(DA ESQUERDA PARA A DIREITA: LUCAS PEQUENO, RENATO, VAGUINHO, MARIO MORENO, CHUPETA, EU E RICARDO)
CARAVELAS
2022
Partimos na
quinta a tarde, com um pequeno atraso.
No carro
chefe, meu sobrinho Ricardo Yellow, eu e Chupeta; no outro, fechando a
comitiva, Renato(sobrinho), Lucas pequeno(sobrinho neto), Mario Moreno e o incansável Waguinho.
Paramos
apenas em Ibiraçu, uns 70 km depois de Vitória-ES, para abastecer e forrar o
bucho com deliciosos pasteis, bolinhos de aipim e outras acepipes disponíveis
na famosa Parada Ibiraçu, o melhor restaurante e lanchonete da região, onde regularmente,
tanto na ida quanto na volta, fazemos um pit stop.
Chegamos em
Caravelas por volta da 11,30 h, na sexta, onde Ditinho, o prestativo guardião, nos aguardava na confortável casa do meu sobrinho,
com a geladeira industrial cheia de cervas, filés de budião e camarões, prontos para serem
manuseados pelo chef Yellow.
Convem
salientar, que outras bebidas foram trazidas pela turma, uma variedade de
Camparis, Martines Rossos, gim, vinhos, conhaques e uísques, uma coleção de
fazer inveja aos manguaceiros ausentes.
Posso
afirmar com certeza total, que essa foi uma das pescarias e mergulhos onde mais
comi e bebi. Ricardo caprichou demais nos regabofes e com assistência de
Chupeta, um dos mais esganados da turma, fartei-me a valer.
Com a ausência
de Marcelo(outro sobrinho), Digão(outro sobrinho neto, o melhor mergulhador da
turma) e Lucas Trator D-7(dizem que já está matando algumas cocorocas), que não
puderam participar do importante meeting anual por motivos particulares, fominhas
por mergulhos, saímos ao mar apenas duas vezes, com resultados medianos, pois a
cada ano, os peixes que restam ficam mais espertos.
O pessoal de
Caravelas, que a vinte, trinta anos atrás não mergulhavam, atualmente fazem um
rapa, utilizando inclusive de métodos proibidos, redes que cercam os corais nas marés baixas, capturando
a “traição”, milhares de budiões e outros peixe de curso.
Na primeira
saída, fomos em duas lanchas de Ricardo, obviamente fui na maior e mais
confortável. Mar calmo, sem problemas.
Difícil foi
colocar a roupa de Neoprene, ressecada pelo pouco uso. Vergonha foi tentar
colocar o cinto de chumbo, o primeiro que comprei há 40 anos. Não fechava devido
ao diâmetro crescido de minha pança. Precisei da ajuda de dois companheiros e
não foi nada fácil.
Caí na água
exausto, quase decidindo retornar a lancha, porem com muito esforço, sai atrás
dos peixes, que não deram as caras. Depois de insistir por uma hora, retornei
virgem, com apenas dois tiros que não acertaram o alvo. Coral morto. Local com
poucas variedades e os que vi, eram muito ligeiros.
Renato, um bom mergulhador, ainda conseguiu matar 2 ou
3 garoupas e alguns budiões, garantindo o almoço.
Mario
Moreno, o campeão de El Salvador também teve dificuldades para demonstrar sua
categoria. Pelejou. mas praticamente ficou no zero a zero, pois matou apenas um
filhote de budião de uns 10 centimetros.
Ricardo nem
caiu n’água. Pressentiu com sua larga experiencia que o mar não estava para
peixe.
Surpresa foi
o desempenho e ousadia de Lucas Pequeno, que iniciando na arte do mergulho foi
o mais fominha do grupo. Incansável, afastou-se do barco em demasia, deixando-nos
preocupado com sua intrepidez. Sem dúvida, dentro de pouco tempo, será um importante
rival de Digão, disputando a liderança subaquática da turma. O menino taludo
promete.
