LEMBRANÇAS DOS TEMPOS DE CESP
O assunto me veio a lembrança pelo fato país estar sofrendo
com a necessidade urgente de cortar gastos, muito mal administrada pela droga
de Presidente esquecido, ingênuo e safado.
No final de 1974, acertei minha transferência para o
Departamento Comercial em São Paulo, deixando com saudades a Regional de
Atibaia, pois não aturava mais trabalhar com José Roberto ( chará de merda), um
péssimo Gerente Regional desagregador, pois
antes de mim, já tinham deixado Atibaia, o Molina e o Sergio(os três chefes de
Divisão).
Na Regional éramos “caxias” ao extremo, a ponto de reduzir
os limites com despesas de viagem, baixando o teto em no mínimo 20%(vinte por
cento).
Em viagem, tínhamos direito ao café da manhã, almoço, jantar
e pernoite, com notas separadas devidamente explicitadas na prestação de
contas.
Recordo que demitimos vários empregados por rasurarem as notas fiscais ou
superfaturá-las.
Convem salientar, que na Regional tínhamos autoridade para
contratar, demitir, promover, gerenciando um orçamento anual que não era muito
rigoroso, mas sempre ficávamos aquém dos limites.
Chegando em São Paulo, ocupando um cargo que igual ao meu
deveria haver mais de cem, comecei a sentir as mudanças, pois na capital, sede
da empresa, as coisas corriam de forma diferente.
Minha primeira viagem a serviço foi ao município de
Pedreira, cobrar o prefeito e tentar um acordo, pois a prefeitura não pagava as
contas de luz há bom tempo.
Solicitei um carro com motorista partindo logo cedinho com
destino a cidade, que deveria ficar a umas duas horas de São Paulo(não tenho
certeza).
Logo que alcançamos a rodovia, paramos para tomar café.
Paguei meu café e misto quente, pedi a nota no valor correto,
enquanto o motorista a meu lado, solicitou uma nota fiscal no limite total,
englobando o café da manhã, almoço e jantar(nem sabíamos se voltaríamos tarde, para justificar o
jantar).
Fiquei boquiaberto, pois o motorista não me conhecia, não
sabia o cargo que exercia na empresa, não tendo a mínima preocupação em disfarçar
ou esconder sua tramoia, pois se fosse na Regional, seria demitido
sumariamente.
Fiquei puto e pensei comigo mesmo; “vou ferrar esse sacana,
relatando os fatos à Tesouraria”.
Resolvi prestar contas da viajem pessoalmente, deslocando-me
a Tesouraria que ficava no prédio ao lado(bloco I do edif, Center 3).
Entregando a prestação de contas, o funcionário me olhou
assustado e disse: “doutor, o senhor tem que gastar no limite, senão o valor
das diárias não aumentam”.
Fiquei pasmo e embasbacado, pois a regra na matriz era
gastar até o teto do limite e se possível, ultrapassá-lo, pois os diretores
sempre aprovavam(segundo o funcionário que me atendeu).
Meti a viola no saco e desisti de dedar o motorista, que
acostumado ao sistema viciado, seguia a rotina usual de trambicagens.
Aos poucos fui percebendo como éramos “quadrados” na
Regional, todavia não me arrependo, pois trabalhávamos com orgulho e honestidade,
orgulho que deu uma boa minguada depois que comecei a enxergar as coisas sob o ângulo
da matriz, onde o conceito de economia e contenção de gastos não existia, onde
promoções por Q.I, eram bem mais fáceis que por mérito, assuntos que poderei
abordar em outros textos.
Um em especial que talvez valha a pena mencionar , é uma passagem
tragicômica com o ex-chefe José Roberto,
em São Paulo, mas fica para outra ocasião.
José Roberto- 27/07/17
Infelizmente, no serviço público é o que acontece, alguém spre querendo levar vantagem.
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