QUARENTENA- DIA 73-
TURMA ESTROPIADA
Essa quarentena talvez não seja muito boa para o
aprimoramento da condição física da nossa turma.
Eu, o matusalém, estou com dor crônica nos “quartos” e um
incômodo no peito do pé esquerdo, que dói principalmente a noite, com pontadas
equivalentes a “arrancar pelo do saco com alicate”.
Miguelito, o “Cristiano Ronaldo” do tênis do Rhapsody, está
igual a um bagaço de laranja, magro, com problemas na virilha, no tornozelo. Já
entra em quadra cansado e reclamando de dores. Difícil saber o quanto há de
fingimento ou verdade nessas lamúrias.
Até Marcelinho Formiga Atômica está no estaleiro. Reclama de
dores de “cotovelo” fortíssimas, que o impedem de desferir suas potentes
cacetadas. Incrível, até mesmo ele, que após os estafantes jogos, costuma dar três
voltas correndo ao redor da Lagoa, anda fraquejando diante dessa maratona de
disputas diárias.
Jujuarez, o Lorde da turma, está nos surpreendendo, alem de ser o mais “fominha”
atualmente. Recordo que há um tempinho atrás, contundia-se com frequência, má
fase já superada, sendo hoje um dos mais jogadores mais regulares. Osso duro de
roer.
Carlos Kgão, o “Maciste” da turma, fortão mais sempre com
dores devido a malhação excessiva, comparece poucas vezes e apesar de boa forma
física aparente, não evolui muito. É um “baú sem alça”. Emprestei a ele minha
raquete, que joga sozinha, para ver se dá uma melhorada. Só espero que não me
contamine com seu jogo inconstante. Bate forte, mas só acerta dez por cento.
Peter Claudiao é outro que só aparece de vez em quando,
preferindo assar o fiofó no selim de sua caríssima bicicleta, ou mesmo em
quarentena trabalhar, que jogar com a turma.
Na segunda-feira fizemos uma boa dupla, batendo todos
adversários e Claudião jogou muito bem. Tenho que elogiá-lo, pois depois de
tanto tempo cumpriu sua promessa e me deu aquele whisky prometido.
Talvez, com mais alguns agrados e elogios, me surpreenda com
outra garrafa.
Paulinho Explicadinho, como já havia dito, anda cismado.
Depois de ter levado um puxão de orelhas do Juju, ter aprontado comigo cobrando
a rede nova superfaturada, que pensei ser um presente ao condomínio, anda
arisco. Aparece para dar suas aulas e se manda rapidinho. Talvez devido a outro
sério agravante, pois nos vendeu, por preços acima dos praticados pelo mercado,
10 latas de bolas de tênis vencidas. As duas primeiras que abrimos murcharam
rapidamente, não aguentando nem três partidas.
Dentre os que comparecem regularmente para os jogos, apenas
eu, Juju e Miguelito.
Para completar as duplas até a chegada dos membros
efetivos(quando aparecem), contamos com dois estepes, Paulo Pentelho e David,
que por sinal estão se saindo muito bem.
Apesar de novatos na arte tenística, estão em franca
evolução, com boas atuações dentro das “quatro linhas”. Ou oito?
Correndo por fora e olhando com olhos “invejosos” nossas
grandes performances, surge como pretendente a futuro parceiro, José Carlos,
que anda treinando secretamente varias horas por dia, tendo inclusive
participado de uma “oficina” em Angra dos Reis, no último final de semana.
Depois de algum tempo, aparecem novos candidatos pleiteando
ingresso em nosso seleto grupo.
Já colocamos em campo nossos serviços de inteligência para
levantar a vida pregressa desses “elementos”.
Na análise dos currículos, apenas uma bola preta
desqualifica o pretendente,.
Que não se animem muito.
José Roberto- 28/05/20
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