segunda-feira, 12 de maio de 2025

PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS MÃES

 

PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS MÃES

 

Meus velhos amigos, que pacientemente acompanham a besteirada que escrevo há exatamente vinte anos, devem ter estranhado a ausência do costumeiro texto antecedendo o dia das Mães.

Texto piegas, meloso, repetitivo, mas que brota do fundo do meu coração, emergindo com a saudade de minha mãe, Hercília, uma grande mulher.

Sempre procurei dar um novo enfoque ao enaltecer a qualidades da minha e de outra mães maravilhosas que conheci, mas impossível não cair em lugares comuns, mencionando chavões e algumas expressões corriqueiras, o que provavelmente ocorre no presente texto, sobre cujo doce e belo assunto, escrevo pela vigésima vez.

Tenho o costume de homenagear a minha e todas a mães, sempre antecipando o dia especial, reconhecendo o apelo comercial, mas valorizando-o, por reavivar a lembrança daquela que nos trouxe ao mundo, concedendo-nos o dom da vida.

Preocupado com exames de minha filha, consulta para checar o bom resultado da “extração de suas cataratas”, acompanhando os acontecimentos no Vaticano e lendo sobre a patifaria imensa cometida contra os aposentados; somente me dei conta que o texto postado, versava sobre a eleição do novo Papa, e só percebi “minha falha”, a tardinha, alertado para o almoço antecipado ao sábado, onde em família, comemoraríamos o dia das mães.

Jamais deixei passar em branco datas especiais, como Natal, Ano Novo, dia das Mães e dos Pais, embora sempre tenha mantido a convicção, que deveríamos homenagear e festejar nossos entes queridos, com muito amor, enquanto vivos, obviamente mantendo guardadas no fundo do coração, as recordações e lembranças, marcas indeléveis da ausência dos que se foram e nos acompanham e velam lá do céu.

Caso tivesse escrito o texto na sexta-feira, antevéspera do glorioso dia, o resultado seria obviamente diferente, sem perder tempo inventado justificativas, que servem basicamente para que eu fique mais atento, pois me noto, as vezes dispersivo, desatendo,  a ponto de ser constantemente alertado por minha mulher, para ficar mais alerta, “foco Beto, foco!”.

Justificativas apresentadas, confesso que num domingo chuvoso, dando uma de mestre cuca, preparando o almoço no capricho(?), tive tempo de pensar em minha mãe, a verdadeira dona do lar, na luta para educar os 7 filhos, com personalidades e gostos diferentes, incutindo em nossas mentes virgens, noções sagradas do sentimento de família, de honestidade e respeito ao próximo, apoiando-nos nos esforços na busca das realizações profissionais, mantendo a família unida, atravessando períodos difíceis, sempre altiva, jamais esmorecendo, sendo recompensada mais tarde,  com a esperada bonança.

Hercília foi uma lutadora, uma leoa tomando conta de sua prole, amolecida ao extremo com a chegada dos netos.

Durante anos foi responsável pela “Obra do Berço”, entidade  piracicabana que atendia  mães pobres, ou mães solteiras, fornecendo enxoval para os recém nascidos, além de apoio e orientações a essas pessoas, desprevenidas e carentes.

Partiu com mais de 100 anos, lúcida, em paz, rodeada pelo carinho dos filhos, netos.

Com toda certeza, lá do céu, ao lado de Tônico(meu pai), continua velando por toda a família,  guardando um lugarzinho para todos, especialmente para mim, que sempre me considerei o filho predileto (rsrsrsrs), sentimento igualzinho a dos demais irmãos.

Com saudades de minha querida mãe, envio com atraso, um forte abraço, a todas as outras, especialmente a de meus amigos e pacientes leitores.

 

José Roberto-12/05/25

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