RUMO A
CARAVELAS
Não posso
afirmar que seja a mesma ansiedade de 40 anos atrás, quando ficava roendo as
unhas e dormindo desassossegado, aguardando o dia e a hora em que partiríamos para
nossos mergulhos em Caravelas-BA.
O dia
finalmente chegou.
Estou
ansioso, porem mais contido, pois a idade é uma espécie de calmante, embora
minha mulher continue me gozando, afirmando que se ela deixasse, já estaria na
frente do prédio, aguardando a chegado do meu sobrinho, prevista para 18,00
horas.
Mochila pronta,
necessitando apenas de uma revisão, pois todos os apetrechos para mergulho e
caça já estão na confortável casa de Yelloow, no litoral sul da Bahia.
Acredito que
Ricardo, que deverá sair de Itanhaém por volta das 12,00 horas, venha
acompanhado de Chupeta, ex-chefão dos Correios
do Litoral Paulista, aposentado e barrigudo, com tendências esquerdistas, que tenta disfarçar na minha presença, sabendo
da intolerância que tenho com os quadrupedes que ainda acreditam em Mula, o
maior ladrão e mentiroso das galáxias(copiado
da Anta ao elogiar o prefeitinho merdinha, Eduardo Paes).
Acredito que
o restante da turma será a mesma de sempre, sobrinhos, sobrinhos netos, e mais
um ou dois amigos, além do fiel escudeiro Waguinho, pau para toda obra, que sempre acompanha Ricardo em suas empreitadas.
Passar mais de uma semana num local aprazível, longe
das chatíssimas notícias do dia a dia, comendo peixes e camarões frescos,
preparados no capricho por meu sobrinho, mestre cuca de mão cheia, além de
tomar cervas e caipirinhas a granel, rodeado de amigos, não tem preço.
É a
verdadeira injeção de ânimo que tanto precisamos, refrescando a cuca,
esquecendo temporariamente os problemas, conversando apenas sobre coisas leves
e debatendo sobre nossos “grandes feitos”, tanto em mar quanto em terra.
É um balsamo
em nossas agitadas vidas, tentando sobreviver em nosso país fodido, pio ainda,
num ano de eleições, com todas ameaças que nos cercam.
Justamente
isso que queremos temporariamente esquecer.
Comentários
e aspectos relevantes sobre essa aventura ficam para o próximo texto, sempre
igual(segundo D. Regina), mas sempre diferente para os que dela participam.
Já estou
quase pronto para descer e esperar meu sobrinho.
Caindo na
mesmice, sou forçado a terminar com a frase usual:
Mula é
ladrão!
José
Roberto- 31/03/22