AQUI SE TRABALHA
O Paraná é um dos estados mais organizados do país, com boa
infra-estrutura , ótimas universidades e com um expressivo parque industrial.
Já foi o celeiro do Brasil, o maior produtor de café e
outros grãos, favorecido pela qualidade excepcional de sua famosa terra roxa.
A urbanização e a valorização exagerada, forçou os
laboriosos paranaenses a migrar, principalmente para a região centro-oeste,
tornando-a campeã da produtividade, de soja, milho e uma enorme variedade de
culturas.
Apesar de toda essa pujança, os paranaenses sempre tiveram
“dor de cotovelo” com relação ao estado de São Paulo, o motor e coração do
país.
Essa situação chegou ao extremo no início dos anos setenta.
O governo do Paraná, orgulhoso de seu potencial, afixou em
todas as divisas com São Paulo, enormes
placas, com os dizeres: “ PARANÁ, AQUI SE TRABALHA”.
Cheguei a ver uma dessas placas na BR-101, logo depois de
Registro.
Não sei se foi obra do governo paulista ou de empresários
gaiatos, que não tiveram pudor em responder aos paranaenses, colocando placas
nos limites paulista, com os dizeres: ‘TRABALHO AQUI NÃO É NOVIDADE”.
Pouco tempo depois, as placas sumiram, de ambos os lados.
Escutei ontem pelo rádio, que alguns paranaenses continuam
inovando na área do trabalho.
Funcionário públicos do Porto de Paranaguá foram
denunciados, após a constatação por investigação interna, que utilizavam “dedos
de silicone” com impressões digitais, para simular que estavam “trabalhando” e
até mesmo fazendo horas extras.
Obviamente os “dedos” utilizados para burlar os controles
eletrônicos de ponto, eram manuseados por comparsas, talvez em forma de
rodízio.
“Leva meu dedo hoje que amanhã levo o seu”.
Talvez, por inveja ou raiva, o golpe da “dedada” foi
dedurado por algum dedo-duro, que não conseguiu arranjar um dedo para
participar da mamata.
Antigamente, o expediente utilizado pelos funcionários
públicos para embromar os chefes de que estavam sempre a postos, era o famoso
“paletó”.
Todo “barnabé” que se prezasse, mantinha sempre no encosto
de sua cadeira, um paletó ensebado, ano após ano.
Quando perguntavam pelo fulano, olhavam para o paletó e a
explicação era imediata.
Saiu para o café ou banheiro. Volta em instantes.
Pobre do coitado que acreditava.
Agora, com esse novo golpe do “dedo”, será que os malandros
vão deixá-lo sobre as mesas, dentro de um copo, ou pendurado em algum
porta-retrato?
Quando o chefe vier procurar o dono do dedo, vai ser mais
difícil justificar a ausência.
Talvez, valha a pena voltar aos tempos dos “paletós”, que com
o avanço da tecnologia, poderiam também ser eletrônicos, ou pelo menos,
serviriam para esconder os “dedos” nos bolsos.
José Roberto- 25/02/14
Zé
ResponderExcluirRecordo desses fatos e da gozação dos paulistas, com a boa resposta aos paranaenses.
Essa do dedo já deve ser aplicada num bocado de estatais e empresas publicas. Já deve ter até anuncio em jornal, vendendo dedo.
Convem explicar aos mais novos, que antigamente, funcionário público era chamado de "barnabé).
E viva a criatividade do povo brasileiro, principalmente para as safadezas!
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