ANSIEDADE DE UM VELHO MERGULHADOR

 

ANSIEDADE DE UM VELHO MERGULHADOR

 

A tradicional viagem anual a Caravelas (BA) já devia ter acontecido, porem, como o único com tempo disponível em qualquer data, é o velho degas coçador de saco, tenho que ficar sofrendo, aguardando a disponibilidade de meus sobrinhos e mais alguns agregados.

Finalmente, tudo engrenado para a próxima madrugada, de hoje para amanhã, estimando-se, que Yellow, partindo de Itanhaém por volta das 20,00 horas, aportará na Lagoa(em casa) para recolher o “pacote”, lá pelas três da matina, me encontrando de plantão, pois com certeza não conseguirei pregar os olhos, considerando o tamanho da a ansiedade.

É incrível, que mesmo na melhor idade(o caralho), quando tendemos a ser mais calmos e comedidos, essa viagem ocupa um lugar de destaque nas minhas memórias e a ansiedade não diminui, pelo contrário, até aumenta, pois atualmente as ocasiões em que mergulho estão ficando cada vez mais raras.

Caravelas é minha taboa de salvação.

Quando abdicar dessa derradeira paixão, é sinal que o velho Zé, tio Beto para a turma, estará fodido, já no finalzinho da “régua da vida”.

Eu e meu querido sobrinho Ricardo somos os decanos do grupo. Embora Yellow seja bem mais novo que eu, começamos a mergulhar juntos em Itanhaem, partindo depois para novas aventuras, descobrindo Caravelas no início dos anos oitenta, através do finado velho colega de trabalho e amigo, Paternost, quando as estradas eram bem ruins, principalmente os 90 km finais, de Teixeira de Freitas até  a Ponta das Baleias ou Graoça.

Hoje está tudo asfaltado. Uma beleza.

Obviamente a situação atual e bem diferente. Se sofro de ansiedade aguardando a viagem, por si própria, uma aventura, os mergulhos são mais curtos e não diários, pois além de beber e comer feito esganado os deliciosos peixes e camarões preparados pelo Chef Yellow, pescamos de linhada, passamos rede e catamos um delicioso marisco local, que não me lembro do nome.

Muitas atividades em terra,  nos bares locais e nas praias.

Nos 2 ou 3 mergulhos realizados, me contento em ficar n’água pouco tempo, matando meia dúzia de bodiões pequenos(os grandes são raros e espertos) e bocas de velha(peixe para iniciantes), só para constar , não voltando com saldo zero(dedo no cu), justamente o contrários dos anos áureos, quando era o primeiro a cair e o último a sair da água, competindo para ver quem matava mais.

Apesar de estar em boa forma,  sou realista, deixando o trabalho árduo para a nova geração, sobrinhos que vi crescer e tornarem-se ótimos mergulhadores.

Como o material de mergulho e equipamentos de pesca já esá em Caravelas, a tralha vai ser bem menor, poucas roupas, protetor solar, creme para a pele(hummmmm) e alguns remédios.

Na volta, terei muita coisa a relatar.

Como diz Dona Regina, “já estou com o pé na estrada”.

Fora Mula!

 

José Roberto- 20/04/23