SUSSURROS, GEMIDOS E HISTÓRIAS DO CONDOMÍNIO
A vida de síndico não é fácil.
Afirmo por experiência própria, pois exerço a sindicatura em
nosso prédio há oito anos seguidos.
Num edifício, com uma salada de inquilinos, tanto do ponto
de vista de grana, escolaridade e educação, surgem problemas de todos os tipos,
alguns até surreais, difíceis de entender e intermediar.
Por conta da minha interferência forçada em algumas dessas
picuinhas, já tenho dois ou três desafetos declarados, pois como já frisei
inúmeras vezes, sou um adepto da rotina e da obediência às normas internas, não
perdoando transgressões, por menor que sejam.
Sou o típico síndico chato.
Li esta semana na Revista Isto É, uma pequena nota que
ilustra as situações ridículas e hilárias que podem ocorrer nos condomínios.
Em São Paulo, capital, a assistente social Rejane de
Albuquerque, síndica de um edifício, convocou assembléia extraordinária com a
finalidade específica de proibir, nas dependências do condomínio, ruídos
indesejados, tais como sussurros e gemidos, emitidos durante o ato sexual.
Inconformados, os moradores atribuem a essa medida extrema,
um sinistro desejo de vingança da síndica, que há tempos atrás, quando era
simples moradora, empolgou-se demais durante a copulação, emitindo gemidos e
gritos que ecoaram por todo o prédio.
A empolgada copuladora sofreu grande constrangimento na
época, pois teve que interromper seu ato de paixão devido a interferência do
sindico e conselheiros, que imediatamente foram até seu apartamento para exigir
silêncio, solicitando a fogosa assistente social que trepasse na surdina,
abafando seus sussurros e gemidos lânguidos.
Portanto, os condôminos revoltados, alegam, que agora como
síndica, Rejane quer dar o troco.
Espero que a Revista acompanhe o desenrolar do assunto,
publicando notícia sobre o resultado da assembléia.
Tivemos um caso clássico em nosso prédio.
A Texaco, multinacional americana do petróleo, mantinha um
apartamento alugado, que era cedido a um de seus diretores.
Um deles, por sinal do Texas, era semanalmente servido por
uma jovem portuguesinha, bem interessante(cruzei com ela algumas vezes),
funcionária da empresa, que dentre suas funções, acredito que a princicpal
delas, era saciar o apetite sexual do diretor, cuja mulher ficou nos esteites.
Os vizinhos mais próximos sabiam quando a farra estava
terminando, pois o impávido texano, supostamente cavalgando a portuguesinha,
dava gritos e urros tipos iahuu, aiou silver, came on baby, etc,
Por fatalidade, ou talvez devido aos excessos carnais, esse
diretor veio a falecer pouco tempo depois.
Com a chegada do sucessor, também do Texas, a portuguesinha
voltou a freqüentar o prédio, servindo com precisão e eficiência o sequioso
forasteiro.
Coincidência ou não, pouco tempo depois, o danado também
bateu as botas.
O apartamento, com pecha de azarado, não teve sua locação
renovada pela multinacional.
Quanto a portuguesinha, gostaria de saber que fim levou.
Será que foi despedida por justa causa, por exigir demais
dos gringos velhotes ou por ter em suas partes baixas, o perigoso veneno do
escorpião?
Para quem não sabe, esclareço, que a fêmea do escorpião mata
o macho com uma potente ferroada, logo após a conclusão do ato.
ET. Por enquanto, em nosso condomínio, gemidos e sussurros
ainda não foram proibidos.
José Roberto- 24/03/11
NOTAS: 1-CONTINUO COMO SÍNDICO DO PRÉDIO
2-TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIÃODOZE, HÁ CINCO ANOS.
José Roberto- 30/03/16
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