AS ÚLTIMAS FLECHADAS DO DR JANOT

AS ÚLTIMAS FLECHADAS DO DR JANOT

Já sem a aura de correção e imparcialidade, Janot disparou suas últimas flechas em grande estilo, ferindo novamente um bando de expoentes corruptos de nossa política, dentre eles, o Presidente OB Temer.

Teria sido uma saída magistral, caso não houvesse graves suspeitas quanto a interferência do braço direito do Procurador Geral, na delação de Joesley safadão e sua turma de marginais.

Suspeitas não esclarecidas, empurradas para debaixo do tapete da promotoria, que denigrem a imagem do Procurador Geral, pois ao invés de ordenar uma investigação de todos seus pupilos citados nos áudios da JBS, está saindo de cena atacando, talvez usando a velha tática que a melhor defesa é o ataque.

Seria realmente a melhor defesa, pois todos os citados são notórios corruptos envolvidos em dezenas de processos, que infelizmente nunca chegam ao fim, esquecidos e caducando nos escaninhos empoeirados do STF.

Todavia, as dúvidas quanto a lisura do Procurador Geral e membros de sua equipe no enredo dessa “blitzkrieg”, enfraquece as denúncias, considerando ainda que a principal delas, contra o Presidente da República, necessita de aprovação do plenário da Câmara para ser julgada pelo STF, local sabidamente recheado de corrupto, aproveitadores e ladrões.

Nos próximos dias, perceberemos que o trafego da Câmara ao Palácio do Jaburu estará congestionado, por centenas de deputados que negociarão seus votos por liberações de novas emendas e vagas nas estatais. O problema é saber como Temer conciliará tantos pedidos e tanta ganância.

O governo está quebrado, sem dinheiro em caixa e as vagas bem remuneradas que não exigem concurso estão praticamente todas ocupadas e cada remanejamento precisa ser bem estudado, para evitar deserções e votos contrários. Um grande abacaxi quase insolúvel que custará caro ao país, principalmente agora que a economia dá incipientes sinais de recuperação.

Temer lançará mão de todos os recursos para evitar que o processo siga seu curso, desviando verbas que seriam destinados  a áreas  básicas, como educação, saúde e segurança, para saciar a sede de seus “aliados”.

Apesar de Temer fazer por merecer, essa última flechada vem em má hora, pois o Congresso ficará paralisado por um bom tempo, impedindo a votação de matérias importantes que amenizariam  a longa crise que atravessamos.

A despedida de Janot poderia ter uma “gran finale”, desde que acertasse a dosagem de seus disparos, deixando Temer ser cozido em fogo lento, pois terá que prestar conta de seus atos espúrios.

José Roberto- 15/09/17