SETEMBRO,
MÊS DOS ROSAS/FERRAZ
Setembro na
nossa família é o mês mais importante do ano.
Foi num
distante e chuvoso 04 de setembro de 1969, quando tudo começou.
Itanhaém em
festa, pois a bela caiçara passando as pernas (e que pernas!) nas concorrentes,
caminhava para o altar bela e irradiante, conduzida pelo saudoso pai, Sr. Rosas,
onde a aguardava sorridente e ansioso, o caipira namorador, que dizia aos
amigos que só casaria depois dos trinta.
Apesar de
ter uma namorada firme e o outra de estepe, fiquei balançado com o charme e
encanto da bela morena, quando a vi pela primeira vez, em meados de 1968, em
Rio Claro.
Quis o
destino, que alguns meses depois desse rápido encontro, quando lhe enderecei
olhares de admiração e cobiça, que eu fosse transferido para a Regional da Cesp
em Itanhaém, terra da bela caiçara.
Nossos
caminhos logo cruzaram e começamos um namoro de segunda a sexta, pois nos
finais de semana voltava à Piracicaba, para ver a família e dar uns amassos na “titular”.
O metido a
besta, galã de Monte Alegre, mantinha-se firme em suas convicções, dando
escapadas sempre que surgiam oportunidades, vangloriando-se com os amigos e
colegas que moravam juntos, taxando-os de bola murcha, pois em relação ao sexo
oposto (naquela época, o normal era apenas homem e mulher), era o mais ousado.
Cercado
pelos carinhos da bela Regina Rosas, que soube contornar na maciota os
empecilhos existentes e outros que surgiam pelo caminho, foi sendo fisgando o
caipira metido aos poucos, que indo passar o Carnaval de 1969 em Piracicaba,
deixou tudo para trás, antecipando sua volta à Itanhaém, louco de saudades, declarando-se
finalmente a caiçara, que sem anunciar, havia se instalado como posseira em seu
coração.
Foi um
noivado rápido, culminando com o casamento no dia 4 de setembro do mesmo ano,
com uma inesquecível lua de mel no Rio de Janeiro e Ubatuba, uma semana de
muito amor e felicidade, retornando ao batente, em Campos do Jordão, onde numa
primavera e verão de noites muito frias, nos aquecemos enrodilhados sob os
cobertores.
A vida a
dois foi um campo de exploração e descobertas, pois somente conhecemos para
valer nossa parceira após o momento em que juntamos as escovas de dentes,
vivendo a vida real, no dia a dia, cada um mostrando seu caráter e
personalidade, Regina mais séria, comedida, ultra organizada, eu bagunceiro,
conversador, fácil de se relacionar, um casal de temperamentos diferentes que
se somaram, a razão primordial para garantir uma união longeva, agora
completando 55 anos.
Obviamente
como todo casal de gênios diferentes, nem tudo foram flores, tivemos nossa
pequenas rusgas e opiniões divergentes e ainda continuamos tendo, mas sempre
contornadas rapidamente com o mutuo amor e afeto.
Moramos em
Atibaia por 4 anos, onde nasceu nossa “rosa azul” ( na maternidade de Campinas,
22/09/1972), Maria Silvia, que nos trouxe tanta alegria e preocupações, tudo
contornado pela imensa vontade de viver de nossa filhota, alicerçando ainda
mais nossa união.
Transferido
para São Paulo, moramos 4 anos num local agradável, Rua Haddock Lobo, bem próximo
aos escritórios da Cesp. Nosso varão, Júnior, chegou em 10/09/1974, grandão,
vendendo saúde, crescendo rápido e fazendo companhia sua irmã, a quem chamava
de Lalá.
Insatisfeito
com as mudanças ocorridas na Cesp, aceitei o convite de trabalho na Eletrobrás e
vim para o Rio de Janeiro, um novo desafio numa cidade maravilhosa, invejada,
mas longe de parentes e de amigos cespeanos, mas bem acolhido pela amável turma
de minha nova empresa.
Regina foi
muito paciente e forte, assumindo o controle total das atividades domesticas,
levando as crianças para a escola, cuidando da manutenção e suprimentos da
casa, pois inicialmente, viajei muito a trabalho, permanecendo fora dias
seguidos, sempre retornando a sextas ou sábado de madrugada, independente do
local do país em que estava. Tempos difíceis para Regina, assoberbada devido a
minhas inúmeras viagens.
Pretendíamos
dar por encerrada nossa família, satisfeito com o casal de filhos e acreditando
na conversa de um ginecologista, que devido a irregularidade menstrual, não
mais engravidaria, fomos pegos de surpresa quando a mãe de um coleguinha de
Maria Silvia, olhou para Regina e perguntou se ela estava grávida.
Surpresa,
dizendo que não, fez o teste para tirar dúvidas e eis que surge a novidade. A terceira
gravidez, e após alguns meses, em 09/06/1980, nasceu nossa caçula, imprevista
mas bem vinda, 6 anos depois, enchendo novamente nossa casa de cheiro de bebê e
muita felicidade.
Maria
Fernanda, carioquinha que chegou sem cerimonias, foi a mais levada dentre os
irmãos, e também a filha que nos proporcionou uma alegria extraimensa, presenteando-nos
com dois lindos netos, Letícia (31/07/2013) e Otávio(02/09/2019).
Portanto,
setembro é o mês em que celebramos a maioria dos eventos festivos da família, e
ontem 04/09/2024, eu e minha adorável Rê completamos 55 anos de casados. Bodas
de ametista, que fiquei sabendo hoje, após consultar o Google.
Não deve ter
sido fácil para minha querida Rê ter me aguentado tantos anos, e pelo jeito
ainda vamos longe, pois estamos bem para a nossa idade (ambos com 79 anos), eu
com um barriguinha razoável e ela esbelta, uma bela mulher madura, mas inteirona, para
meu deleite(rsrsrs).
Acredito no
ditado que diz que os opostos se atraem, pois conforme já dito, Regina é sóbria,
séria, seletiva para escolher amigas, eu pelo contrário, continuo extrovertido
e falando demais, principalmente agora que sou mais velho, deixando de lado convenções
e agindo como bem me aprouver, ficando bravo, quando disfarçadamente, Regina me
cutuca para maneirar.
E assim
vamos vivendo, rodeado pelos filhos e netos, atravessando altos e baixos, com a
certeza que procuramos fazer nosso melhor, e se chegamos onde estamos, foi
graças ao incentivo e firmeza de minha adorável Regina, eterna amante e
companheira.
Um beijão
para minha querida.
NOTA- Esse
texto meloso e piegas é bem pessoal, e sei que Regina esperava por ele ontem. É
nossa tradição. Bjs a minha caiçara morena.
José
Roberto- 05/09/24
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