CONSELHOS PARA MANTER A MEMÓRIA AFIADA
Durante esses anos todos, devo ter escrito umas dez vezes
sobre problemas de memória, que costumam infernizar a vida dos que cruzaram o
portal da “terceira idade”.
Por conta desses textos, inclusive do último, tenho recebido
ao longo do tempo, diversas sugestões e conselhos para manter a cuca azeitada.
Selecionei as mais importantes e pitorescas, numa tentativa
de repartir com meus minguados leitores, os frutos dessa prazerosa experiência.
-Um amigo médico que afirma entender do assunto, me receitou
comprimidos de Hydergine, que segundo
ele, tem o preço meio salgado, mas e um bom aditivo cerebral.
Como não sou chegado ao uso de remédios, nunca provei, mas
repasso a sugestão.
-Outro amigo, mais chegado as coisas naturais, me receitou
homeopatia, aquelas bolinhas minúsculas que deveriam ser engolidas de três em
três horas, durante todo o dia.
A grande dificuldade e acertar o despertador e ajustá-lo ao
nosso ritmo. Quem agüentar esse martírio mais de uma semana, pode se considerar
um vencedor.
Não sei se haverá
melhorias para a memória, mas se não fizer bem, homeopatia mal não faz.
-Um conhecido ligado a coisas esotéricas me recomendou um
pai de santo da baixada, que alem de fazer despachos infalíveis a preços
módicos, fornece ao freguês uma “garrafada” a base de catuaba, que é tiro e
queda. Deixa o cara tinindo!
Sei não!!!
Pelo que tenho visto no beco da macumba, os despachos andam
em baixa, bem mixurucas e raros.
Ou não estão dando certo, ou a crise realmente atingiu os
terreiros.
Outro detalhe: sempre soube que a catuaba era uma
“energizante” das partes baixas masculinas, reativando a memória do “gigante
adormecido”.
Não sabia que funcionava também, ativando a “cabeça de
cima”.
Fica aqui a sugestão.
-Um outro, católico carola que já transitou por diversas
religiões, me receitou uma novena, que rezada diariamente durante os nove dias
regulamentares, milagrosamente, dá uma turbinada no cérebro.
Essa até que tentei, mas não passei do segundo dia, pois se
não funcionou para a memória foi um ótimo sonífero.
Bastava iniciar a reza para cair no sono.
-Por último(é obvio que existem muitas outras, mas não quero
me alongar em demasia), um velho parceiro do tênis, me recomendou uma forma
infalível de aguçar a memória: sempre que precisa fazer algo importante, amarra
um barbante fininho no pulso esquerdo.
Achei uma boa idéia e perguntei se realmente funcionava.
Meu amigo afirmou que era uma providência porreta, olhava
para o pulso e sabia que tinha que fazer alguma coisa.
Apenas não conseguia lembrar da “missão impossível”.
Quebrava a cuca e passava um tempão tentando adivinhar o
porque, daquele danado barbante amarrado no braço.
Não resolvia nada, mas pelo menos distraia e ajudava a
passar o tempo.
O nosso problema, dos que já dobraram o “Cabo da Boa
Esperança”, na real, nada tem a ver com perda de memória.
Acontece, que com nossa longa vivência, estamos
sobrecarregados com terabites de informação e obviamente processá-las, requer
tempo maior, pois nossos “chips” são mais antigos, porem, ainda funcionam a
contento.
É nisso que devemos acreditar.
José Roberto- 27/04/15
Tem coisa que a memória não esquece:
ResponderExcluirO senador Áureo Mello passava o Carnaval de 1994 no Rio de Janeiro, na casa da família do poeta J.G. de Araújo Jorge. Certo dia foi surpreendido pela famosa foto, nos jornais, de Itamar Franco com a modelo Lílian Ramos, no Sambódromo. Ela vestia só uma camiseta, sem nada por baixo.
- Que papelão o Itamar fez na avenida... – comentou um amigo do senador.
Áureo Mello ajeitou os óculos, aproximou o jornal do rosto e pilheriou:
- Meu Deus! Se não me falha a memória, isto aí é a dita cuja.
O senador tinha boa memória.