dizeres
exigidos pela Receita.
Em minhas idas e vindas a Receita Federal nesses últimos
anos, tenho topado com os mais diversos tipos de atendentes, alguns mais
atenciosos e menos chatos, que não ficam buscando minúcias e outros,
verdadeiros burrrrrocratas, que com lupa, buscam imperfeições, parecendo ter o prazer de
espezinhar ainda mais o infeliz contribuinte.
Perdem um tempão examinando, conferindo, exigindo
explicações de um contribuinte que apresentou deduções com médicos, de
aproximadamente 15 mil, uma migalha diante dos milhões desviados e não
declarados, mencionados a todo momento nos jornais e TVs.
Se agissem assim com todos, principalmente com políticos,
autoridades, empresas de propaganda, marqueteiros e com os próprios
funcionários da Receita, aí sim teríamos um tratamento equalitário e eu não
poderia abrir o bico.
Mas....como diria não sei quem: “Somos todos iguais perante
a Lei”, todavia a “Lei não é igual para todos”.
José Roberto- 10/08/16
É bom desabafar mesmo, pois a Receita Federal enche o saco mesmo e sempre dos mesmos. Todo ano também fico na malha fina e tenho de apresentar os mesmos recibos, que são do plano de saúde, dos dentistas e dos mesmos médicos particulares que sempre vou. Com a gente o controle é total, com os políticos o descontrole é total. Pintam e bordam e sempre não dá em nada.Até quando?
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