A MAMATA DOS ADVOGADOS DO GOVERNO
Li nesse final de semana, que o rendimento médio dos
advogados e procuradores do governo federal, tem causado inveja aos demais
servidores públicos, inclusive os mais graduados.
Essa classe de privilegiados recebeu ano passado,
remuneração mensal bem acima do teto legal, pois pela convenção e normas da
OAB, a sucumbência em causas ganhas, vão sempre para seus bolsos e não para o
patrono das demandas.
As importâncias recebidas sob esse título são contabilizadas
a parte, exatamente como os penduricalhos dos políticos, provando mais uma vez,
que espertalhões existem em todos os ramos, principalmente quando se trata de
mamar nas tetinhas do governo.
É uma situação totalmente esdrúxula, pois caso esses
advogados ou procuradores percam a causa, quem paga a sucumbência da parte
contrária é o governo e os sabichões ficam isentos de qualquer ônus ou
responsabilidade, uma tremenda mamata.
Essa situação ridícula e descabida acontece em todas as
empresas do governo e bancos estatais, o que torna a trabalho advocatício um
dos mais bem pagos e procurados, pois é grana extra na certa, independente de
cortes orçamentários.
Acho até justo que advogados tenham direito a esses valores,
desde que trabalhem por conta própria, e que mantenham bancas privadas, se
sujeitando ao ônus e riscos da profissão, pois resultados negativos em
sequência espantam eventuais clientes,
que no caso, alem dos honorários são obrigados a arcar com os valores
arbitrados a título de sucumbência.
Nas empresas privadas, advogados assinam contratos de
trabalho sabendo de antemão, que receberão apenas os salários e vantagens
acordadas, e que valores relativos a sucumbências serão carreados aos cofres da
empresa, contabilizados numa conta de compensação para cobrir eventuais
derrotas judiciais.
É muita moleza e safadeza, que esses funcionários privilegiados
participem apenas das vantagens, ficando livres de quaisquer ônus, independente
das defesas terem sido bem ou mal arquitetadas.
Recordo, que logo após que me aposentei da Eletrobras, houve
um grande bafafá que chegou a conhecimento da imprensa, com advogados da
empresa faturando milhões em função de acordos duvidosos, sobre contendas a
respeito do empréstimo compulsório.
A OAB, como todas as representações classistas do Brasil, é extremamente
corporativista, olhando apenas para o interesse e umbigo de seus associados.
É preciso acabar com essa vergonhosa mamata, pois quem
quiser receber sucumbência, que milite por conta própria.
Escrevi o texto com isenção de ânimos, pois minha filha caçula
e meu genro são advogados. Dos bons.
José Roberto- 30/04/18