DEU SAMBA NO SETOR ELÉTRICO
Ao contrário da telefonia, que mesmo com favorecimentos a
determinados grupos foi um estrondoso sucesso, no setor elétrico, a
privatização e o novo modelo implantado foi e está se configurando, um grande
desastre.
Já estamos cansados de saber, o que é bom para a Europa e
USA, aqui não funciona.
Temos a sacrosanta capacidade de avacalhar modelos, práticas
e experiências que são sucesso estrondoso nos países de origem, mas adaptados a
condições tupiniquins, transformam-se em retumbantes fracassos.
Técnicos brasileiros competentes, desde antes do final do
regime militar, estudaram o funcionamento e regulamentação dos sistemas
elétricos da França, Portugal, Espanha , USA e Canadá.
De inicio, conseguiram extrair ensinamentos que foram úteis,
principalmente na área tarifaria.
Todavia, ao se encantarem com o sistema de livre
concorrência, derrubando o conceito restrito de área de concessão, abrindo
indiscriminadamente a construção de usinas e linhas de transmissão à iniciativa
privada, instauraram o caos no sistema elétrico brasileiro.
Ao tentar regular a comercialização da energia elétrica
produzida pela iniciativa privada, criou-se um emaranhado de normas
ininteligíveis, baseada em sistemas matemáticos que nem Eisten conseguiria
entender.
Uma barrafunda de leis e resoluções, favorecendo o
surgimento de intermediários, grandes empresas oportunistas que faturam alto,
revendendo a energia que não produzem, dentro de regras e condições esdrúxulas.
A privatização das distribuidoras foi um desastre.
Facilidades foram concedidas aos grupos que repartiram o
butim, em especial para os estrangeiros, calçados com moedas podres e
financiamentos subsidiados do BNDES.
O caso da Light Rio foi um dos mais gritantes.
A EDF “comprou” a empresa a preço de banana, com as
facilidades acima descritas, incorporou ao custo do serviço obrigatoriamente
remunerado pela tarifa, velharias e programas caducos importados da matriz,
tendo de quebra uma boa remuneração anual garantida nos contratos firmados.
Nos espoliou durante dez anos, prestando um péssimo serviço,
investindo migalhas na manutenção dos sistemas e depois passando o abacaxi para
novos interessados, dentre eles a Cemig, retornando a Paris com os bolsos
cheios.
O governo petista com sua atuação demagógica e incompetente,
inflou os órgãos e agencias responsáveis pela condução do Setor Elétrico,
nomeando para cargos chaves, “compadres” sem as qualificações mínimas exigidas,
a começar pelo Ministro.
A Eletrobras virou fantoche, cabide de empregos, sem função
preponderante no Setor, tendo suas funções básicas “capadas” pela EPE(Empresa
de Planejamento Enérgico) e ONS(Operador Nacional do Sistema). Limita-se a
fingir que administra o PROCEL, Programa Nacional de Conservação de Energia,
burocratizado ao extremo, para justificar o volume excessivo de funcionários
acoitados nessa rubrica.
Não bastassem todos esses desatinos, Dona Dilma, de olho na
reeleição, interferiu diretamente no sistema tarifário, forçando uma baixa
intempestiva das tarifas, a revelia das concessionárias.
Como era de se esperar, o repique bate a nossas portas, pois
o auxílio concedido com nosso dinheiro as empresas prejudicas não foi
suficiente e os aumentos superiores a bondade concedida pela Presidente,
começam a pipocar.
Mesmo contidos antes das eleições, já causam estragos nas
finanças da população, deixando-nos temerosos para o castigo que virá no
próximo exercício, após o embate eleitoral.
Os aspectos abordados no tema de hoje, são tenebrosos. Ao
invés de um texto ligeiro e supérfluo, mereceria um livro para ser corretamente
exposto aos interessados e aqueles que tem alguma familiaridade com o setor
elétrico brasileiro.
Encerro com uma simples comparação:
Enquanto a telefonia se difundiu pelo país, possibilitando
que praticamente toda a população tenha um telefone(ou mais de um), com as
tarifas sendo reduzidas a cada ano;
A energia elétrica, pelo contrário, está ficando cada vez
mais cara, com a tendência de atingir níveis insuportáveis.
Até luz no fim do túnel está se apagando!
José Roberto- 23/07/14
Alem da ameça de racionamento, que só não se concretizará porque o país está entrando em recessão, temos que ficar com as barbas de molho, pois os aumentos pós eleição, serão de lascar!!!!
ResponderExcluirGimael, muito bom! Você conseguiu retratar as besteiras que conseguiram produzir num setor que já foi muito eficiente. Temo pelos desajustes atuais, a falta de decisões nesse período pré eleitoral e os efeitos nos nossos bolsos
ResponderExcluirMais um furo do nosso agora triste pais.O Setor Eletrico esta tao complicado que ja nao se sabe mais quem e bandido e quem e mocinho - se e que existe algum. Esta tao desordenado que so se escuta que o subsidio às distribuidoras é o salvamento da vez e que a conta vem no proximo exercicio com aumentos tarifarios superior a 24%. E o nosso ministro nao se manifesta, ou por ignorancia ou por vergonha, pois ja falou muito e pouco se cumpriu. Que venham as eleiçoes...
ResponderExcluirCom certeza existe um "BOMBA" armada nas contas de energia elétrica, mas para não irritar os consumidores, de todas asa classes de consumo, num ano de eleições, ele somente irá explodir em 2015. Esta é a maior consequência financeira inevitável do pacote do setor elétrico, com que a presidente Dilma pretendeu reduzir (apenas temporariamente, ressalve-se) o custo da energia elétrica para os consumidores.
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