TOLERÂNCIA ZERO- PARTE DOIS

TOLERÂNCIA ZERO- PARTE DOIS

Desconfio que seja a água, captada no alto da serra, de rios sem poluição, que deixa o povo de Itanhaém tão paciente e cordato.

Para quem é de fora, mesmo aqueles como eu, que já moraram, casaram e tem casa na cidade, existem alguns testes de resistência insuperáveis.

Entrar e fazer qualquer operação numa agência bancária de Itanhaém é uma das tarefas com grau máximo de dificuldade.

As filas se formam antes da abertura do expediente bancário.

É fila para entrar, fila para os caixas eletrônicos, filas imensas nos caixas normais, fila para falar com algum dos gerentes que não mandam porra nenhuma, filas e filas para qualquer serviço que precise solicitar.

Os piores são o Banco do Brasil e Caixa Econômica, que devem pagar benefícios sociais. Entrar nas agências desses bancos é uma aventura.

Já muito puto com as obras em frente da minha casa, tive que dar uma chegada no Itaú(um dos mais tranqüilos, segundo me disseram), para fazer uma TED(transferência bancária).

Passei pela agência na segunda a tarde(16/05) que estava superlotada. Perguntei onde poderia emitir a TED e me indicaram uma loirinha lá no fundo, na ultima mesa de atendimento, atrás dos gerentes que não resolvem nada.

Desisti de imediato, pois na minha frente havia seis ou sete pessoas esperando e não estava com saco para ficar aguardando, respirando o ar viciado num salão superlotado.

Na terça de manhã, tentei novamente por volta das 11,00 horas.

Agência repleta, um pouco menos que no dia anterior,

Notei que havia apenas duas pessoas na minha frente e resolvi esperar.

O problema é que a loirinha atendia uma velha, que pelo jeito gostava de conversar.

Esperei uns quinze minutos, reclamei com um “gerente” que estava sentado na mesa anterior sem atender ninguém, apenas fuçando no computar, não dando a mínima para os que aguardavam atendimento.

Desisti, resolvendo voltar a tarde.

Retornei as 14,30 horas e para minha surpresa, não havia fila, nem a loirinha estava em sua mesa.

Perguntei ao mesmo “gerente” careca, o destino da dita cuja, sendo informado que estava em horário de almoço, que eu teria que esperar.

Foi o bastante!

Quase gritando, perguntei que merda de banco era aquele, que durante o expediente, deixa de atender um cliente, porque a funcionária encarregada do serviço havia saído para almoçar.

Percebendo o alvoroço causado pelo tom de minha voz, o “gerente” careca me chamou rapidamente para sua mesa, emitindo o TED em menos de cinco minutos.

Porque esse filho da puta não auxiliou a loirinha nas minhas visitas anteriores, só mexendo a bunda para evitar o bafafá quando elevei o tom da voz?

Pelo que percebi, já passou da hora do povo de Itanhaém se rebelar, pois o atendimento prestado pelas agências bancárias da cidade é um acinte, um desrespeito ao cliente e ao cidadão, contrariando inclusive normas do Banco Central.

Posso imaginar como deve ficar o atendimento no período de temporada, de dezembro a fevereiro.

Ainda bem que não precisei dar uma chegada na agência dos Correios, porque daí enlouqueceria de vez.

O cara que conseguir sair daquele prédio antigo em menos de uma hora, entrará para o livro dos recordes.

Abençoado povo de Itanhaém, capital mundial da paciência.

José Roberto- 27/05/16