HOSPITAIS PÚBLICOS
Vi a cena degradante no noticiário matutino, repetida no
jornal local do meio dia e finalmente exposta a todo o país, no Jornal
Nacional.
Milhares de pacientes, muitos de muletas e em cadeiras de
rodas, disputavam uma das quatrocentas senhas que seriam distribuídas para
atendimento no INTO-Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.
Essa multidão de desvalidos, ordenados numa imensa fila que
serpenteava por diversos quarteirões, mais parecia um grupo de retirantes de
zonas de guerra, trazendo nos rostos expressões de dor e sofrimento.
Os primeiros dessa fila de miseráveis, chegaram a mais de
vinte e quatro horas, munidos de cadeiras dobráveis, água e alimentos, para
suportarem horas de espera, enfrentando o frio da madrugada, em busca da tão
almejada senha.
De imediato pensamos tratar-se de senha para consulta nos
próximos dias, nas próximas semanas. Ledo engano.
As consultas serão agendadas ao longo de 2013, as cirurgias
ainda carecem de um prazo mais longo.
Uma senhora de 57 anos, submeteu-se a triagem no final de
2010.
Constatando-se que sofria de caso grave de artrose, recebeu
uma muleta sendo a cirurgia agendada para 2012, até hoje não realizada. Essa
senhora tenta, nessa interminável fila,
reagendar sua internação para 2013.
Cenas dignas do filme “Mundo Cão”, que vez ou outra, é
reapresentado nos canais a cabo.
Dezenas de pessoas chorando de dor ou de revolta, por
retornarem após longas horas de espera, sem nenhuma esperança de atendimento
num futuro próximo.
Terão que se submeter novamente a essa humilhação
desgastante, por culpa exclusiva de nossos políticos e governantes, que
investem mais em publicidade que na construção e manutenção de hospitais.
Até há alguns meses atrás, antes das eleições, no horário de
propaganda política, cansamos de ver cenas fantasiosas de hospitais públicos
tratando de forma correta seus internos , com sorrisos, bom atendimento,
tapinha nas costas, cenas de um país
imaginário, somente existente nas cabeças corrompidas de nossos políticos.
Por acaso, esse hospital das filas intermináveis é federal.
Porque Dona Dilma e seus ministros não se manifestam diante dessa ignomínia?
E o Sr. Cabral e o prefeitinho Paes, com suas UPAs e outra unidades assistenciais que só
funcionam nos filmes de propaganda e marketing?
São esses mesmos caras de pau, que ao menor sintoma de uma
simples dor de barriga, a bordo de jatinhos do governo ou de empreiteiras, se
bandeiam com urgência para o Sírio-Libanes ou Eistein.
Recordo, que numa das vindas do “ex-melhor Presidente” ao
Rio, justamente para inaugurar uma dessas UPAs(Unidades de Pronto Atendimento),
ao lado do nosso ausente governador, pronunciou a célebre frase: “Até dava
vontade de ficar doente para ser atendido por uma unidade pública de saúde”.
Outro improviso infeliz, pois assim que teve diagnosticada
sua doença, correu feito um foguete para o Sírio-Libanes.
Hospital público, pela péssima qualidade de atendimento, é
para os pobres.
Bem aventurados os que tem grana e um bom plano de saúde,
que podem dar-se ao luxo de escolher médicos e hospitais particulares, onde
serão tratadas com espécies da raça humana.
José Roberto- 04/12/12
Essa situação no INTO é uma vergonha e um desrespeito a população carente, que necessita recorrer a rede pública de hospitais.
ResponderExcluirRevela o descaso dos políticos e governantes, que só lembram do povão no período das eleições, quando buscam seus votos.
Estão pouco se lixando, para que sofram e morram como gado.
Pobre entra em hospital público e não sabe se sai, ou se sai, será num caixão.
ResponderExcluirEsses hospitais são uma vergonha, desprezam as vidas humanas, jogam fora nosso dinheiro, ou melhor, usam nosso dinheiro em proveito dos salafrários que os administram e desviam verbas.
É uma vergonha!!!!
Saúde, educação, segurança pública e infraestrutura estão caindo aos pedaços. Nossos impostos são roubados descarradamente e o povão passivamente, como gado indo para o corte, parece que vive em outro mundo. Logo mais teremos eleições para presidente e então mais promessas virão.O povão não cansa de sofrer...
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