SISTEMA S- A GRANDE MAMATA
Venho aguardando uma oportunidade para escrever sobre o Sistema S já há algum tempo, após ouvir um discurso de Paulo Guedes aos capitães de indústrias paulistas, logo após ser indicado para o Ministério da Economia, antes da posse do governo Bolsonaro.
O Sistema S foi criado em 1942 por Getulio Vargas, mantido e “teoricamente aperfeiçoado” na Constituição de 1988. Trata-se de contribuição obrigatória, um percentual incidente nas folhas de pagamento de todas as empresas do país, cujos recursos seriam destinados para treinamento, formação de mão de obra especializada e desenvolvimento do nosso comércio e indústria.
Essa contribuição compulsória equivale hoje a uma grana preta, mais ou menos 20 bilhões/ano, distribuído entre entidades privadas, CNA, CNI(Sesi e Senai), CNC(Sesc e Senac), CNT e SEBRAE, responsáveis pela implantação e desenvolvimento dos programas, sem fins lucrativos, abrangendo todo o território nacional.
Apesar do caráter “privado”, quem sempre indicou diretores para a administração dessas entidades foi o governo e pessoas influentes do setor da indústria e comércio, pois eram tetas extremamente generosas, onde apaniguados poderiam degustar tranquilamente do leitinho da viúva.
Basta dizer que o salário médio dos diretores dessas empresas oscila entre 60 e 100 mil mensais, alem de outras vantagens. O Salário médio dos níveis inferiores, fica na casa dos 4 mil(130 mil funcionários espalhados pelo Brasil).
Boca maravilhosa, obviamente disputada com unhas e dentes desde o governo FHC, ficando mais acirrada nos governos Mula e Dilma, onde sindicalistas e petistas famosos se acoitaram e fizeram a festa, tais como Jair Menegali, Gilberto Carvalho e muitos outros, inclusive mulheres e parentes de políticos de outros partidos, que não perderam oportunidade de grudar na teta(até uma ex-cunhada do Mula).
Essa escumalha de protegidos não se contenta com os magníficos salários e mordomias, pois corruptos e gananciosos sempre querem mais, buscando as formas tradicionais de desviar milhões, através de contratos sem licitações, superfaturamentos, desvios em verbas de publicidade, patrocínios chavecados e outras mazelas normalmente utilizadas por trambiqueiros.
Como se trata de entidades privadas, embora sustentadas por dinheiro público, não sofriam fiscalização do TCU e no geral, roubava-se a vontade, embora alguns órgãos como Senai, Sesi e Sebrae prestassem também bons serviços, mesmo com diretores safados.
Somente com o Lava-Jato as investigações chegaram aos maganos dessas empresas, culminando com as prisões do conhecido Presidente da CNI, Robson de Andrade, em fevereiro de 2019 e do Presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, que associado a Sérgio Cabral, meteu a mão na grana do Sesc e Senac.
Mencionei o Ministro Paulo Guedes no início do texto, porque na palestra aos industriais paulistas, ele havia explicitado que efetuaria severas alterações no Sistema S, abrindo a caixa preta, reduzindo o percentual das contribuições, tornando transparente a administração de todos seus órgãos; causando algum constrangimento entre os presentes, que jamais prestavam contas de seus atos.
Pena que até hoje só ficou na ameaça, pois continua tudo exatamente na mesma.
A mamata continua sendo ótima.
Guedes amarelou.
José Roberto- 08/06/21
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