COITADO DO MEU NARIZ
Para dar uma aliviada nesse
momento de grande tensão que o país vive, , resolvi abordar hoje um tema mais
leve, longe da nossa famigerada política e outros assuntos da área, que nos
envergonham e causam asco.
Ontem finalmente concluí meus
exames médicos, comprovando que o velhote aqui está em forma.
Não entrarei em detalhes,
pois também já escrevi muito sobre o assunto, desnudando minhas vergonhas e
humilhações.
Passeando pelo Google, por
acaso, defrontei-me com um texto escrito há algum tempo, do qual não tinha
qualquer lembrança (“A Lei do Ventre Livre”).
Abrindo-o para matar a curiosidade,
constatei que abordava a demissão por justa causa de um livreiro, ocorrida na
Inglaterra, porque o sujeito apesar de ser um expert , peidava muito,
perturbando os colegas de trabalho.
Lembrei-me inclusive de um
querido sobrinho, cujo intestino é uma poderosa fabrica de gás de destruição em
massa, daqueles que Bush jurava que o Iraque fabricava secretamente, justificando
a invasão do país.
É compreensível que segurar o
flato, é um ato anti-natureza, pois o “peido enforcado” causa terrível mal
estar ao seu produtor.
Facadas no peito, nó nas
tripas, dor nas costas, cólicas e até sintomas de enfarto, são conseqüências
dos que ousam reter gases nas entranhas.
O procedimento normal
recomendado pelos médicos, é abafá-los, reduzindo sua sonoridade e deixá-los
escapar tranqüilamente, na surdina.
O único problema são os
odores.
A maioria é inofensiva, não
molestando pessoas que estão na proximidade.
Porém alguns, em especial meu
sobrinho, tem a capacidade de transformar uma simples prato de arroz com feijão
em “papo de urubu”, por razões que a ciência até hoje não conseguiu decifrar.
Pobre daqueles que como eu
tem um bom nariz. Sentem a catinga de longe.
Apesar de fumar e ser viciado
em Afrim ou similar, tenho um olfato desgraçado de bom.
Entro num elevador e sinto
todos os cheiros, suor, urina, chulé, falta de banho, murrinha e até resíduos
de flatos que estão se dissipando, expelidos por um safado qualquer.
É um constante tormento que
foge totalmente ao nosso controle, pois independente de querer ou não, fico
fungando e tentando diagnosticar a origem e procedência do mau cheiro.
A medida que envelhecemos, as
orelhas e o nariz crescem, porem ao contrário da visão e audição que vai
ficando cada vez pior, o olfato se aprimora, captando odores com maior
intensidade e aumentando o raio de abrangência.
Andar de ônibus e até mesmo
de avião, torna-se um tormento, pois os bons de cheiro não conseguem desligar
os radares anti-odores.
Vão captando todas as nuances
fétidas e sofrendo durante a interminável viagem.
Tenho inveja daqueles, como
minha mulher, que foi abençoada com o olfato seletivo.
Não sente nenhum desses
cheiros desagradáveis, porem é ótima em sentir e identificar aroma de perfumes.
Reclama principalmente dos
desodorantes e lavandas que uso pela manhã, achando-os enjoativos e
escondendo-os diversas vezes, para evitar repetições.
O interessante é que
normalmente acordo bem antes dela, que mesmo dormindo ou horas depois, refuga
minhas escolhas.
Li, que as fábricas de uísque
na Escócia, garantem a qualidade de seus “blendeds” utilizando cheiradores
profissionais, que mantem a qualidade do produto apenas pelo olfato, sem qualquer
prova ou degustação.
Dizem ainda que esses “bons
de cheiro” faturam uma nota preta.
Acho que nasci no país
errado.
José Roberto- 15/03/11
NOTA- TEXTO RECUPERADO DO
BLOG TERRA, OPINIAODOZE, ESCRITO HÁ CINCO ANOS.
José Roberto- 17/02/16
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