A safra foi
um pouco melhor no segundo mergulho, no barco do Val, velho companheiro que
sempre nos leva em sua segura e lerda traineira. Embora muito mais lenta é mais
cômoda, tendo uma cabine, onde cochilo durante 2,30 a 3,00 horas até chegarmos
aos nosso destino. O mesmo acontece na volta.
Matamos razoavelmente,
inclusive meia dúzia de dentões de ótimo tamanho.
Podemos
dizer, que dessa vez, ficamos muito mais apoitados em terra firme, bebendo e
comendo peixes e camarões frescos, se deliciando com os pratos caprichado do
mestre cuca Yellow.
Como dito
anteriormente, Chupeta, e ex-chefão dos Correios do litoral paulista, além de
preparar ótimos drinks, comia o tempo todo, me induzindo a acompanha-lo na dura
empreitada. Ganhamos na semana, um belo aumento na circunferência de nossas
barrigas, muito bem destacadas na foto do vigoroso grupo.
Causou estranheza o fato de Mario Moreno, um macho
alfa de El Salvador, insistir em utilizar uma “Caneca Stanley” e em tomar café passando
Nutela no pão e nas bananas fritas que preparava com destreza.
Que pasa ombre? Carajo.
Fico na
minha, pois cada um sabe o faz e sempre há tempo, para até o mais machão ,
demonstrar sua verdadeira natureza.
Renato Dada,
felizmente dessa vez, desistiu de levar passarinhos, que além de sofrerem na
viagem, nos expõe a riscos, pois é crime capturar esses exemplares que enfeitam
a natureza. Parece que está sendo refreado desse vício, mais maduro e com novas
metas e compromissos.
Lucas Pequeno,
em plena flor da idade, aos 14 anos, com os hormônios explodindo, tinha alguns
planos libidinosos, que por circunstâncias diversas não se concretizaram. A
contragosto, contentou-se em “depenar o sabiá” umas três vezes por dia. Ainda chegará
a hora de ganhar o prêmio máximo e dar uma folga ao manuseio da estrovenga.
Vaguinho,
com W ou com V, é realmente pau para toda obra. O desgraçado e magro de
ruindade, pois come e bebe feito um dragão. Se deixar, começa cedo e tenho que marca-lo
de perto.
Incrível sua
disposição, pois mesmo cheio de manguaça não refuga um serviço, estando sempre
pronto para executar as tarefas mais difíceis e indigestas. O danado vale o
quanto come e bebe.
Segundo
consta, arranjou uma noiva em Caravelas, quebrando um jejum que durava anos.
Todavia, a
sensação da viagem foi a macaca prego Clara, filha adotiva e caçula de Ricardo.
Com uns três
meses é levada da breca, pulando de colo em colo, se acoitando nas nucas de
todos nós, aguardando carícias e nos dando leves mordidas.
Sapeca ao
extremo, mexia em tudo que estivesse a seu alcance, comendo de tudo e chegando
a ponto de provar, na moita, alguns de nossos drinks mais adocicados, aderindo ao
torpor da turma da manguaça.
Macaquinha
danada e muito esperta, que nos distraiu um bocado, com exceção de Mario
Moreno, que sentia arrepios ao ser tocada pela pequena macaca. Uiuiuiuiui.
Com muito mais
conforto, na acolhedora casa do meu querido sobrinho, notamos que com o passar
dos anos, já não temos a mesma ânsia e vigor, dos saudosos tempos da Pousada
das Sereias, da Casa da Dadá, e da Pousada do Ditinho, quando nosso objetivo se
fixava com primazia, nos mergulhos.
Atualmente,
os seniores do grupo, dão mais importância a semana que passamos juntos,
falando apenas besteiras, deixando de lado os problemas do dia a dia.
Uma semana
para oxigenação do corpo e da alma.
Os que não
puderam vir, obviamente fizeram falta, mas não foram esquecidos em nossas
conversas. Novas oportunidades, se Deus quiser, não faltarão.
O Retorno
foi tranquilo, com uma pequena desventura de minha parte, na chegada ao Rio,
que Dona Regina proibiu que relatasse. Talvez em outra oportunidade.
Até uma nova
escapada.
Para não
macular o singelo texto, concluo sem o rotineiro refrão.
José
Roberto- 11/04/22