PRA DIZER
QUE NÃO FALEI DAS MÃES
Meus velhos
amigos, que pacientemente acompanham a besteirada que escrevo há exatamente
vinte anos, devem ter estranhado a ausência do costumeiro texto antecedendo o
dia das Mães.
Texto piegas,
meloso, repetitivo, mas que brota do fundo do meu coração, emergindo com a
saudade de minha mãe, Hercília, uma grande mulher.
Sempre
procurei dar um novo enfoque ao enaltecer a qualidades da minha e de outra mães
maravilhosas que conheci, mas impossível não cair em lugares comuns,
mencionando chavões e algumas expressões corriqueiras, o que provavelmente
ocorre no presente texto, sobre cujo doce e belo assunto, escrevo pela vigésima
vez.
Tenho o
costume de homenagear a minha e todas a mães, sempre antecipando o dia
especial, reconhecendo o apelo comercial, mas valorizando-o, por reavivar a
lembrança daquela que nos trouxe ao mundo, concedendo-nos o dom da vida.
Preocupado
com exames de minha filha, consulta para checar o bom resultado da “extração de
suas cataratas”, acompanhando os acontecimentos no Vaticano e lendo sobre a patifaria
imensa cometida contra os aposentados; somente me dei conta que o texto
postado, versava sobre a eleição do novo Papa, e só percebi “minha falha”, a
tardinha, alertado para o almoço antecipado ao sábado, onde em família, comemoraríamos
o dia das mães.
Jamais
deixei passar em branco datas especiais, como Natal, Ano Novo, dia das Mães e
dos Pais, embora sempre tenha mantido a convicção, que deveríamos homenagear e
festejar nossos entes queridos, com muito amor, enquanto vivos, obviamente
mantendo guardadas no fundo do coração, as recordações e lembranças, marcas indeléveis
da ausência dos que se foram e nos acompanham e velam lá do céu.
Caso tivesse
escrito o texto na sexta-feira, antevéspera do glorioso dia, o resultado seria
obviamente diferente, sem perder tempo inventado justificativas, que servem
basicamente para que eu fique mais atento, pois me noto, as vezes dispersivo,
desatendo, a ponto de ser constantemente
alertado por minha mulher, para ficar mais alerta, “foco Beto, foco!”.
Justificativas
apresentadas, confesso que num domingo chuvoso, dando uma de mestre cuca,
preparando o almoço no capricho(?), tive tempo de pensar em minha mãe, a
verdadeira dona do lar, na luta para educar os 7 filhos, com personalidades e
gostos diferentes, incutindo em nossas mentes virgens, noções sagradas do
sentimento de família, de honestidade e respeito ao próximo, apoiando-nos nos
esforços na busca das realizações profissionais, mantendo a família unida,
atravessando períodos difíceis, sempre altiva, jamais esmorecendo, sendo
recompensada mais tarde, com a esperada
bonança.
Hercília foi
uma lutadora, uma leoa tomando conta de sua prole, amolecida ao extremo com a
chegada dos netos.
Durante anos
foi responsável pela “Obra do Berço”, entidade piracicabana que atendia mães pobres, ou mães solteiras, fornecendo
enxoval para os recém nascidos, além de apoio e orientações a essas pessoas, desprevenidas
e carentes.
Partiu com
mais de 100 anos, lúcida, em paz, rodeada pelo carinho dos filhos, netos.
Com toda
certeza, lá do céu, ao lado de Tônico(meu pai), continua velando por toda a família,
guardando um lugarzinho para todos, especialmente
para mim, que sempre me considerei o filho predileto (rsrsrsrs), sentimento
igualzinho a dos demais irmãos.
Com saudades
de minha querida mãe, envio com atraso, um forte abraço, a todas as outras,
especialmente a de meus amigos e pacientes leitores.
José
Roberto-12/05/25
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