segunda-feira, 11 de abril de 2022

CARAVELAS, 2022


 (DA ESQUERDA PARA A DIREITA: LUCAS PEQUENO, RENATO, VAGUINHO, MARIO     MORENO, CHUPETA, EU E RICARDO)

CARAVELAS 2022

 

Partimos na quinta a tarde, com um pequeno atraso.

No carro chefe, meu sobrinho Ricardo Yellow, eu e Chupeta; no outro, fechando a comitiva, Renato(sobrinho), Lucas pequeno(sobrinho neto), Mario Moreno e  o incansável Waguinho.

Paramos apenas em Ibiraçu, uns 70 km depois de Vitória-ES, para abastecer e forrar o bucho com deliciosos pasteis, bolinhos de aipim e outras acepipes disponíveis na famosa Parada Ibiraçu, o melhor restaurante e lanchonete da região, onde regularmente, tanto na ida quanto na volta, fazemos um pit stop.

Chegamos em Caravelas por volta da 11,30 h, na sexta, onde Ditinho, o prestativo guardião,  nos aguardava na confortável casa do meu sobrinho, com a geladeira industrial cheia de cervas,  filés de budião e camarões, prontos para serem manuseados pelo chef Yellow.

Convem salientar, que outras bebidas foram trazidas pela turma, uma variedade de Camparis, Martines Rossos, gim, vinhos, conhaques e uísques, uma coleção de fazer inveja aos manguaceiros ausentes.

Posso afirmar com certeza total, que essa foi uma das pescarias e mergulhos onde mais comi e bebi. Ricardo caprichou demais nos regabofes e com assistência de Chupeta, um dos mais esganados da turma, fartei-me a valer.

Com a ausência de Marcelo(outro sobrinho), Digão(outro sobrinho neto, o melhor mergulhador da turma) e Lucas Trator D-7(dizem que já está matando algumas cocorocas), que não puderam participar do importante meeting anual por motivos particulares, fominhas por mergulhos, saímos ao mar apenas duas vezes, com resultados medianos, pois a cada ano, os peixes que restam ficam mais espertos.

O pessoal de Caravelas, que a vinte, trinta anos atrás não mergulhavam, atualmente fazem um rapa, utilizando inclusive de métodos proibidos,  redes que cercam os corais nas marés baixas, capturando a “traição”, milhares de budiões e outros peixe de curso.

Na primeira saída, fomos em duas lanchas de Ricardo, obviamente fui na maior e mais confortável. Mar calmo, sem problemas.

Difícil foi colocar a roupa de Neoprene, ressecada pelo pouco uso. Vergonha foi tentar colocar o cinto de chumbo, o primeiro que comprei há 40 anos. Não fechava devido ao diâmetro crescido de minha pança. Precisei da ajuda de dois companheiros e não foi nada fácil.

Caí na água exausto, quase decidindo retornar a lancha, porem com muito esforço, sai atrás dos peixes, que não deram as caras. Depois de insistir por uma hora, retornei virgem, com apenas dois tiros que não acertaram o alvo. Coral morto. Local com poucas variedades e os que vi, eram muito ligeiros.

Renato,  um bom mergulhador, ainda conseguiu matar 2 ou 3 garoupas e alguns budiões, garantindo o almoço.

Mario Moreno, o campeão de El Salvador também teve dificuldades para demonstrar sua categoria. Pelejou. mas praticamente ficou no zero a zero, pois matou apenas um filhote de budião de uns 10 centimetros.

Ricardo nem caiu n’água. Pressentiu com sua larga experiencia que o mar não estava para peixe.

Surpresa foi o desempenho e ousadia de Lucas Pequeno, que iniciando na arte do mergulho foi o mais fominha do grupo. Incansável, afastou-se do barco em demasia, deixando-nos preocupado com sua intrepidez. Sem dúvida, dentro de pouco tempo, será um importante rival de Digão, disputando a liderança subaquática da turma. O menino taludo promete.

A safra foi um pouco melhor no segundo mergulho, no barco do Val, velho companheiro que sempre nos leva em sua segura e lerda traineira. Embora muito mais lenta é mais cômoda, tendo uma cabine, onde cochilo durante 2,30 a 3,00 horas até chegarmos aos nosso destino. O mesmo acontece na volta.

