O SOPÃO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Se alguém como eu, que não tem muito o que fazer, se dispor
a gastar um pouco do seu tempo ao invés de ficar coçando o saco, realizando uma pequena exploração dos
anais(sem duplo sentido) da ABL, constata, que ao longo do tempo, nossa
Academia de Letras sempre foi um “sopão”, uma mistura da nata de nossos
escritores, com figuras cujos feitos nada tem a ver com a literatura.
Voltando ao passado, verificamos que pessoas pitorescas e
até importantes em nossa história, integraram o “seleto” corpo de acadêmicos, dentre
os quais destaco Santos Dumont, Getúlio Vargas, General Lira Tavares, Marco
Maciel, Ivo Pitanguy e Roberto Marinho.
Sem dúvidas, personagens de destaque em seu tempo e em suas
especialidades, mas que nada acrescentaram a nossa língua e literatura.
Escolhas muito mais políticas que literárias.
Existe também a grupo de escritores meia boca, que
escreveram e alguns ainda escrevem, drogas, obras que ninguém lê, como José Sarney;
ou que fazem sucesso com porcarias como Paulo Coelho; e até mesmo Merval
Pereira, especialista em palestras para empresas do governo, ganhando uma baba,
sempre a favor dos que o contrataram.
Nada a estranhar quanto a “nomeação” de Fernanda
Montenegro, para o reduto da ABL, pois sem dúvida uma das maiores artistas do
teatro e TV da atualidade, mas que eu saiba, para ocupar o cargo, escreveu
apenas um livro a quatro mãos, com a
jornalista Marta Goes, “Prólogo, Ato, Epílogo”, outro que também ninguém leu.
Apesar da mídia ter achado o máximo a escolha de Fernanda
Montenegro para ocupar a cadeira n. 17, cujo patrono é o poeta Osório
Duque-Estrada, autor da letra do Hino Nacional Brasileiro, sucedendo a Afonso
Arinos, que anos antes lhe havia sugerido para escrever um livro, o que fez,
vindo ocupar justamente a cadeira de seu mentor, conforme dito em suas
declarações:
“Lembro que cruzava com Afonso Arinos algumas
vezes, uma figura elegante e referencial, e ele sempre me dizia: Fernanda, entre
na Academia. Eu respondia; Mas eu? Sou só uma atriz, não tenho livro. Ele
insistia. Escreva um livro e entre na Academia! Agora veja esse milagre, a Academia
me aceita e ele me antecede. Vá explicar um milagre desses”.
Recebeu 32 dos 35 votos dos imortais da ABL.
Todavia, os verdadeiros escritores, os que são do ramo, os
que não são puxa-sacos, não gostaram nenhum pouquinho dessa indicação, tentando
descobrir quais os méritos literários da atriz.
O jornalista Fernando Jorge, autor do livro “Academia do
Fardão e da Confusâo”, onde discorre sobre essas incongruências que
ocorreram e ainda ocorrem na ABL, criticou duramente essa nova derrapada, pois
sua xará e sem dúvida uma grande atriz, porem nada a ver como escritora.
Chegamos a conclusão, que até na ABL prevalece a política
em detrimento do mérito, o que prova que realmente não somos um país sério.
Mula é ladrão!
José Roberto- 08/11/21
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