ASSÉDIO MORAL
Desanimado, aguardando na sala de embarque de Cuiabá o vôo
de retorno para o Rio, matutava comigo mesmo:
Será que é o excesso de preocupação ou reflexo da idade?
Na semana retrasada fiz a reserva com data errada, sofrendo
horas no balcão da Azul, aguardando uma vaga, pois o vôo estava lotado.
Dessa vez o engano foi sobre a hora da partida, pois
indevidamente, consultei a reserva do trecho Campinas/Rio, com saída prevista
para as 16,43 horas.
Tomei ciência da burrada as 7,00 da matina em Lacerda. O vôo
partiria as 13,30, me obrigando a voar na perigosa estrada, considerando que
teria que parar em Cáceres, para uma conversa rápida e assinar uns papeis com
meu advogado.
Felizmente, com a proteção do anjo da guarda, que jamais me
deixou na mão, cheguei a tempo, sem sustos.
Cansado e com o firme propósito de ser mais cuidadoso,
percebi numa cadeira ao lado, uma revista Isto É, esquecida ou deixada por
algum passageiro.
Apanhando a revista, notei que era um exemplar velho, de
setembro, porem para matar o tempo resolvi dar uma espiada, pois no geral, os
principais artigos abordavam a eleição paulista em plena ebulição.
Eis que topo com uma nota que alem de despertar minha
atenção, por ser hilária, melhora meu ânimo: “Assédio Moral- Ambev indenizará
funcionário forçado a se reunir com prostitutas”.
No pequeno texto, estão relatadas a penúrias de Elcio Milczwzki,
durante os anos que trabalhou na Ambev em Curitiba.
Segundo suas declarações, “Era obrigado a ver garotas de programa tirarem a roupa, a esfregar óleo
bronzeador no corpo delas e assistir a filmes pornográficos em reuniões de
motivação da equipe de vendas.”
Indignado continuava, “ninguém
foi avisado de que isso iria acontecer e uma vez lá dentro, não podia sair da
sala. Eles prometiam um vale programa para quem conseguisse atingir as metas”.
Condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a companhia
terá de pagar 50 mil por danos morais ao puritano trabalhador.
A Ambev limitou-se a declarar, que “Casos antigos e pontuais
não refletem o dia a dia da empresa”.
Esse tal de Elcio, alem de ser um “pé no saco” deve ser um
boiola enrustido(nada contra ou a favor, com todo o respeito), pois sua atitude
intempestiva, deve ter acabado com a farra do pessoal do Paraná, que doravante,
será obrigado a ouvir palestras motivacionais e outras xaropadas similares.
Faltou ao pessoal da Ambev de Curitiba, sensibilidade para
dividir a turma, “espadas” numa sala e os mais sensíveis(a turma GLBT, também
com respeito)em outra.
Loiras semi-nuas e apetitosas de um lado e rapagões sarados
no outro. Cada um na sua.
Aproveitando a deixa, vou consultar meu advogado, mesmo considerando
o tempo transcorrido, se não existe um brecha legal para entrar com ações
reparatórias junto a CESP e ELETROBRAS,
por danos morais e psíquicos, pois fiquei morrendo de inveja dessa turma
da Ambev.
Durante todo o tempo que labutei nessas empresas, fui
privado desses incentivos que levantam a moral e outras coisas.
Em todas as reuniões que participei, principalmente nas
motivacionais, tive sérios problemas para evitar que meu “saco” estourasse,
dada a tentativa de ser emprenhado com baboseiras e conversas para boi dormir,
repetidas incansavelmente por espertalhões bem remunerados, obviamente
compartilhando seus lucros super-faturados, com o pessoal responsável por sua
contratação.
Pô, e tem gente que ainda reclama de sujar as mãos passando
óleo nas gostosas!!”!
Vade retro!!!
José Roberto- 17/12/12
Zé
ResponderExcluirEstava com saudades desses temas picantes, pois ultimamente você só tem tratado de temas políticos.
Um tema apimentado é bom para desopilar.
Abraços,
Pedro Paulo
Zé
ResponderExcluirLamento que na empresa em que trabalhei durante tantos anos não tinha esse tipo de estímulo.
Fiquei com água na boca, com um sede só possível de ser saciada com uma cerva da Ambev.