FATOS E VERSÕES
No Brasil, de forma geral, a versão é mais importante que o
fato.
O tema já foi assunto de análise e debate em nossas
universidades, inclusive títulos de teses, onde se chegou a essa estranha
conclusão.
Somos mesmo um país diferente, ficando difícil para um
estrangeiro entender nossa lógica.
Um exemplo típico é o caso de nossa Seleção de futebol, que
até a última copa todos brasileiros consideravam a melhor do mundo.
Mesmo após o trágico 7 x 1 que levamos da Alemanha, o
“sábio” Felipão afirmava que o desastre foi “um ponto fora da curva”, um raro
acidente de percurso que jamais se repetiria, e se fosse o caso, escalaria a
mesma equipe, inclusive com o poste Fred no comando do ataque.
Segundo o “toupeira” Felipão, o Brasil continua a praticar o
melhor futebol do mundo.
Essas situações acontecem em todos os setores e com as mais
diferentes personagens.
Espero que recordem do que escrevi na primeira parte do
texto “Tolerância Zero”, sobre minha discussão com o pessoal da obra que
obstruia a entrada da garagem da casa em Itanhaém.
Enfurecido, joguei tijolos no meio da rua, gritei realmente
com um tresloucado, isso, por volta das 11,30 horas.
As 15,30 h, quando cheguei no consultório dentário, meu
amigo Alexandre comentou sorridente que em cidade pequena é assim; já estavam
comentando que o tio do Ricardo era um maluco, arremessando tijolos na rua,
gritando, esbravejando, etecetera e tal.
Expliquei ao amigo os motivos do meu destempero, que por
sinal prorrogou-se durante toda minha estada em Itanhaém.
Eis que nessa sexta feira passada(27/05), mais de 10 dias
após meus ataques de loucura, recebo uma ligação de um velho amigo de Itanhaém,
Luiz Cláudio, perguntando como estava de saúde, se já estava recuperado dos
estragos causados pela queda.
Segundo ele, os comentários na cidade era que eu havia caído
num buraco da obra e me machucado, daí o fato de ter perdido a compostura e
blasfemado a valer com o pessoal da empreiteira.
Expliquei mais uma vez o ocorrido, e que essa versão dos
fatos nada tinha a ver com a realidade.
Incrível como uma notícia, passada de boca em boca, fica
totalmente diferente da original.
As vezes, as versões são bem mais interessantes que os
fatos, porem esse não é o meu caso.
Aproveito para pedir aos minguados leitores de Itanhaém, que
se tiverem oportunidade, me façam o favor de por os pingos nos is, esclarecendo
que estou muito bem de saúde e que nada aconteceu, alem de eu ter perdido as
estribeiras.
Coisas normais para um velhote destemperado.
José Roberto- 30/05/16
Ainda bem que você solta os cachorros. Assim sendo, consegue desopilar o fígado.
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