CHUPINS DO DINHEIRO PÚBLICO
O chupim é um pássaro preto-azulado pouco maior que um
pardal, preguiçoso e malandro bota seus ovos no ninho do tico-tico, que apesar
de maiores são bem semelhantes, brancos salpicados de pintas marrons.
Os filhotes são maiores e mais esfomeados e o casal
tico-tico “premiado”, se desdobra para
alimentar essa super família.
Por ser oportunista e preguiçoso, chupim é o apelido que a
cultura popular estendeu para o tipo de pessoa que se enquadra nas malandragens
“cupinianas”.
Inegavelmente o político é o chupim-mor de nosso corrupto
país, mas existem outras classes, que na surdina, metem a mão no dinheiro
público sem pudor, travestindo seus atos e procedimentos de um arcabouço legal
fajuto, inventado e validado pelos próprios beneficiários dessa gatunagem
sub-reptícia.
É o caso do pessoal do judiciário, juizes, desembargadores,
procuradores, promotores, inclusive os encostados dos tribunais de contas, que
legislam em causa própria, turbinando seus salários que ultrapassam com folga os
tetos legais estabelecidos pela Constituição.
Esses espertalhões de toga, vêm mamando há muito tempo,
sempre achando uma maneira de contornar o teto constitucional através de
artifícios imorais, com trocas de liminares e acórdãos, se auto-favorecendo, criando
e inventando penduricalhos, que segundo os próprios não são aditivos salariais,
mas complementos indispensáveis ao exercício da função.
Dessa forma, esses senhores que deveriam dar exemplo, seguir
e cumprir as leis com rigor, chafurdam nessas mamatas, pouco ligando se o país
está numa crise danada.
Não satisfeitos em se lixar para o teto legal, de tempos em
tempos, como a mamata é boa e segura, se auto concedem retroativos, que
matariam de vergonha qualquer juiz de um país civilizado.
Resolvem de sopetão, cobrar retroativos referente a horas
extras “trabalhadas”, chegando em alguns casos como São Paulo, a retroagir até
1994. Milhões, parcelados e distribuídos a quase todos para não haver
chiadeira, encorpando o contra-cheque mensal sem o mínimo pudor.
Outra jogada esperta, é cobrar retroativos do auxílio-moradia,
regredindo em alguns casos até 2004 como Mato Grosso), ou Goiás 2008, ou ainda
Paraná e Rio Grande do Sul a 2009.
O pessoal de Brasília, alem das horas extras e auxílio
moradia, conseguiram um adicional por “Exercício Cumulativo de Jurísdição”,
seja lá o que venha a ser isso, a não ser mais uma forma de sangrar os cofres
da viúva.
É uma farra generalizada entre esses bem aventurados, enquanto
o povo e os contribuintes arcam com as desventuras.
Muito dessas mordomias e penduricalhos se estendem aos
funcionários dos tribunais, que em menor escala, sugam o que podem, contando
com a cumplicidade de seus chefes e mentores.
Mesmo com o país e os estados em frangalhos, essa classe
privilegiada de servidores públicos segue nadando de braçadas a favor da
correnteza.
Não querendo ser injusto, é importante frisar que esses
disparates também ocorrem no seio da Policia Militar, com coronéis reformados
faturando fortunas, nas Universidades públicas, com reitores e catedráticos se
lixando para os limites legais de remuneração.
Passando um pente fino, difícil achar uma instituição
pública onde não exista essa classe de privilegiados.
Com a necessidade do país adotar duras medidas para conter
os gastos e sair do atoleiro, em paralelo ao sacrifício que será exigido de
todos, seria imprescindível e
moralizador, cortar de forma definitiva essa sangria desatada, obrigando a
todos indistintamente, a respeitar o teto constitucional de salários,
eliminando de vez todo e qualquer penduricalho.
Esses chupins do dinheiro público têm que ser contidos, para
que aprendam a chocar seus próprios ovos.
José Roberto- 16/11/16
Temos de aproveitar o momento que estamos vivendo, em todo o mundo, e novamente colocarmos "os blocos" nas ruas. Mas, não blocos de carnaval. Bloco de brasileiros que não aguentam mais tanta corrupção. Já passamos do limite do limite. Se o povo ficar calado , em casa, os políticos, aliás, os três poderes fazem o que querem.
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