DIA DO PROFESSOR
Diferentemente dos outros “dias” inclusive o das crianças,
comemorado, domingo passado, o dia do
professor não tem apelo comercial.
Pouquíssimos alunos lembrarão espontaneamente da data,
levando uma lembrança a sua mestra, por menor e mais insignificante que seja,
uma flor ou um doce qualquer, ou até mesmo aquele abraço apertado e sincero, em
agradecimento a uma pessoa tão importante, que no abre a porta do conhecimento.
A data em homenagem aos mestres, tem sua origem em 1827, com
D.Pedro I instituindo o ensino fundamental no país.
“Tem-se que no início da década de 30,
as primeiras comemorações já aconteciam, mas sem grande repercussão.
Existem relatos, no entanto, que em 1947
ocorreu o primeiro evento dedicado ao Professor, digno de nota.
Em São Paulo no Ginásio Caetano de
Campos, conhecido como “Caetaninho”, o professor Salomão Becker e seus colegas
Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko tiveram a idéia de escolher
esse dia para um congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
Nesse mesmo ano formou-se, então, a
“Comissão Pró-Oficialização do Dia do Professor”, com intensa atividade de
mobilização no Ministério da Educação, na Assembléia Legislativa do Estado de
São Paulo e na Secretaria de Educação.
Em 13 de outubro de 1948, o Projeto foi
transformado na Lei estadual nº 174.
A conquista
paulista correu o País e quase todos os estados aprovaram leis instituindo o
feriado escolar do Dia do Professor em 15 de outubro. A partir daí, iniciou-se
o trabalho pelo reconhecimento nacional da homenagem, por meio de decreto
federal.
Com alguma demora, a data foi
oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de
14 de outubro de 1963”
Depois dos
pais, o professor desempenha função vital na vida dos alunos, pois dependendo
de sua dedicação somos influenciados em nossos rumos, até mesma na escolha das
nossas profissões.
O verdadeiro
professor, aquele que escolheu a profissão por vocação, consegue captar
naturalmente a atenção dos alunos, inserindo-os no admirável mundo novo, das
letras, dos números, da literatura.
Infelizmente,
por culpa exclusiva de nossas autoridades, a sagrada profissão de ensinar foi vilipendiada,
jogada para um plano inferior, desestimulando o ingresso na carreira de jovens
idealistas.
Principalmente
no ensino básico, a escolha da carreira ficou sendo um tipo de muleta para
aqueles que não conseguiram seguir suas escolhas preferenciais, contribuindo
para baixar o nível, a qualidade e o interesse de ambas as partes, mestre e
aluno, gerando milhões de analfabetos funcionais.
Nós, os mais
velhos, voltamos nossos olhos saudosos para os tempos em que a professora do
primário era uma pessoa importante na escola e na sociedade, sendo valorizada
como tal.
Eram mulheres
cultas, felizes, recebendo salário digno e repassando conhecimento a seus
alunos com uma naturalidade invejável.
Impossível não
vir a lembrança a imagem de Dona Helena Rodrigues Alves, minha professora do
primeiro ano primário, neta do ex-presidente da republica, pessoa admirável,
que amava e acompanhava o desenvolvimento e sucesso dos alunos.
Tive a
felicidade de encontrá-la, anos depois de formado.
Outro mestre
sempre lembrado, meu professor de português no ginásio e científico, Sr.
Benedito Antonio Cotrim, homem culto e agradável, que conseguia durante duas
aulas consecutivas, manter a classe atenta, absorvendo ansiosamente os segredos e a poesia da nossa
língua.
Foi o grande
incentivador de nossas redações, apresentando-nos temas subjetivos que forçavam
o uso da imaginação e do intangível.
Pena que nossos
filhos e netos não possam encontrar pessoas desse quilate, que tinham no
sangue, o sagrado prazer de ensinar, de abrir as portas do conhecimento e do
saber para mentes virgens e sequiosas.
Agora em tempo
de campanha política, muito se fala em revalorizar os mestres, investir mais no
ensino, palavras vãs, que se perdem no tempo e no vento após a contagem das
urnas.
Continuo
agradecido as chances que tive e aos mestres que deixaram suas marcas em meu
intelecto, credores de minha eterna gratidão.
José Roberto-
15/10/14
O que esperar de um país onde um mero técnico de futebol é "glorificado' como professor fulano de tal?
ResponderExcluirMuito bonito, José Roberto. E agradeco, já que também sou professora. Agora, ensinando aos alemaes, mas dá no mesmo. Beijos Alice
ResponderExcluirMuito bonito, José Roberto. E agradeco, já que também sou professora. Agora, ensinando para os alemaes, mas dá tudo no mesmo. Beijos
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