INTERVENÇÃO MEIA BOCA
Ao contrário da Copa da Mundo e da Olimpíada, quando a
presença dos militares foi marcante na cidade do Rio de Janeiro, com a Intervenção
decretada pelo governo federal, os efeitos deveriam ser ainda mais visíveis,
todavia não é o que está ocorrendo.
Apesar da Intervenção estar vigente há dois meses, talvez
por falta da liberação da grana prometida, as ações das forças armadas contra o
crime organizado no Rio tem sido incipientes e com resultados pífios.
Talvez para demonstrar que são mesmo “fodões”, os chefes do
crime muito bem organizado, aumentaram no período, os roubos de cargas, os
estouros de caixas bancários, os assaltos a lojas de eletrônicos, especialmente
celulares, roubos a ônibus e assaltos em geral, enfim a bandidagem está mostrando quem realmente
manda nessas bandas.
Um dos dados mais impressionantes que constam das estatísticas
do ISP-Instituto de Segurança Pública, é o referente ao roubo de carros.
Nos dois primeiros meses de 2018, foram roubados no Rio de
Janeiro, 12.500 veículos, superando com
folga as médias anteriores, se bem que desde 1991 vem crescendo de forma
acentuada essa modalidade de roubo, mas nada tão absurdo com os registros de
janeiro e fevereiro.
Alem da grana curta, as forças armadas programam suas
batidas e incursões no período entre 07,00 e 17,00 horas, encerrando o
expediente no começo da tarde, retornando aos quartéis, deixando a área livre
para o os bandidos agirem a vontade, tirando o atraso e recuperando o tempo
perdido.
Outro flagelo que precisa ser combatido com mais rigor são a
milícias, que dominam os serviços clandestinos nas favelas, roubos de energia ,
gatoNet, venda de gás de cozinha, controle das Vans; e estão sempre em guerra
com o pessoal do tráfico, lutando e matando inocentes pelo domínio do
território.
A Intervenção que deveria ser um remédio, ao menos um
paliativo para a angustiante situação da segurança pública no Rio de Janeiro,
tem mostrado ao invés de resultados positivos, graves efeitos colaterais, piorando a situação já extremamente difícil vivida
pelos cariocas.
O alto comando da Intervenção alega que as ações estão sendo
planejadas com base nos acurados serviços de inteligência, todavia, no
sentimento do cidadão comum que vive na cidade, essa pretensa inteligência tem
sido bem burra.
Temos que dar algum desconto a essa momentânea incompetência,
pois sem grana para azeitar a maquina, fica muito difícil às forças armadas
cumprir uma função para a qual não foi treinada, alem da necessidade urgente de
alterar a escala de trabalho, vigiando e policiando a cidade em turnos, durante
as 24 horas do dia.
Não sei exatamente quantos militares foram destacados para
essa difícil missão, mas me sentiria bem mais tranquilo se os visse em duplas,
postados nas principais esquinas da cidade, conforme ocorreu durante a Copa e
Olimpíada.
José Roberto- 12/04/18
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