O JURUNA DO LAVA-JATO
Tenho certeza que a maioria dos meus minguados leitores
recordam do inesquecível Cacique Juruna, que não arredava pé de Brasília, com
um gravador pendurado no pescoço, gravando conversa com políticos e
autoridades.
Transformou-se numa figura folclórica, zanzando pelos
corredores do Congresso, gravando principalmente promessas, que obviamente não
eram cumpridas.
Apadrinhado por Brizola ingressou no PDT, conseguindo
eleger-se para um mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro, de 1983 a
1987.
Apesar de ter gostado das mordomias, os fluminenses não lhe
deram uma segunda chance, pois piada só é interessante apenas uma vez.
De repente, como se já não bastasse essa merdalhada toda que
respinga em nossos políticos, eis que surge um Juruna dedo-duro, um corrupto de
boa safra do PMDB, que com um gravador escondido talvez na cueca, está fazendo
um resbosteio geral entre os caciques do partido.
Sérgio Machado, cearense língua de trapo, adepto do gumex,
depois de mamar feito um bezerro esfomeado por longos 12 anos nas tetas da
Transpetro, onde pintou e bordou, distribuindo leitinho público a dezenas de
figurões do PMDB, principalmente a sacatrapos do senado, obviamente em conluio
com o PT e pleno conhecimento do Batráquio Nove Dedos, foi pego no contra-pé.
Para tentar livrar seu nauseabundo fiofó do ferro duro do
Juiz Moro ou do STF, começou na surdina, a gravar conversas comprometedoras com
a velha guarda dos corruptos, dentre eles o cachaço alagoano Renan Calheiros, o
bode velho marimbondo de fogo Sarney, o trambiqueiro Romero Jucá e outros
expoentes da escória, que unidos, espoliavam o país.
Dentre os inúmeros delatores do Lava-Jato, que revelaram as
tramóias e as personagens que participaram da ladroeira, Machado é um alcagüete
da pior espécie, pois não se limitou a confessar os roubos e desmandos nos
quais se envolveu, mas fez pior, premeditou encontros e começou a gravar
conversas comprometedoras.
É óbvio que não existe honra entre bandidos, mas esse Sérgio
Machado é um marginal da pior espécie e pelo jeito não tem medo de represálias,
pois está entregando de bandeja todos seus velhos amigos e protetores, sócios
na corrupção, que se julgavam protegidos por um pacto de silêncio e com a
certeza da impunidade.
Mas as vezes o impossível acontece. O quadro mudou.
Grandes empresários e diretores de estatais estão sendo
presos, situação surreal até pouco tempo atrás.
Está chegando a vez dos políticos.
Pilantras sem caráter como esse Sérgio Machado, mesmo no
tranco, ajudam a justiça, dando um empurrãozinho “muito amigo” nos corruptos,
em direção ao xilindró.
José Roberto- 31/05/16