Matamos razoavelmente, inclusive meia dúzia de dentões de ótimo tamanho.

Podemos dizer, que dessa vez, ficamos muito mais apoitados em terra firme, bebendo e comendo peixes e camarões frescos, se deliciando com os pratos caprichado do mestre cuca Yellow.

Como dito anteriormente, Chupeta, e ex-chefão dos Correios do litoral paulista, além de preparar ótimos drinks, comia o tempo todo, me induzindo a acompanha-lo na dura empreitada. Ganhamos na semana, um belo aumento na circunferência de nossas barrigas, muito bem destacadas na foto do vigoroso grupo.

Causou  estranheza o fato de Mario Moreno, um macho alfa de El Salvador, insistir em utilizar uma “Caneca Stanley” e em tomar café passando Nutela no pão e nas bananas fritas que preparava com destreza.

Que pasa ombre? Carajo.

Fico na minha, pois cada um sabe o faz e sempre há tempo, para até o mais machão , demonstrar sua verdadeira natureza.

Renato Dada, felizmente dessa vez, desistiu de levar passarinhos, que além de sofrerem na viagem, nos expõe a riscos, pois é crime capturar esses exemplares que enfeitam a natureza. Parece que está sendo refreado desse vício, mais maduro e com novas metas e compromissos.

Lucas Pequeno, em plena flor da idade, aos 14 anos, com os hormônios explodindo, tinha alguns planos libidinosos, que por circunstâncias diversas não se concretizaram. A contragosto, contentou-se em “depenar o sabiá” umas três vezes por dia. Ainda chegará a hora de ganhar o prêmio máximo e dar uma folga ao manuseio da estrovenga.

Vaguinho, com W ou com V, é realmente pau para toda obra. O desgraçado e magro de ruindade, pois come e bebe feito um dragão. Se deixar, começa cedo e tenho que marca-lo de perto.

Incrível sua disposição, pois mesmo cheio de manguaça não refuga um serviço, estando sempre pronto para executar as tarefas mais difíceis e indigestas. O danado vale o quanto come e bebe.

Segundo consta, arranjou uma noiva em Caravelas, quebrando um jejum que durava anos.

Todavia, a sensação da viagem foi a macaca prego Clara, filha adotiva e caçula de Ricardo.

Com uns três meses é levada da breca, pulando de colo em colo, se acoitando nas nucas de todos nós, aguardando carícias e nos dando leves mordidas.

Sapeca ao extremo, mexia em tudo que estivesse a seu alcance, comendo de tudo e chegando a ponto de provar, na moita, alguns de nossos drinks mais adocicados, aderindo ao torpor da turma da manguaça.

Macaquinha danada e muito esperta, que nos distraiu um bocado, com exceção de Mario Moreno, que sentia arrepios ao ser tocada pela pequena macaca. Uiuiuiuiui.

Com muito mais conforto, na acolhedora casa do meu querido sobrinho, notamos que com o passar dos anos, já não temos a mesma ânsia e vigor, dos saudosos tempos da Pousada das Sereias, da Casa da Dadá, e da Pousada do Ditinho, quando nosso objetivo se fixava com primazia, nos mergulhos.

Atualmente, os seniores do grupo, dão mais importância a semana que passamos juntos, falando apenas besteiras, deixando de lado os problemas do dia a dia.

Uma semana para oxigenação do corpo e da alma.

Os que não puderam vir, obviamente fizeram falta, mas não foram esquecidos em nossas conversas. Novas oportunidades, se Deus quiser, não faltarão.

O Retorno foi tranquilo, com uma pequena desventura de minha parte, na chegada ao Rio, que Dona Regina proibiu que relatasse. Talvez em outra oportunidade.

Até uma nova escapada.

Para não macular o singelo texto, concluo sem o rotineiro refrão.

 

José Roberto- 11/04/22

 

 

 


2 comentários:

  1. TIRANDO AS MENTIRAS, DEVE TER SIDO UM PASSEIO FANTÁSTICO.
    NO PRÓXIMO, TÔ DENTRO.

    ResponderExcluir