ESCORREGANDO NO DIESEL
Se refletirmos a fundo, nada temos a estranhar do telefonema
apressado de Bolsonaro, ordenando a Petrobras suspender o aumento de 5,7% no
diesel, que havia anunciado.
O Presidente é o típico brasileiro de classe média, ótimo conhecedor
da história do Brasil, mas ruim de cultura geral; de inteligência mediana,
pessimamente assessorado pelos filhos, que deveriam ter a mente mais aberta que
a do pai, e ainda por cima, impulsivo e de pavio curto.
Temendo os efeitos catastróficos de uma nova greve de caminhoneiros,
cujos estragos estão ainda bem vivos na cabeça dos brasileiros, sem pestanejar,
sem consultar seu principal e mais importante assessor que é o Ministro Paulo
Guedes, estancou o aumento de imediato para evitar a provável e eminente
sangria.
Se tivesse um pouco mais de tato e jogo de cintura, poderia
tomar essa mesma atitude de uma forma mais disfarçada, ouvindo o estado maior
que o cerca, fingindo consultar as “bases”, e no final fazendo exatamente a
mesma coisa, mas como dizem, “enfeitando a merda”.
Uma nova greve geral dos caminhoneiros instalando o caos em
todo o país, é o sonho de todo canalha petista, psolista, e da camarilha dos
que torcem contra.
É um reajuste que talvez possa mesmo ser postergado, face a
influencia do diesel no custo do transporte, no frete, do peso que tem na agroindústria;
repercutindo de forma geral no preço de todas mercadorias e produtos.
Os jornais, os comentaristas políticos e financeiros, a
mídia maciça, botaram a boca no trombone criticando essa atitude intempestiva
do Presidente, que alem de gerar desconfiança entre prováveis investidores,
causou um prejuízo imediato a empresa, de mais de 32 bilhões de reais.
Essa historia de prejuízo e conversa de especuladores, que
aproveitam qualquer marola para especular firme, fazendo oscilar o preço das
ações, vendendo na alta e comprando na baixa.
Os perdedores são os pequenos acionistas, que afoitos e amedrontados
com notícias plantadas pelo experts espertalhões, agem exatamente de forma
contraria: vendem na baixa e compram na alta.
Para a Petrobras essa é apenas uma perda contábil e
transitória, pois o resultado final do exercício, é apurado pelo encontro de
receita e despesas.
Óbvio que contenção forçado no preço, pode acarretar lucros
menores, com prejuízos aos investidores, todavia essa provável perda tem que
ser analisada no contexto geral, sendo bem menos danosa a economia da nação
como um todo.
Basta retroagir nossa fraca memória aos tempos da Anta Dilma,
com a corrupção sugando a Petrobras, com a empresa praticamente quebrada e o
valor de suas ações reduzidas a menos de um terço.
Com um pouco de ordem e com o fim da roubalheira, mesmo
diante da magnitude dos desvios e da corrupção desenfreada, a recuperação foi
rápida.
No caso atual, quero crer que embora por vias tortas
Bolsonaro tenha acertado, sendo no momento a melhor decisão para o país.
O risco, é que os caminhoneiros sintam nesse ato do
Presidente, sintomas de fraqueza, o que poderá tornar ainda mais ousado o poder
de pressão da classe.
José Roberto- 15/04/19
Se a raiz do problema fossem os caminhoneiros, até que seria mais fácil resolver a questão do preço do diesel nas bombas de combustíveis. Mas a realidade nua e crua é que a raiz do problema é exatamente a reserva de mercado que a Petrobrás detém, bem como o fato de ela não ser totalmente privada e sofrer pressões do governo. Sem concorrência nesse importantíssimo setor econômico, o Brasil está fadado a sofrer, para sempre, a “maldição do petróleo”.
ResponderExcluir